quinta-feira, 10 de julho de 2014

Desestruturação tática feita pelo técnico causou apagão emocional


Por Sergio Medeiros


As modificações do time e a desestruturação.

Ao todo, exceto o goleiro Júlio César e o centroavante Fred, todo o resto do time sofreu alterações profundas. Explico.

O que foi visto de forma flagrante:

A – a troca de posição de David Luis e a entrada de Dante.

B - A manutenção de um time ofensivo com quatro atacantes – Fred Bernard Oscar e Hulk – sem vocação defensiva – isto é, não marcam, cercam, e não tem noção de posicionamento defensivo, contra uma Alemanha com quatro ou cinco jogadores no meio campo.

Isso, por si só, já é bastante complicado.

Mas, ainda assim, porque tanta facilidade.

Mais dois pontos:

C - desde o início pode ser observado que o lateral Marcelo (posição lateral esquerda) se somava aos atacantes.

A idéia – aparentemente - era fazer Marcelo se somar a Bernard ou com quem caísse na esquerda (Oscar ou Hulk).

Para isso, deslocou Luiz Gustavo para cobrir o Marcelo e também eventualmente ir ao ataque, como em outros jogos.

D - Com isso, quem efetivamente passa a fazer o papel do primeiro homem do meio campo, à frente da zaga é Fernandinho – na realidade trocando de posição com Luiz Gustavo.

Em outros termos, mais uma modificação(que altera duas posições), sendo que esta segunda se revelou tão desastrosa quanto a primeira.

E – O lateral Maicon, era a outra novidade, ainda que tivesse jogado contra a Colombia, não há como esquecer que era uma novidade.

Assim, na defesa, temos na realidade 04 modificações – Maicon em substituição a Daniel Alves, Dante no lugar de David Luis, David Luis no lugar de Tiago Silva e Marcelo numa função mais ofensiva.

Na primeira linha de meio campo – duas alterações – no lugar de Luiz Gustavo, Fernandinho e no lugar de Fernandinho, Luiz Gustavo e, pior, com novas funções.

No ataque, a priori, com a entrada de Bernard, e com a “rotatividade” de Oscar Hulk e Bernard, a única posição que não foi mexida foi a de Fred...

Falar em apagão emocional, sim, mas convenhamos, a desestruturação tática do time foi total.

Esperar que este time funcionasse coletivamente seria o mesmo que esperar um milagre...ainda mais contra uma equipe... organizada e postada de forma a aproveitar a “ofensividade brasileira”.
Olhem os gols...

No primeiro gol, que teve origem num escanteio, cedido pelo lateral Marcelo ao retornar de uma suas incursões no ataque, numa falha absurda, o zagueiro David Luiz esquece que está na posição à esquerda da zaga e vai marcar no outro lado deixando seu setor desguarnecido. Muller apenas escora a bola para as redes... fazia tempo que não via tamanha falha de marcação...

No segundo e terceiro gols, vê-se claramente um Fernandinho a frente da zaga, completamente perdido, e, ao mesmo tempo, um Luiz Gustavo perdido junto a lateral ... ao mesmo tempo a coordenação do miolo da zaga e Maicon na cobertura inexistem...

O quarto e quinto se originam de perda da bola na frente da zaga... fruto não só do descontrole emocional, mas também do descontrole tático... a zaga e o meio campo não sabem seu lugar ou tarefa e nesta confusão viram presas fáceis...

.... no segundo tempo... com as correções e a diminuição do ímpeto da Alemanha o Brasil passou a ter chances de gol e se mostrou mais consistente, ainda assim, pressionado para buscar um resultado menos humilhante, deixou o campo aberto aos contraataques, uma especialidade do time alemão....
Agora a pergunta??

O que leva um técnico com muitos anos de estrada a fazer improvisações que nem um estagiário faria, é que eu nem o Brasil conseguem entender...
Talvez um instinto messiânico...sei lá...

http://jornalggn.com.br/fora-pauta/o-instinto-messianico-de-um-tecnico-e-o-fim-de-uma-equipe

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