Foto: Reprodução/TV Folha
DELEGADO FEDERAL FERNANDO BYRON E O AGENTE ANDERSON DRUMOND, DA PF, APARECEM NAS IMAGENS, EXIBIDAS ONTEM PELA 'TV FOLHA'
247 - No dia 3 de maio de 2011, o delegado federal Fernando Byron prometeu a Carlinhos Cachoeira assumir o controle de uma ação a ser realizada pela PF de Anápolis em combate ao jogo ilegal. O objetivo era proteger os negócio do bicheiro. Outro envolvido na operação foi o agente Anderson Drumond, que era o chefe da Divisão de Serviços Gerais da PF. Ele recebia informações antecipadas de datas e locais onde ocorreram atuações policiais, segundo o relatório da Monte Carlo. As revelações foram divulgadas pela TV Folha.
Leia na matéria de Fernando Mello e Leandro Colon, da Folha:
Vídeos inéditos feitos pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo mostram as ligações do grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com policiais acusados de corrupção e acompanham até mesmo um suposto pagamento de propina em uma igreja.
As imagens são as primeiras que surgem na operação Monte Carlo e foram reveladas ontem com exclusividade pela "TV Folha".
Os vídeos se complementam com os áudios obtidos pela PF na operação que levou o Ministério Público Federal a denunciar 81 pessoas e revelou as relações de políticos, servidores públicos e policiais civis e federais com o empresário acusado de comandar jogos ilegais.
Detentor de prestígio na PF até a deflagração da operação, em 29 de fevereiro, o delegado federal Fernando Byron é apontado como um dos principais informantes de Cachoeira dentro do aparato policial de Goiás.
Ele foi preso e afastado de suas funções na PF.
No dia 3 de maio de 2011, Byron prometeu a Cachoeira assumir o controle de uma ação a ser realizada pela PF de Anápolis em combate ao jogo ilegal. O objetivo do delegado, segundo a PF, era proteger os negócio de Cachoeira.
De acordo com o relatório, Byron direcionaria as batidas apenas para pontos pré-definidos pelo empresário.
No dia seguinte, Byron e Cachoeira voltam a se falar e marcam um encontro.
"E ai, guerreiro!", diz o delegado. "Vamos agora? Eu tô indo pra lá", responde Cachoeira. A PF filmou os passos de Byron. Ele saiu do seu carro e entrou no de Cachoeira. Os dois deram uma volta e, 12 minutos depois, retornaram.
A polícia registrou o delegado deixando o carro de Cachoeira e entrando no seu.
IGREJA
Outro que caiu nas lentes da operação foi o agente Anderson Drumond, que era o chefe da Divisão de Serviços Gerais da PF e também está afastado das funções.
O órgão dava apoio logístico às operações policiais, com o fornecimento de viaturas e caminhões, "recebendo informações antecipadas de datas e locais onde ocorrerão atuações policiais", segundo o relatório da Monte Carlo.
A PF diz que Anderson tinha a função de informar o grupo de Cachoeira sobre operações e recebia R$ 5 mil mensais de Lenine, braço direito do empresário.
No dia 6 de junho de 2011, a PF filmou Anderson recebendo Lenine na sede da própria polícia, em Brasília.
Em outra ocasião, a PF seguiu uma operação montada pelo grupo de Cachoeira para retirar máquinas caça-níquel que estavam apreendidas em depósito da Polícia Civil em Águas Lindas (GO).
De acordo com a investigação, Cachoeira recuperou os equipamentos mediante pagamento de propina.
Os investigadores também seguiram a ex-servidora da Prefeitura de Luziânia Sônia Regina de Melo, apontada como outra informante do grupo. Um encontro para a possível entrega de propina foi marcado para uma igreja.
Em janeiro de 2011, Regina perguntou a José Olímpio Queiroga Neto, do grupo de Cachoeira, se ele iria mandar o "negócio". Dias depois, o contador de Olímpio avisa que conseguiu os R$ 6,6 mil da "loira" (Regina). A PF a filmou entrando na igreja.
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