Por Eduardo Guimarães
Mesmo acreditando que Dilma vai se reeleger, é desolador ver uma parte expressiva do povo brasileiro não estar sabendo reconhecer quanto sua vida melhorou e, mais do que isso, não estar sabendo reconhecer que este governo impediu a crise de nos atingir.
Aliás, quero dizer, publicamente, que minha vida não mudaria nada caso Marina Silva fosse eleita – se Aécio se elegesse, porém, seria diferente porque haveria perseguição política e eu, como tantos outros blogueiros, seria alvo dele, da mídia contra a qual fiz quatro representações ao Ministério Público, seria alvo de um Gilmar contra o qual liderei uma ação na Justiça etc.
Mas sob um governo Marina, eu estaria tranquilo.
Ao longo dos últimos 12 anos, tanto o governo Lula quanto o governo Dilma jamais me deram nada – nem publicidade oficial, nem cargo, nem nada.
Até porque, nunca pedi. E mesmo quem pediu, não levou. Por isso mesmo, inclusive, que muitos que antes apoiavam o governo, deixaram de apoiar.
Mas meu blog, sob Marina ou Aécio, continuaria dizendo as mesmas coisas que diz hoje. Se Dilma se reeleger, continuará na mesma linha.
E mais: meu Blog não irá parar nunca. Até o dia em que eu morrer continuarei escrevendo no mínimo um texto por dia, dizendo tudo que eu pensar sobre o que interessa à coletividade, jamais fazendo daquele espaço um meio para atingir qualquer tipo de benefício pessoal.
Ninguém, absolutamente ninguém pode citar um único benefício que o Eduardo tenha auferido de sua militância política. Não tive benefício financeiro, não tive benefício profissional.
Aliás, no tempo de FHC eu sou uma exceção porque vivia melhor do que hoje... Ou melhor, vivia com mais dinheiro do que hoje. Mas, aí, descobri que o que me daria felicidade não seria dinheiro, seria paz.
E isso eu tenho, hoje. Ninguém manda em mim. Tenho meu escritório de representação que fatura pouco, mas paga uma vida minimamente digna. De resto, tenho um carro com 9 anos de uso, uma residência simples, uso roupas simples e só tenho despesa, hoje, com a Victoria, que tem uma decisão da Justiça que obriga o Plano de Saúde a lhe dar TUDO.
Nunca acharam nada contra mim e nunca vão achar porque levo uma vida espartana, não ando lambendo o traseiro de políticos – defendo projetos políticos, defendo até políticos, mas não fico correndo atrás deles pedindo isto ou aquilo – e não dependo em nada de governos.
Em fevereiro do ano que vem, o Blog da Cidadania completará 10 anos. Nesse período, tudo que recebi de dinheiro público foi pagamento de uma campanha de 30 dias da prefeitura de Guarulhos, que nada tem que ver com o governo federal.
Não tirei ainda o banner daquela prefeitura do Blog porque vou fazer uma reforma no visual da página e, enquanto não fizer, o banner ficará lá para o espaço não ficar vazio.
Enfim, vamos em frente. Vou trabalhar o quanto puder para ajudar Dilma a se reeleger, mas, se algo não der certo e o país cometer o desatino de eleger Marina, para mim não mudará nada.
Aliás, talvez o governo dela me fosse até melhor. Explico: Marina ou Aécio viriam para acalmar a choradeira dos empresários. Como meu ganha pão é exportação, podem ter certeza que a política econômica desses dois me seria favorável – pregam desvalorização do real e dólar mais caro aumentaria muito os meus ganhos.
O país ter sua moeda desvalorizada poderia ser bom para mim – por eu trabalhar com exportação – e para um setor muito poderoso do empresariado, mas, para a esmagadora maioria, seria um desastre.
O Brasil iria penar com a eleição de Marina. E não vou aqui repisar muito as razões porque há uma fartura de blogs – inclusive o meu – explicando o que seria um governo dessa senhora.
Só digo isto: além do arrocho salarial e do desemprego, acho que o pior que poderia trazer um governo Marina seria a convulsão social.
Ano passado, vimos que mesmo com todo mundo empregado e ganhando mais, com distribuição de renda, com ascensão da classe D para C, da C para B e da B para A, as pessoas ficaram descontentes. Imaginem com desemprego alto e salários arrochados.
Você que mudou de opinião política e abandonou o projeto petista, ou você que continua achando que Dilma e o PT são o “mal menor” mas não está trabalhando para impedir o desastre Marina, caso ela vença espere só para ver. E, depois, não reclame.
Dilma, Lula e a cúpula do PT não iriam se dar mal pessoalmente se Marina vencesse, apesar de perderem o poder. Quem iria se dar mal seria você, tendo ou não ajudado a eleger uma pessoa que já mostrou que só quer chegar ao poder, mesmo não tendo base política para governar, e que, uma vez lá, vai ver o que fará...
Se der, deu; se não der, paciência.
Quem iria se ferrar mais não seriam Dilma, Lula ou o PT, mas o povo brasileiro. Aqueles que mais precisam, inclusive. Mas não só. A classe média pagaria um preço altíssimo.
Por eu não ter qualquer dependência da política ou de quem governa, posso me dar ao luxo de dizer que, sob certo aspecto muito questionável, seria até bom que esse desastre Marina se abatesse sobre o país. Muita gente que a está apoiando precisa de uma lição.
E muita gente que diz apoiar Dilma mas que ajudou os marineiros e psolistas a tocarem fogo no país no ano passado, idem.
Um lado obscuro deste que escreve o tenta a querer ver quem reclamava de Dilma por causa da Secom ter que ir bater na porta da mesma Secom, mas, agora, sob Marina. Seria muito divertido.
Gostaria de ver os movimentos sociais que se engajaram nos protestos cretinos por 25 centavos, nos protestos cretinos contra a Copa, entenderem-se com um governo do banco Itaú.
Bem, uma parte daquela gente já se entendeu faz tempo, mas isso é outra história...
Mas e aqueles que dizem que o governo Lula e o governo Dilma são governos “de banqueiros” ou que são “iguais” ao governo FHC? Agora que banqueiros lutam para eleger Aécio ou Marina contra Dilma, aquela gente fechou suas bocas moles.
Felizmente, para esses desmiolados, acho que Dilma vai se reeleger.
Mas se a desgraça Marina se abatesse sobre o Brasil, eu nem seria mesquinho de dizer que avisei. Às vezes, tudo fica tão evidente que nem é preciso dizer nada. Até porque, a verdade sempre se impõe. Se Marina se elegesse, tudo ficaria muito claro. E rapidinho.
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