Por Sabra Arad
Comentário ao post "Por que a Lava Jato vai até 2018?, por Chico Vigilante"
As denúncias e os fatos tem
demonstrado cada vez mais arbitrariedades, cada vez mais
tendenciosidade, cada vez mais de violações, mais vazamentos, mais
escutas ilegais, mais declarações políticas, mais assédio, mais
chantagem. Tudo isto vem sendo denunciado e nada é feito.
Enquanto na ditadura, nada podia ser
denunciado, hoje tudo pode ser denunciado, mas parece que tudo cai num
vazio. Deram um poder ilimitado a um Juiz, a um grupo de policiais
federais, que unidos a imprensa e a grupos políticos, fazem o que
querem. O Conselho Nacional de Justiça nada faz, e o Ministro da
Justiça já não é nada há muito tempo. Uma denúncia como esta já
deveria ter no mínimo afastado o delegado para investigações. Mas pelo
contrário, levou uma cidadã à prisão numa demonstração de poder puro e
simples. O ministro da Justiça, chefe supremo da Polícia Federal, não
faz nada. O diretor nacional da Polícia Federal não faz nada. E o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) permite que juizes que agora parecem
trabalhar para a força tarefa da Polícia, providenciem mandatos e ordens
de prisão deste tipo.
Me parece que diante de todas as
instituições democráticas do país não temos nenhuma aonde recorrer.
Quando a corte suprema do país julgou o caso do Mensalão do PT numa
instância para a qual não há recurso, remeteu o caso do Mensalão tucano
para instâncias não inferiores mas sim instâncias que permitem recurso,
esta manobra comprometeu seriamente o Conselho Nacional de Justiça. Não
me venha falar foro privilegiado, pois Marcos Valério foi julgado em
dois foros pelo mesmo crime.
Quando o CNJ aceita as violações de
direito, com prisões preventivas e com o assédio para delações premiadas
comprometem a justiça. Quando membros da justiça vem a público
desqualificar as reclamações de advogados e as tratam como tentativas de
obstrução de justiça, estamos próximos de uma justiça de um regime
ditatorial. Quando juízes vem a público quase que dizer que suspeitos
devem eles mesmos produzir provas contra si mesmo, me parece que há mais
do que um equívoco. Na época da inquisição se dizia que a confissão
purificava, e que se um prisioneiro renitente morresse durante a
tortura, seria uma prova de sua culpa. Quando policiais em conjunto com
os juízes da república de Curitiba reforçam a cada momento que a vida
de cada um daqueles prisioneiros lhes pertence, quando arrastam pelas
ruas a honra destas pessoas e até afirmam em público que pretendem
quebrar esta pessoa. Onde está um poder garantidor de direitos. Quando
concordam com a execração publica, vazando fotos de seus arquivos.
Quando temos em vídeo flagrantes violações dos direitos de trabalho dos
advogados de defesa, cadê o CNJ, cadê o Ministro da Justiça , cadê o
diretor da Polícia Federal. A quem será que podemos recorrer sem nem
aos ensinamentos do Papa eles demonstram respeito quanto mais ao Bispo.
Parece que zombam das denúncias,
zombam da capacidade de discernimento da população. Eu digo que boa
parte desta população pode até ser contrária ao PT e a Lula, mas não
acredito que todos sejam favoráveis a imoralidades, nem que todos por
tanto tempo se enganem com relação aos objetivos destes que estão aí.
Quanto mais o tempo passa mais violações irão cometer, pois já se acham
no poder, já se acham acima de todas as coisas. Há inclusive um, que
acredita ser ungido por Deus, embora seja conivente com todos os
pecados. Torquemada também se achava ungido por Deus.
http://www.jornalggn.com.br/noticia/o-cnj-o-ministerio-da-justica-e-os-abusos-da-pf-por-sabra-arad
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