Foto: Divulgação
“Oi, primo, você está muito bonito”, registrou, em mensagem de 22 de junho deste ano, sua prima Andreia. Esta é a última mensagem postada na página, mas todas as outras, sem exceção, são igualmente carinhosas. “Ó, meu lindo, já te add”, escreveu a mãe do pequeno sorridente, d. Elenice Mota, em setembro do ano passado. Ela fez questão de complementar: “Mamãe te ama muito”.
Os elogios ao pequeno David se multiplicam em sua página. “Oi, meu amor, que saudades de você”, perguntou o amigo Lucas, que, aparentemente, tem mais de 20 anos. Explica-se: David frequentava, com os pais, uma igreja próxima à sua casa e, assim, convivia com jovens adultos também.
O pai de David, Nilton Evangelista Nogueira, é guarda municipal em São Caetano. Ele mantinha em casa um revólver 38, de sua propriedade (e não do Estado), que estava legalmente registrada. Foi com essa arma que, na quinta-feira 22, à tarde, David dirigiu-se para a escola Professora Alcina Dantas Feijão, onde cursava o 4º ano do ensino fundamental. Na aula da professora Rosileide Queiros de Oliveira – profissional querida por todos na comunidade escolar, com ficha sem máculas --, o pequeno David começou a criar um fato absolutamente anormal – mesmo para as sociedades acostumadas com a banalização da violência, a exemplo da brasileira. O bom aluno sacou do revólver 38 que levara escondido, atirou contra a professora e, já fora da sala de aula, disparou contra a sua própria cabeça. O resultado foi trágico: ele perdeu a vida no hospital Albert Sabin, após duas paradas cardíacas, e a professora está convalescendo já sem risco de morte.
As explicações devem existir, mas, à primeira vista, são muito difíceis de encontrar. Segundo reportagem do jornal Diário do Grande ABC, David ‘puxava’ de uma perna, o que o levava a mancar. Com isso, de acordo com aquela apuração, ele sofria bullyng. Uma informação complementar, veiculada pelo programa de tevê Brasil Urgente, da Rede Record, chocou ainda mais: segundo o pai de um de seus coleguinhas de turma, David premeditara o disparo contra a professora, o que teria sido confessado por ele na véspera da tragédia. No quebra-cabeças que começa a ser montado para ajudar na compreensão desse caso, essas versão ajudam, mas ainda são pequenas para que a sociedade entenda, afinal, por que isso aconteceu?
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