Saif al Islam Gaddafi, filho de muammar Gaddafi, aparece e diz que pai está bem |
Saif al Islam Gaddafi, filho do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, disse nesta segunda-feira que seu pai continua em Trípoli, apesar do aparente avanço das forças rebeldes na capital do país, e afirmou que o governo "quebrou a espinha dos insurgentes".
Conduzido por um veículo blindado, o filho de Gaddafi apareceu no hotel onde os jornalistas estrangeiros estão hospedados, no centro de Trípoli.
Questionado se seu pai continua a salvo na capital, Saif al Islam --tido por muitos como potencial sucessor do líder líbio-- respondeu de maneira curta: "é claro".
O correspondente da BBC em Trípoli, Matthew Price, diz que o filho do líder líbio parecia confiante, embora, segundo relatos, os insurgentes tenham tomado o controle da maior parte da capital líbia.
"Nós quebramos a espinha dos rebeldes. Era uma armadilha. Nós os fizemos passar por maus bocados, então estamos ganhando", disse.
Nesse domingo, Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que Saif al Islam estava detido, junto de outros dois filhos de Gaddafi, Muhammad e Saadi.
No entanto, segundo o correspondente da BBC, ainda não está claro se o filho de Gaddafi foi detido e depois libertado, ou se ele chegou mesmo a ser preso em algum momento.
De acordo com Price, o fato mais importante parece ser que, enquanto todos pensavam que Gaddafi estava praticamente derrubado pelo avanço dos insurgentes, um alto integrante do governo aparece em público e dá indícios de que as forças do regime ainda não estão totalmente derrotadas.
COMBATE EM TRÍPOLI
Rebeldes que tentam tomar o controle de Trípoli ainda enfrentam a resistência por parte de tropas leais a Gaddafi, que é perseguido pelos insurgentes.
Os rebeldes disseram que, até noite desta segunda (horário local), haviam ocupado cerca de 80% da capital da Líbia, incluindo a sede da TV estatal. Mas um correspondente da BBC que acompanha um dos comboios rebeldes ressalta que as forças de Gaddafi reconquistaram parte do território desde então.
O movimento pela tomada de Trípoli foi iniciado na madrugada de domingo pelos insurgentes, que estabeleceram postos de checagem na cidade.
Centenas de moradores saíram às ruas para celebrar. Ao mesmo tempo, violentos confrontos explodiram nos arredores do quartel-general de Gaddafi e em outras partes da cidade.
Tropas pró-Gaddafi continuavam no controle das ruas ao redor de um importante hotel de Trípoli, o Rixos, onde se hospedam diversos jornalistas ocidentais.
"Estamos nos preparando para mais uma noite de intensos combates", disse à BBC um morador da capital. "Acho que as forças de Gaddafi vão recorrer a técnicas de guerrilha porque sabem que não têm o apoio da população."
Mas outro morador criticou os rebeldes, dizendo que estes estavam "invadindo as casas das pessoas e roubando tudo".
O porta-voz do regime de Gaddafi, Moussa Ibrahim, disse que 1,3 mil pessoas foram mortas na cidade entre domingo e segunda-feira. O número não pode ser confirmado de forma independente.
A TV líbia controlada por rebeldes diz que forças pró-Gaddafi estão "bombardeando indiscriminadamente" áreas vizinhas ao quartel general de Gaddafi, em Bab al-Azizia.
PARADEIRO DE GADDAFI
Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que os insurgentes só declararão vitória quando Gaddafi for encontrado. Seu paradeiro era desconhecido até a noite desta segunda-feira.
"Não sabemos se ele ainda está (em seu complexo, em Trípoli), nem se está dentro ou fora da Líbia", afirmou Jalil.
Ao mesmo tempo, cresce a pressão internacional para que Gaddafi renuncie. A China disse que respeitará o desejo da população líbia e a Rússia se declarou neutra em relação ao avanço rebelde em Trípoli. O Egito se tornou o mais recente de uma série de países a reconhecer o Conselho de Transição como o governo legítimo da Líbia.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda que "o regime de Gaddafi (em vigor há 42 anos) está chegando ao fim e que o futuro da Líbia está nas mãos do povo", mas instou os rebeldes a evitar a violência.
A correspondente da BBC Rana Jawad, que está em Trípoli, disse que há na cidade a sensação de que o fim dos combates pode estar próximo e que os rebeldes tendem a sair vitoriosos.
Na Praça Verde, que recentemente fora palco de protestos pró-Gaddafi, apoiadores dos rebeldes arrancaram, entre domingo e segunda-feira, as bandeiras verdes identificadas com o regime do líder líbio.
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