Foto: DIVULGAÇÃO
NESTA QUARTA, O EX-TUCANO GUSTAVO FRUET ANUNCIA SUA FILIAÇÃO AO PDT PARA CONCORRER À PREFEITURA DE CURITIBA. POR TRÁS DISSO, HÁ UMA DISPUTA PESADA QUE JÁ SE ANUNCIA PARA 2014 ENTRE O GOVERNADOR BETO RICHA (ESQ.) E A MINISTRA GLEISI HOFFMANN
Leonardo Attuch_247 – Fazia tempo que Curitiba não vivia uma eleição municipal tão importante. A capital paranaense será o palco de um grande ensaio para a guerra de 2014 entre PT e PSDB – e com possíveis “penetras”, como o PSB. Do ponto de vista local, o movimento mais relevante acontece nesta quarta-feira, às 15h, com o anúncio do ingresso no PDT do ex-deputado tucano Gustavo Fruet. Ele, que foi uma das principais lideranças do PSDB durante a CPI do Mensalão, em 2005, agora costura o apoio do PT à sua candidatura. E é muito provável que consiga. Líder nas pesquisas, com 25% das intenções de voto, contra 20% do atual prefeito Luciano Ducci e 20% de Ratinho Júnior, Fruet pode vir a ser uma peça decisiva para o objetivo maior do PT no Paraná, que é conquistar o governo estadual em 2014. A candidata será a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, contra o atual governador Beto Richa, do PSDB.
Essa aliança entre o PT e um ex-tucano é inusitada e repercute até no processo do Mensalão. Graças ao trabalho de Fruet, a CPI identificou o principal foco de financiamento político, que se dava por meio dos repasses da empresa Visanet ao publicitário Marcos Valério. Ele sabe que será confrontado pelos adversários com esse tema, mas afirma que a coerência está mantida. “Eu estarei focado nas questões locais, mas reafirmo tudo o que disse na CPI”, disse Fruet ao 247.
Há pouco mais de uma semana, Fruet teve uma conversa decisiva com o ministro Paulo Bernardo, antes de selar a escolha de seu novo partido. O que se costura é um acordo entre PT e PDT já no primeiro turno – na qual o PT ficaria com a vice, com Angelo Vanhoni. Em contrapartida, caso Fruet seja eleito, Curitiba seria uma trincheira importante no projeto de eleger Gleisi Hoffmann governadora em 2014.
Adversários fortes
O processo, no entanto, não será tão simples. O governador tucano Beto Richa conta com uma boa avaliação e, com a máquina nas mãos, tem conseguido montar uma frente gigantesca de apoio – até mesmo os deputados do PDT, de Fruet, na Assembleia Legislativa o apoiam. Além disso, Luciano Ducci, o candidato de Richa em Curitiba, conta também com o apoio de Eduardo Campos, do PSB, que pretende eleger pelo menos seis prefeitos em grandes capitais – uma delas, a do Paraná.
O jogo que se desenha para 2014 tem em Curitiba sua representação mais próxima da realidade. O grande antagonismo se dá entre PT e PSDB. E o PSB já desponta como um curinga importante, que, por ora, apoia um lado, por ora, apoia outro. E que pode até sonhar com um voo próprio em 2014.
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