sexta-feira, 14 de outubro de 2011

As desculpas esfarrapadas de O Globo para o fracasso das marchas contra a corrupção




A sociologia James Brown d’O Globo

Que os editoriais de O Globo ataquem o Governo, nenhuma novidade. Que se apresente como paladino da moral e dos bons costumes políticos, também nenhuma novidade, porque não lhes cora o rosto terem crescido sob o manto de uma ditadura que cobriu a Globo como quem sombreia um cogumelo para que este viceje .

Mas hoje, a pretexto de apoiar as manifestação anticorrupção como efeito da inflação, do aumento de impostos (quais?) e, claro, do governo eleito pelo povo, baixa-lhe o espírito de James Brown (que sua memória me perdoe)  e saca uma explicação para a esqualidez destas atos, que são – malgrado boas intenções de alguns de seus participantes – nitidamente insuflados pela oposição e pela mídia.

Diz que é o “feel good factor”.

Ou seja, o povo não vai porque está se sentindo bem, porque “país continua crescendo, o desemprego está em níveis ainda suportáveis, os programas assistenciais atenuam a miséria”.

Claro, bom mesmo era no governo FHC, que O Globo apoiou de forma militante, quando a máxima era mais para o “I’m bad” do Michael Jackson, e o país não estava crescendo, o desemprego estava nas alturas e os programas sociais eram de dimensão muitíssimo menor.

Vejam que tipo de credibilidade pode ter um jornal que diz que”o desemprego está em níveis ainda suportáveis” quando o último dado do IBGE mostra o menor desemprego da história? Um jornal que vibra a cada má notícia e que até as cria, quando elas não existem?

Mas sejamos justos, não age assim contra o governo brasileiro, apenas. Na mesma edição, outro editorial só falta chamar os argentinos de “otários” por estarem dando esmagadora maioria para Cristina Kirchner nas pesquisas eleitorais.

Seria, dizem, resultado do clima de ficção construído por uma mídia oficialista e alerta que com a nacionalização de uma fábrica de papel, a presidenta argentina teria “a faca e o queijo na mão para arroxar ( sic, com xis mesmo, ai, ai…) a imprensa crítica e premiar os amigos”.

Quem sabe la Kirchner vai distribuir também umas emissoras de televisão para os amigos do regime, não é? Poderia perguntar às Organizações Globo como isso se faz e aproveitar a experiencia que tiveram com a ditadura brasileira…

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