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SUPLENTE DE DEMÓSTENES ALEGA QUE CONVERSA COM CONTRAVENTOR ESTÁ FORA DE CONTEXTO: "MEU REAL PROPÓSITO NÃO FOI MOSTRAR GRATIDÃO, MAS PÔR FIM A UMA CONVERSA CONSTRANGEDORA"; DEM QUER EXPLICAÇÕES E SENADORES JÁ FALAM EM PROCESSO NO CONSELHO DE ÉTICA; EMPRESÁRIO ESTARIA FAZENDO CONSULTAS JURÍDICAS PARA SE FILIAR AO PSD
Goiás247 - Wilder Morais (DEM-GO), suplente do ex-senador cassado Demóstenes Torres, disse ontem no microbolg Twitter que conversa gravada pela Operação Monte Carlo entre ele e Carlinhos Cachoeira está fora de contexto. No grampo, o contraventor diz ter indicado o empresário para a suplência de Demóstenes.
"Áudio exibido pela imprensa mostrando Carlos Cachoeira dizendo q me indicou a suplente e secretário é fragmento de uma conversa...", alega Wilder, na primeira de quatro mensagens. Em seguida, afirma que ele e o contraventor discutiam "sobre questões de foro íntimo, que resultou na separação da esposa". Andressa Mendonça, atual mulher de Cachoeira, foi casada com Wilder por seis anos.
Na conversa grampeada, Cachoeira sustenta ter sido ele a iniciar Wilder na vida política:
– Fui eu que te pus na suplência, essa secretaria, fui eu. Você sabe muito bem disso.
Wilder dá a entender que concorda:
– Carlinhos, deixa eu te falar um negócio procê. Pensa um cara que nunca teria, enfim, encontrado um governo, que nunca teria sido bosta nenhuma, cara. Você tá falando com esse cara.
No Twitter, Wilder afirma, no terceiro post, que "ao contrário do que vem sendo divulgado, meu real propósito não foi mostrar gratidão, mas pôr fim a uma conversa constrangedora." E conclui: "Se a íntegra da conversa fosse divulgada, a interpretação dos fatos certamente seria outra."
O grampo caiu como uma bomba no Senado, segundo notícia do jornal O Popular, de Goiânia. “O fato de ter sido indicado para a suplência pelo Cachoeira é uma suspeição evidente. Não acho justo prejulgar, mas os fatos falam mais alto. Na hora que você toma posse, se submete à luz do sol. Se você tiver razão, não derrete”, disse ao jornal o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
O líder do PT, Walter Pinheiro (BA), também diz a O Popular que Wilder poderá ter de se explicar no Conselho de Ética: “Nossa obrigação é colher explicações na CPI ou no Conselho de Ética, se necessário for. Além dele ter a obrigação de dar uma explicação ao eleitorado de Goiás, ele tem a responsabilidade com o Brasil”.
Explicações
Antes de incursão de Wilder pelo Twitter, o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que iria cobrar explicações do empresário. Maia quer que o futuro novo colega esclareça também denúncia de que omitiu bens em suas declarações ao Tribunal Superior Eleitoral e à Receita Federal. Sobre esse episódio, Wilder argumenta que os empreendimentos citados, dois shoppings centers, pertencem ao Grupo Orca, onde é um dos cotistas: "Isso consta em minha prestação de contas", disse pelo Twitter.
O grupo Orca possui shopping centers em Goiânia, Anápolis, Valparaíso de Goiás, Uberaba e Medellín, na Colômbia.
O pedido de explicações do presidente do Democratas acontece depois de noticias veiculadas na imprensa goiana dando conta de que Wilder não estaria disposto a seguir à risca as orientações do partido. Atualmente secretário de Infra Estrutura do Governo de Goiás, o empresário teria encomendado estudos jurídicos sobre a possibilidade de filiar-se ao PSD sem correr o risco de perder o mandato de senador.
Wilder não teria interesse em confrontar a base de apoio ao governo federal no Senado. O empresário tem relações com todas as forças políticas em Goiás. Ele foi um importante doador para a campanha de Pedro Wilson (PT) a prefeito de Goiânia, em 2004. Wilson é ao atual Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.
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