Foto: ANDRE DUSEK/AGÊNCIA ESTADO
VICE-PRESIDENTE DEFENDEU MAIOR INTERAÇÃO ENTRE OS PODERES EXECUTIVO E LEGISLATIVO E DISSE QUE "É NECESSÁRIO MANTER UMA RELAÇÃO SÓLIDA ENTRE PT E PMDB"
O vice-presidente da República, Michel Temer, endossou o conselho dado ontem pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessora no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff. Temer defendeu que haja um melhor diálogo do Poder Executivo com o Legislativo e que é necessário manter uma relação sólida entre PT e PMDB, em especial com o governo federal.
"O PMDB tem uma relação muito sólida com o governo federal e é preciso apenas que haja maior diálogo, conversações que são comuns na relação entre o Legislativo e o Executivo", afirmou, após participar de evento de filiação do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho, na capital paulista.
Dilma procurou Lula ontem para conversar sobre a crise que assola sua administração, sobretudo a instabilidade na base de sustentação política do governo federal no Congresso. O ex-presidente teria aconselhado Dilma a promover mais encontros com deputados e senadores, fazer afagos nos parlamentares e "repactuar a coalizão". "Eu não usaria a palavra 'repactuação', mas é preciso manter muito sólida a relação entre PMDB e PT, com destaque ao governo federal", avaliou o vice-presidente.
Temer negou que a relação entre as duas legendas esteja estremecida e disse não acreditar que a devassa promovida no Ministério do Turismo, na Operação Voucher, possa levar a retaliações do PMDB no Congresso. "Não há o mal-estar que se imagina". O vice-presidente considerou que houve "exageros" na ação policial e reconheceu que ficou "chocado" com o uso de algemas na detenção dos suspeitos. "De vez em quando eu ouço dizer que há provas robustas, mas onde estão as provas?", questionou. "Confesso a vocês que a história das algemas pegou muito mal", afirmou.
Temer lembrou que uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que as algemas só devem ser utilizadas em caso de periculosidade intensa. "Convenhamos, fazer o que fizeram com o ex-deputado Colbert Martins, que tem o apreço de toda Câmara, foi absolutamente desnecessário", disse. "É esse cuidado que se precisa tomar", advertiu.
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