Governador de Pernambuco e presidente do PSB federal, Eduardo Campos decidiu não permitir que o diretório paulistano do seu partido se alie ao tucano José Serra, hoje o principal antagonista do petista Fernando Haddad, candidato de Lula.
Eduardo alega que a campanha de São Paulo ganhou contornos nacionais. E afirma que seria um “despropósito político” ceder o tempo de tevê do PSB (um minuto e meio) para que Serra ataque o governo Dilma Rousseff e, sobretudo, seu amigo Lula.
A deliberação já foi comunicada ao prefeito Gilberto Kassab, principal aliado de Serra e parceiro político de Eduardo. Não será formalizada, porém, antes de junho, prazo limite para realização das convenções municipais.
Tenta-se ganhar tempo para dissolver um impasse. Eduardo pende para o apoio a Haddad. Menos pelo candidato, mais por Lula. E o PSB-SP, hoje majoritariamente pró-Serra, gostaria pelo menos de construir uma alternativa “neutra”.
Busca-se uma opção que permita à legenda fugir da polarização PT versus PSDB. Como? Constituindo na capital paulista um bloco de três partidos: PDT, PCdoB e PSB. Aproxima-os a aversão ao PT. Distancia-os o excesso de nomes.
O PDT já desfila a candidatura do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical. O PCdoB corre em raia própria com o vereador-pagodeiro Netinho de Paula e negocia com Gabriel Chalita, do PMDB.
Agora, o PSB leva à mesa o seu nome: a deputada federal e ex-prefeita Luíza Erundina. O dilema está em obter um consenso capaz de unificar as três forças em torno de um único nome.
De concreto, por ora, apenas uma certeza: com Serra, o PSB não vai fechar. Mandachuva do diretório nacional do partido, Eduardo decidiu evitar. Tenta fazê-lo com maciez. Seus correligionários de São Paulo dispõem de três meses para tentar tirá-lo da canoa de Haddad.
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