O
Bloco Minas Sem Censura entrevistou Geraldo Elísio Machado Lopes, que
tem 54 anos de jornalismo, e foi vítima de ação de busca e apreensão em
sua residência, na sexta-feira, 31 de janeiro. Ex-colaborador do Novo Jornal, do
qual já se afastara há sete meses para cuidar da publicação de livros
de sua autoria, Elísio foi novamente convocado para o front das lutas
pela liberdade. E acusa abertamente Aécio e Andréa Neves de estarem por
trás dos atos de perseguição ao Novo Jornal. Língua afiada, Geraldo Elísio faz, ao final de sua entrevista um desafio aos Neves. Leiam.
MSC - Quem é você profissionalmente?
Geraldo
Elísio - Um jornalista com 54 anos de atuação em todas as áreas das
diversas mídias existentes, com orgulho de nunca ter sido desmentido e
uma carga de luta a favor da redemocratização do Brasil pós o golpe
civil militar de 64. E um Prêmio Esso Regional de Jornalismo,
em 1977, do qual me orgulho mais ainda, não por vaidade, mas pelo
sentido da causa: a luta a favor dos direitos humanos denunciando as
torturas praticadas contra o operário Jorge Defensor Vieira, quando
ainda existia o famigerado AI-5. Inúmeras coberturas políticas e algumas
internacionais. Também artista multimidia.
MSC - O que aconteceu em sua residência na última sexta-feira 31 de janeiro de 2014?
Geraldo
Elísio – Por volta das 15 horas o interfone do apartamento tocou, uma
voz masculina perguntou por mim, me identifiquei e fui solicitado a
comparecer ao portão. Assim o fiz e atendi a um delegado do Departamento
de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) e mais três policiais que o
acompanhavam com uma autorização judicial de busca e apreensão, com a
qual levaram meu netbook, pendrive, cds e cadernetas de telefone. Não
cito os nomes porque não deixaram sequer o número do documento portado
por eles e nem uma cópia do que foi arrestado, inclusive isto me soa
estranho, pois no site do Tribunal de Justiça nada consta. Sei que
existe o nome de alguém do Ministério Público e de algum juiz, mas como
nada deixaram não posso dizer nomes. Na ditadura civil militar vi
residências violadas na marra, mas com ordem judicial (será mesmo?)
creio ser pioneiro.
MSC – A quem você atribui tudo isto?
Geraldo
Elísio – Acuso frontalmente o senador Aécio Neves e sua irmã Andréa
Neves, no ímpeto de destruir as provas de denúncias formuladas pelo site
Novojornal. Principalmente as que se referem a denúncias de desvio de
dinheiro público e a acusação de que Aécio é dito usuário incurável de
cocaína. Porque saber que eu trabalhei no jornal virtual é público e
notório. Foram quase seis anos com editoriais assinados, em todos
oferecendo espontaneamente o direito de resposta a todas as pessoas
físicas e jurídicas citadas em meus textos. E tenho convicção de estarem
querendo desqualificar os documentos que comprovam o Mensalão Tucano
Mineiro e a Lista de Furnas. Quanto à Lista de Furnas por que o senhor
Dimas Fabiano Toledo a registrou em cartório? A Lista de Furnas teve uma
cópia xerox que foi periciada nos Estados Unidos e o perito que a
declarou falsa já tinha sido preso por perjúrio. Além do mais a Polícia
Federal já atestou que ela é verdadeira. Porém, Andréa Neves se julga um
gênio da comunicação e como não é, troca os pés pelas mãos. Tenho
igualmente certeza de que a dupla formada pelos netos do doutor Tancredo
Neves, autor da frase “O primeiro compromisso de Minas é com a
liberdade” quer incriminar os deputados Rogério Correia e Sávio de Souza
Cruz. Estão desesperamente tentando encontrar ou até forjar provas
mediante intimidação. Nasci no Grande Sertão Veredas e sei que “viver é
muito perigoso.” Não temo, não me intimido e se algo me acontecer nem é
preciso dizer de quem é a culpa, obviamente ressalvadas as causas
naturais. Se morrer, baixo o meu espírito em médiuns especializados em
psicografia e continuarei a denunciar as tramoias dos Neves ou quaisquer
outras.
MSC – E o que você pretende agora?
Geraldo
Elísio – Eu já tinha decidido me afastar de enfrentamentos políticos,
mas recebi um convite para uma briga boa. Estou no ringue. Claro, tenho
os meus defeitos mas não preciso me envergonhar deles. Se ser pobre não é
motivo de orgulho também não o é para vergonha. Vou oferecer a quebra
de todos os meus sigilos, fiscal, bancário e telefônico às autoridades
competentes e espero que Aécio e Andréa Neves façam o mesmo, pois ao
contrário deles respeito o princípio jurídico de que até prova em
contrário todos são inocentes e creio terem eles condições de tomarem a
mesma atitude que eu. Irei ou enviarei correspondência a todos os órgãos
ligados aos Direitos Humanos, inclusive à ONU denunciando o Estado de
Exceção em Minas Gerais. E como no meu netbook existem os textos de três
livros inéditos denuncio a minha condição de perseguido político
sujeito à censura prévia de minhas obras. E a luta segue em frente.
http://www.minassemcensura.com.br/conteudo.php?MENU=&LISTA=detalhe&ID=1256
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