Greenhalgh ataca a PF de Cardozo: "Polícia política"
Foto: PEDRO LADEIRA/Agência Estado
Advogado Luiz Eduardo Greenhalgh diz ao 247 que a Operação Voucher marca o retorno da pirotecnia e do uso político da PF
Quem diz não é nenhum líder da oposição, mas sim o advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, referência jurídica do Partido dos Trabalhadores desde que o PT é PT.
Greenhalgh se refere à Operação Voucher, deflagrada ontem pela Polícia Federal, que prendeu 35 pessoas ligadas ao Ministério do Turismo – a maioria do PMDB, mas também alguns nomes do PT.
-- A meu ver, o ministro José Eduardo Cardozo não sabia da dimensão da operação, as informações repassadas à presidente Dilma foram superficiais e as provas parecem ser inconsistentes.
Greenhalgh, que há muito tempo condena a “pirotecnia” da PF, ficou especialmente chocado com a prisão do ex-deputado Colbert Martins, do PMDB da Bahia, que foi seu colega na Câmara dos Deputados e é secretário do Ministério do Turismo.
-- Por ele, eu coloco a mão no fogo.
A Operação Voucher pode criar problemas sérios para a articulação política do governo Dilma no Congresso. Ela foi considerada abusiva por lideranças do PMDB, mas também do PT, como o deputado Cândido Vaccarezza. E o ministro Pedro Novais, paradoxalmente saiu fortalecido do episódio, uma vez que a própria ministra Gleisi Hoffmann saiu em sua defesa.
Outro criminalista respeitado, o também ex-deputado José Roberto Batochio criticou o retorno das operações com finalidade política na Polícia Federal e também a postura do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
-- Um ministro que permite a existência de um Estado dentro do Estado, no caso a Polícia Federal, que não pode ser nenhum quinto poder, não serve para ser ministro.
Batochio, que é também advogado do ex-ministro Antonio Palocci, avalia que a Operação Voucher pode trazer danos ao futuro do governo Dilma.
No início de seu mandato, Dilma teve uma conversa com o ministro José Eduardo Cardozo e definiu que todas as operações da PF, com repercussões políticas, passariam antes pela mesa dela. No caso da Operação Voucher, Dilma parece ter levado uma bola nas costas.
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