quinta-feira, 8 de setembro de 2011


O novo local do World Trade Center é uma "vitória da vida", diz arquiteto

População do sul de Manhattan dobrou desde os atentados

AFP
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A nova área onde ficava o World Trade Center, em Nova York, representa "uma vitória da vida", declarou nesta quinta-feira (8) seu principal arquiteto, Daniel Libeskind, a alguns dias do décimo ano dos atentados do 11 de Setembro. O local, ainda em reconstrução, fala "da memória e do amor, é uma vitória da vida sobre os acontecimentos", declarou ele a jornalistas, explicando a filosofia de seu projeto.
Libeskind, escolhido em fevereiro de 2003 para repensar o conjunto dos 6,5 hectares do sítio devastado, explicou que, enquanto imigrante, queria fazer do local, situado no sul de Manhattan, não distante da Estátua da Liberdade, um símbolo "de vida e de liberdade". Não se tratava apenas de construir, mas "de criar uma memória, a memória das cerca de 3.000 pessoas de 90 países diferentes que vieram a falecer" nos atentados do 11 de Setembro, disse ele.
Explicou que quis dar, à torre emblemática, a WTC1 (one World Trade Center), também conhecida com o nome de "torre da liberdade", "uma altura impossível de ser ultrapassada". A torre terá 104 andares e será a mais alta da América: 541 metros, com uma seta de 124,3 metros. Ela será concluída em 2013.
Terá 1776 pés (a unidade de medida nos Estados Unidos), correspondendo à data da declaração da independência. Libeskind insistiu nesta escolha simbólica para o arranha-céu, nascido da tragédia. "Isso tem sentido", afirmou. Durante a mesma entrevista à imprensa, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, falou sobre o avanço dos trabalhos no local, e do renascimento do bairro do sul de Manhattan, onde a população dobrou em 10 anos, chegando a 56.000 pessoas. "O caminho não foi fácil", disse, "mas a vida retornou".
Domingo, por ocasião do décimo aniversário dos atentados, o memorial do 11 de Setembro, um amplo espaço paisagístico de três hectares, será inaugurado na presença do presidente Barack Obama. Dois imensos tanques de granito foram escavados, no local exato onde ficavam as torres gêmeas do WTC. Em sua volta, estão inscritos os nomes das cerca de 3.000 vítimas do 11 de Setembro e as dos primeiros atentados contra o WTC, em fevereiro de 1993.
Para atrair famílias, era importante estabelecer no bairro escolas públicas de boa reputação, como a Millennium High School, aberta em 2002, recordou Bloomberg. A tarefa é permanente e, nesta semana, será inaugurada outra escola no prédio Frank Gehry. "Nosso objetivo era transformar o distrito financeiro, que virou uma cidade-fantasma depois dos ataques. Queríamos uma comunidade vibrante e dinâmica 24 horas por dia. Há, agora, mais lojas abertas ao sul de Manhattan, do que em 10 de setembro de 2001", disse Bloomberg.
Para Helène, uma turista francesa que visita pela terceira vez a zona do World Trade Center, a área, agora, é motivo de muita admiração. "Estive aqui em 2002 e em 2005. Era um buraco horrível, tinha a impressão de que a cidade nunca se recuperaria. Agora, vejo o memorial, a outra torre já reconstruída; além disso, com a morte de Bin Laden, acho que o país tem tudo para poder virar a página", afirma.

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