- Então, o senhor pode começar a entregar o esquema agora mesmo, aqui na viatura.
- Eu sou um grande gestor de fundos de políticos, investidores e gente importante aqui no Brasil e fora do Brasil também, mas com envolvimento político muito grande.
- Eu sei que o senhor controla muita coisa no Brasil, mas não financia a totalidade da Polícia Federal, não financia o delegado Protógenes Queiroz e minha equipe de policiais … o senhor não financia o juiz Érico, senão ele não teria ordenado a sua prisão duas vezes.
- Realmente, vocês são uma situação inesperada na minha vida, essa estrutura que eu controlo está temporariamente abalada, mas, registre aí, não será abalada nem será destruída. O sistema funciona, delegado. Tome cuidado.
Esse é um diálogo entre o delegado Protógenes Queiroz e um banqueiro que chama de “Morcegão”, no livro “Operação Satiagraha – os bastidores da maior operação já feita pela Polícia Federal”, Editora Universo do Livros, pág. 110.
Por incrível coincidência, a Operação Satiagraha prendeu um banqueiro, Daniel Dantas, duas vezes por suborno de um agente da Polícia Federal – clique aqui para assistir ao vídeo que a Globo censurou, mas revela o que Gilmar Dantas (*) ignorou para dar um segundo HC Canguru a Dantas.
Daniel Dantas ainda está para ser julgado – e provavelmente encarcerado – por “crimes financeiros”.
Mas, não há, no livro, nenhuma, a mais remota indicação de que Morcegão seja Dantas.
Ou que o Juiz federal Érico seja o destemido Fausto de Sanctis.
Essas seriam precipitadas conclusões.
Como precipitado seria supor que o Dr. Graco, ministro que, no livro, tem o hábito de dar habeas corpus a rico, seja Gilmar Dantas (**).
Protógenes não chega a esse ponto de indiscrição.
Continua aquele edificante diálogo, quando Protógenes chega à Superintendência da Policia Federal, em São Paulo, na ilustre companhia do Morcegão:
- Vou reduzir a termo as declarações que o senhor fez dentro do veículo…
Nisso, o advogado Dr Alencar entra em desespero, intervindo:
- Não, não reduza a termo agora não ! Eu preciso ter uma conversa séria, urgente com o meu cliente. Reservadamente.
Mostrei a ponta da mesa.
- Pode ficar naquela ponta ali, conversem baixinho.
Terminada a conversa, eles se aproximam de mim. Morcegão senta-se à minha frente. Dr Alencar diz:
– Dr Queiroz, se o senhor conseguir reduzir a termo qualquer frase ou palavra dele que venha a comprometer o sistema que (o Morcegão) coordena no Brasil, eu prefiro que ele fique na cadeia. Porque ele vai morrer.
O livro “Operação Satiagraha” envergonha o Brasil, como “Operação Banqueiro”.
O Juiz Fausto de Sanctis foi implacavelmente perseguido por Gilmar Dantas.
Sobrevive numa anônima Vara de recursos de aposentados contra a Previdência.
Mas, continua a combater, na Academia, o criminoso de colarinho branco.
Ele não depôs as armas.
Protógenes responde a 32 processos administrativos, e sete só no Supremo Tribunal Federal.
O livro demonstra que tem contas a acertar.
Gilmar Dantas dá entrevistas, apresenta na tevê shows de dramaticidade – “o Ban – co – do – Bra – sil !, senhores” -, ouve grampos sem áudio, e exerce a função de Ministro do Supremo Tribunal Federal, de onde fala, duas vezes por dia, por telefone, com um dos 1001 advogados de Dantas.
Dantas está soltinho da Silva, ainda.
O que lhe permite perseguir jornalistas – inutilmente – com processos judiciais com a única função de intimidá-los pelo bolso.
Clique aqui para ir à aba “Não me calarão”, onde se acompanha a serie de derrotas que o ansioso blogueiro lhe aplica: duas, no Supremo Tribunal Federal.
Porém, nunca mais Dantas e Gilmar serão os mesmos.
O “esquema” perdeu a virgindade.
O “sistema funciona” no PiG e numa certa Justiça, mas até o Príncipe da Privataria, patrono de Dantas e Gilmar, até ele achou os blogs sujos dentro da tal kombi.
E, por aí, a impunidade começou a decompor-se.
A História e a Justiça os alcançarão, “sistema” e “esquema” – mais cedo que tarde.
Isso tudo, na vida real.
Entre os personagens imaginários do “Operação Satiagraha”, vale a pena conhecer a última frase do livro:
- Assim como o Morcegão não dorme, eu também não durmo, diz Protógenes.
Clique aqui para assistir a palpitante vídeo “quem é o Morcegão ?”.
Aqui para ver que o intimorato ministro Lewandowski abriu a investigação de número 2474 e Daniel Dantas está lá dentro – porque está dentro do mensalão (do PT e do PSDB).
Clique aqui para ler “Sem Gilmar, Dantas não existiria”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/02/03/o-que-o-morcegao-sabe-que-se-falar-morre/
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