Foto: DIVULGAÇÃO
Brasília 247 divulga suposta fraude na realização do jogo entre Brasil e Portugal, realizado em Brasília em novembro de 2008, na reinauguração do estádio Bezerrão; ex-governador José Roberto Arruda (à esq.) teria favorecido empresa de Ricardo Teixeira com R$ 9 milhões
A ação faz parte da investigação que busca apurar suposta fraude no contrato entre o Governo do Distrito Federal e a empresa para realização do jogo Brasil x Portugal, na reinauguração do estádio Bezerrão, em novembro de 2008. De São Paulo, onde passa a semana, Arruda acompanha as notícias atentamente.
A preocupação de Arruda tem um motivo forte: foi ele próprio que autorizou o pagamento à empresa, conforme constatado à época por alguns deputados distritais, em consulta ao Sistema Integrado de Gestão Governamental (SIGGO).
O ex-governador tomou a atitude diante da recusa do então secretário de Esportes, Aguinaldo de Jesus. Em reunião fechada, depois de terem acesso a parecer da Procuradoria do GDF contrário ao pagamento de R$ 9 milhões à Ailanto Marketing, Aguinaldo disse a Arruda que não iria assinar a ordem de pagamento.
Os indícios de favorecimento à empresa – cujo capital era de apenas R$ 800 - geraram reação na Câmara Legislativa. A Bancada do PT começou a recolher assinaturas para a criação de uma CPI, mas uma visita do então secretário de Transportes, Alberto Fraga, à Casa, abortou a tentativa.
Aliado de primeira ordem de Arruda na época, Fraga se reuniu com alguns parlamentares no estacionamento da antiga sede da Câmara Legislativa e o recado foi claro: se essa CPI fosse adiante, iria chegar diretamente a Arruda. A base aliada construída pelo então governador era coesa e a CPI não foi para frente. Faltaram três assinaturas.
Procurado pelo Brasilia 247, Alberto Fraga nega a visita à Câmara. "Essa não era a minha área", explica, referindo-se à Secretaria de Transportes, que chefiava em 2009. "Esse rolo aí é do Fábio Simão", completa Fraga.
Fábio Simão é outro personagem importante que está sendo investigado pela Polícia Civil. Ex-presidente da Federação Brasiliense de Futebol, amigo de Ricardo Teixeira (presidente da CBF), Simão era a ponte entre o GDF e o meio futebolístico nacional, além de ser, por algum tempo, o coordenador do projeto que trouxe a Copa de 2014 para Brasília.
A investigação terá desdobramentos. E eles podem enterrar de vez a intenção de Arruda de retomar a vida política. Nos últimos meses ele voltou a se articular. Abriu escritório no Setor Bancário Sul. Tem conversado com apoiadores e políticos. Sua capacidade de dar a volta por cima já foi testada, quando conseguiu se eleger o deputado federal proporcionalmente mais bem votado do Brasil depois do escândalo da violação do painel do Senado. As conversas de agora seguem a mesma estratégia, sempre demonstrando humildade. Será que Arruda consegue se reerguer de novo?
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