Foto: Alan Marques/Folhapress
MINISTRO DE MINAS E ENERGIA, EDISON LOBÃO AFIRMOU NESTA QUARTA 3 QUE “TODA A DIRETORIA” DA PETROBRAS SERÁ MUDADA; MERCADO REAGIU DERRUBANDO VALOR DAS AÇÕES DA ESTATAL EM MAIS DE 3%; BAIXA ARRASTOU TODA A BOLSA PARA BAIXO
247 – Se o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, queria testar a força de suas palavras no sensível mercado das companhias de capital aberto, ele conseguiu – mas com o sinal trocado. Nesta quarta-feira 3, em evento na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Lobão afirmou que “toda diretoria” da Petrobras será trocada, o que foi suficiente para desencadear uma onda de venda nos papéis da estatal. Ao final do dia, eles caíram entre 2% e 3%, arrastando para baixo, em razão de seu grande peso na composição do Ibovespa, todo o índice.
Abaixo, notícia do portal Infomoney a respeito da reação do mercado às declarações de Lobão:
Forte recuo de ações da Petrobras pesam e Ibovespa tem queda de 0,51%
SÃO PAULO - Após abrir em leve alta, o Ibovespa inverteu o sinal e terminou em queda de0,51%, fechando esta quinta-feira (3) aos 62.104 pontos. Por aqui, o destaque ficou com as possíveis mudanças nas regras da poupança, que vão ser anunciadas mais tarde, e que podem refletir em novos cortes da Selic, a taxa básica de juros nacional. O giro financeiro foi de R$ 6,78 bilhões.
Boa parte da queda ocorreu por conta do desempenho negativo das ações da Petrobras (PETR3, -3,17%; PETR4, -2,73%), ao contrário do que havia sido registrado na véspera. Os papéis da petrolífera, com forte peso na composição do índice, reagiram negativamente à notícia de que a diretoria deverá ser completamente alterada, conforme anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Flávia Villela e Thais Leitão, repórteres da Agência Brasil - Todos os cargos de diretoria da Petrobras serão trocados, informou nesta quinta-feira 3 o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em evento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“A intenção é fazer uma renovação completa da diretoria. Faltam dois que são o da internacional [Jorge Zelada] e o da financeira [Almir Barbassa]”, informou Lobão.
O ministro garantiu que as diretorias da BR Distribuidora e da Transpetro, que são subsidiárias da petroleira, não serão modificadas.
Na semana passada, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a indicação de José Carlos Cosenza, que ocupava o cargo de gerente executivo de Refino na empresa, para substituir o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa; e a indicação de Richard Olm, que atuava como gerente executivo de Projetos de Desenvolvimento da Produção, para assumir a diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais, ocupada até então por Renato de Souza Duque.
Investimentos na África
A presidenta da Petrobras, Graça Foster, afirmou também nesta quarta 3 que descobertas recentes e os sucessos relevantes da África para o mundo do petróleo aumentam ainda mais o interesse da petroleira brasileira no continente. Ela participou do Seminário Investindo na África: Oportunidades, Desafios e Instrumentos para Cooperação Econômica, promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro
“Do ponto de vista do futuro, a África se constitui um excepcional mercado novo e aí vem a grande oportunidade não só para a Petrobras, mas para outras empresas de investir nesse novo mercado”.
Segundo Foster, a empresa vê potencial econômico para aumentar a parceria com alguns países africanos na produção de etanol, por meio da produção de cana-de-açúcar, que poderá ser levada a cabo tão logo sejam definidas as regras do Marco Regulatório da Indústria do Petróleo e Energia na África.
“Assim como toda a indústria de combustíveis, precisamos estar seguros dos investimentos que fazemos e para isso é importantíssimo que a questão dos biocombustíveis esteja definida em um marco regulatório”.
Hoje a Petrobras atua em sete países africanos, produz cerca de 58 mil barris por dia na Nigéria, dois mil em Angola e desenvolve uma série de relações comerciais voltadas para a produção de biocombustíveis, importações de gás natural liquefeito, entre outras.
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