As eleições municipais de 2012 estão começando. Não para os eleitores, que nem pensam no assunto. Mas para os políticos. Para eles, a largada foi dada.
A discussão do momento é a sucessão na prefeitura em São Paulo. A escolha dos prefeitos de algumas outras capitais recebe atenção, mas em plano menor.
Dessas, algumas devem ter fortes candidatos naturais, pois os atuais prefeitos disputam a reeleição e, a esta altura, são favoritos. É o caso do Rio de Janeiro com Eduardo Paes e Belo Horizonte com Marcio Lacerda. Em outras, o processo está mais aberto, seja porque o atual prefeito é pouco conhecido – era vice e assumiu o cargo após a desincompatibilização do titular no ano passado (como em Porto Alegre e Curitiba), não está no páreo, pois já foi reeleito (como em Salvador e Fortaleza), ou não tem boa avaliação (como no Recife).
A importância da eleição em São Paulo é indiscutível, mas costuma ser exagerada. Como maior cidade e capital econômica do País, tudo que acontece na política local tem repercussão nacional, nem que seja por suas consequências na vida política do estado, o maior colégio eleitoral brasileiro. Daí a imaginar que a escolha do prefeito da cidade tenha grande impacto na política brasileira há uma diferença.
Com Luiza Erundina, por exemplo, o PT conquistou a prefeitura em 1988 e viu Fernando Collor derrotar Lula na cidade no ano seguinte. Em 1992, foi a vez de Paulo Maluf, adversário figadal dos tucanos, ganhar, enquanto a cidade, dois anos depois, deu a Fernando Henrique uma vitória no primeiro turno. Nas próximas, o padrão se repetiu, com Celso Pitta vencendo em 1996 e FHC se reelegendo em 1998.
Houve resultados “alinhados” apenas nas eleições de 2000 e 2002, com Marta Suplicy na prefeitura e Lula no Planalto. Mas, quando Serra venceu em 2004 e Gilberto Kassab em 2008, voltamos ao normal, pois suas vitórias foram seguidas por duas do PT nas eleições nacionais.
Salvo, então, uma exceção, os demais casos indicam que o desempenho na eleição municipal de São Paulo não tem maior efeito na eleição presidencial seguinte. Mas, mesmo que não pavimente o caminho para Brasília, vencer na cidade é importante para qualquer partido.
Nas pesquisas atuais (que devem ser lidas com a cautela habitual, considerando sua grande distância da eleição) só três candidatos despontam, dos quase 20 mais comentados. No PT, Marta Suplicy; no PSDB, José Serra; no PP, Celso Russomanno. Nessa ordem, com Marta bem à frente de Serra e ele de Russomanno.
Algumas coisas chamam a atenção nos resultados. Em primeiro lugar, diferentemente do que costumam apregoar seus companheiros e amigos na mídia, Serra saiu mal da eleição de 2010. Ter, atualmente, 3% de intenções espontâneas e ficar atrás de Marta (com 9%) e Kassab (com 6%), empatando com Maluf, não é performance impressionante.
Alguém poderia argumentar que ele não é, apenas, lembrado espontaneamente para o cargo. Mas seu desempenho continua fraco nos cenários de voto estimulado, perdendo, com 24%, para Marta, que tem 29%. Seus melhores números aparecem quando os adversários são os nomes menos conhecidos do PT (Fernando Haddad e Jilmar Tatto), mesmo assim ficando pouco acima dos 25%. É pouco, para quem tem sua biografia, a menos que se considere que a desvalorizou com a campanha que fez (não esquecendo que é o mais rejeitado dos candidatos testados).
No PSDB, o grave é que Serra é, de longe, o nome mais viá-vel, vários corpos à frente de qualquer outro. Para os tucanos, talvez seja ruim com Serra, mas pior sem ele.
Do lado do PT, está Marta, na casa dos 30%, liderando em todos os cenários, e Aloizio Mercadante, com 10%, atrás de Serra e Russomanno. Fernando Haddad e Jilmar Tatto ficam distantes, não passando de 3%, independentemente dos oponentes. Ou seja, uma escolha que poderia ser considerada natural.
Consta, porém, que Lula prefere a candidatura de Haddad. Parece que acredita que poderia repetir o que fez com Dilma, apresentando-o à cidade e lhe transferindo os votos de que precisaria. Deve imaginar que seria melhor opção que Mar-ta.
Por tudo que já foi e fez, ninguém tem coragem de se contrapor ao ex-presidente. Mas não se pode esquecer que seu poder de transferência só foi plenamente confirmado na eleição presidencial, naquilo que os especialistas chamam de “transferência horizontal” (para o mesmo cargo). Na maior parte das vezes em que pensou influenciar eleitores para votar em candidatos a governador e prefeito (no que seria uma “transferência vertical”), não foi bem-sucedido. O que não quer dizer que não poderia fazer de seu ministro da Educação o prefeito de São Paulo.
Há vários outros nomes se movimentando nos demais partidos. Alguns são novidade, como Gabriel Chalita, outros personagens antigos, como Guilherme Afif. Da perspectiva de hoje, no entanto, nada indica que terão papel fundamental na eleição.
A discussão do momento é a sucessão na prefeitura em São Paulo. A escolha dos prefeitos de algumas outras capitais recebe atenção, mas em plano menor.
Dessas, algumas devem ter fortes candidatos naturais, pois os atuais prefeitos disputam a reeleição e, a esta altura, são favoritos. É o caso do Rio de Janeiro com Eduardo Paes e Belo Horizonte com Marcio Lacerda. Em outras, o processo está mais aberto, seja porque o atual prefeito é pouco conhecido – era vice e assumiu o cargo após a desincompatibilização do titular no ano passado (como em Porto Alegre e Curitiba), não está no páreo, pois já foi reeleito (como em Salvador e Fortaleza), ou não tem boa avaliação (como no Recife).
A importância da eleição em São Paulo é indiscutível, mas costuma ser exagerada. Como maior cidade e capital econômica do País, tudo que acontece na política local tem repercussão nacional, nem que seja por suas consequências na vida política do estado, o maior colégio eleitoral brasileiro. Daí a imaginar que a escolha do prefeito da cidade tenha grande impacto na política brasileira há uma diferença.
Com Luiza Erundina, por exemplo, o PT conquistou a prefeitura em 1988 e viu Fernando Collor derrotar Lula na cidade no ano seguinte. Em 1992, foi a vez de Paulo Maluf, adversário figadal dos tucanos, ganhar, enquanto a cidade, dois anos depois, deu a Fernando Henrique uma vitória no primeiro turno. Nas próximas, o padrão se repetiu, com Celso Pitta vencendo em 1996 e FHC se reelegendo em 1998.
Houve resultados “alinhados” apenas nas eleições de 2000 e 2002, com Marta Suplicy na prefeitura e Lula no Planalto. Mas, quando Serra venceu em 2004 e Gilberto Kassab em 2008, voltamos ao normal, pois suas vitórias foram seguidas por duas do PT nas eleições nacionais.
Salvo, então, uma exceção, os demais casos indicam que o desempenho na eleição municipal de São Paulo não tem maior efeito na eleição presidencial seguinte. Mas, mesmo que não pavimente o caminho para Brasília, vencer na cidade é importante para qualquer partido.
Nas pesquisas atuais (que devem ser lidas com a cautela habitual, considerando sua grande distância da eleição) só três candidatos despontam, dos quase 20 mais comentados. No PT, Marta Suplicy; no PSDB, José Serra; no PP, Celso Russomanno. Nessa ordem, com Marta bem à frente de Serra e ele de Russomanno.
Algumas coisas chamam a atenção nos resultados. Em primeiro lugar, diferentemente do que costumam apregoar seus companheiros e amigos na mídia, Serra saiu mal da eleição de 2010. Ter, atualmente, 3% de intenções espontâneas e ficar atrás de Marta (com 9%) e Kassab (com 6%), empatando com Maluf, não é performance impressionante.
Alguém poderia argumentar que ele não é, apenas, lembrado espontaneamente para o cargo. Mas seu desempenho continua fraco nos cenários de voto estimulado, perdendo, com 24%, para Marta, que tem 29%. Seus melhores números aparecem quando os adversários são os nomes menos conhecidos do PT (Fernando Haddad e Jilmar Tatto), mesmo assim ficando pouco acima dos 25%. É pouco, para quem tem sua biografia, a menos que se considere que a desvalorizou com a campanha que fez (não esquecendo que é o mais rejeitado dos candidatos testados).
No PSDB, o grave é que Serra é, de longe, o nome mais viá-vel, vários corpos à frente de qualquer outro. Para os tucanos, talvez seja ruim com Serra, mas pior sem ele.
Do lado do PT, está Marta, na casa dos 30%, liderando em todos os cenários, e Aloizio Mercadante, com 10%, atrás de Serra e Russomanno. Fernando Haddad e Jilmar Tatto ficam distantes, não passando de 3%, independentemente dos oponentes. Ou seja, uma escolha que poderia ser considerada natural.
Consta, porém, que Lula prefere a candidatura de Haddad. Parece que acredita que poderia repetir o que fez com Dilma, apresentando-o à cidade e lhe transferindo os votos de que precisaria. Deve imaginar que seria melhor opção que Mar-ta.
Por tudo que já foi e fez, ninguém tem coragem de se contrapor ao ex-presidente. Mas não se pode esquecer que seu poder de transferência só foi plenamente confirmado na eleição presidencial, naquilo que os especialistas chamam de “transferência horizontal” (para o mesmo cargo). Na maior parte das vezes em que pensou influenciar eleitores para votar em candidatos a governador e prefeito (no que seria uma “transferência vertical”), não foi bem-sucedido. O que não quer dizer que não poderia fazer de seu ministro da Educação o prefeito de São Paulo.
Há vários outros nomes se movimentando nos demais partidos. Alguns são novidade, como Gabriel Chalita, outros personagens antigos, como Guilherme Afif. Da perspectiva de hoje, no entanto, nada indica que terão papel fundamental na eleição.
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