Por Eduardo Guimarães
Sempre digo que se puder escolher entre comprar um carro usado de uma pessoa humilde ou de uma rica optarei pela primeira. Esse ponto de vista saiu reforçado durante os contatos que fiz com Itamar Santos, 55, serralheiro, residente na zona Sul de São Paulo, quem, no sábado (25 de janeiro), teve seu fusca 1975 incendiado na avenida Consolação por manifestantes que protestavam contra a realização da Copa de 2014 no Brasil.
O episódio tomou conta das redes sociais no dia seguinte (domingo, 26). Adeptos da tática black bloc e críticos de manifestantes que a utilizam se conflagraram virtualmente.
Os adeptos da tática black bloc trataram logo de tentar se defender desse crime que foi cometido dizendo que Itamar, “por sua conta e risco”, avançou sobre a barricada “oficial” que esse “movimento” plantou na via pública, como se fosse um crime tentar escapar de uma situação que pôs em pânico as duas mulheres e a criança de quatro anos que levava consigo no carro…
E que poderia ter matado a todos, caso o fusca tivesse explodido – e só Deus sabe por que não explodiu.
Detalhe: a vítima nega. Itamar diz que não seria louco de atravessar uma barricada em chamas e que acha que os black blocs incendiaram e jogaram o colchão em chamas sob seu carro quando tentou ultrapassar a barricada, pois a fizeram justamente para impedir que carros passassem.
Outra versão que os manifestantes começaram a espalhar na internet é a de que não foram eles que tocaram fogo no carro de Itamar, mas o “Estado brasileiro” por não atender a todas as demandas sociais de um país que tem tantas, o que parece uma bela justificativa para quem quiser delinquir – foi pego cometendo crime? Culpe o Estado.
Antes de prosseguir, quero relatar que fiquei emocionado ao ver o homem se justificando, dizendo que não deu entrevistas à imprensa em busca de que lhe doassem dinheiro. Tive que lhe dizer que ninguém cogitaria tal coisa e que ele não tem o que justificar, pois é vítima.
Seja como for, lancei no Facebook, no domingo, uma ideia que várias pessoas já cogitavam: fazer uma campanha de arrecadação de fundos para Itamar comprar outro carro, pois ele precisa do veículo para trabalhar. Nem vinte minutos após lançar a ideia, centenas de pessoas, no Facebook, no Twitter e até neste Blog se dispuseram a colaborar.
Ora, um fusca 1975 deve custar quanto? No máximo, algo ao redor de uns 5 ou 7 mil reais. Se cada uma dessas pessoas doar 30, 50, 100 reais, arrecadaremos essa quantia – ou mais – em questão de um dia ou dois, se tanto. E se arrecadarmos mais, que fique para Itamar comprar um carro mais novo. Até como reparação pelos danos morais e materiais que sofreu.
Para evitar que se tenha intermediários nessa campanha, optei por meramente pedir a Itamar o número de sua conta e quem quiser colaborar deposita o dinheiro direto na fonte. Abaixo, os dados para depósito.
BANCO ITAU
AGÊNCIA 6733
CONTA 07524-3
ITAMAR SANTOS
Mais do que doar, ajude a difundir esta campanha. Envie por Twitter, Facebook, compartilhe este post com quem puder. A causa é nobre. Prometo colocar aqui a foto do carro novo de Itamar. Assista, abaixo, a entrevista que fiz com ele.http://www.blogdacidadania.com.br/2014/01/ajude-itamar-a-comprar-outro-fusca-vaiterfusca/
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