quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dia das Crianças: pais defendem seus filhotes



Dia das Crianças: pais defendem seus filhotesFoto: Divulgação

EM CARTA AO 247, JULIO HOCSMAN E IOLANDA BASTOS, PAIS DE RAFINHA BASTOS, DIZEM QUE SEU FILHO FOI VÍTIMA DA INVEJA, DA TRAIÇÃO E DE UMA PERSEGUIÇÃO NAZISTA; NO JORNAL QUE COMANDA, AMÉRICO BUAIZ, PAI DE VITOR BUAIZ, DEFINE O HUMORISTA COMO "VICIADO" E "CRETINO"; ALGUÉM TEM RAZÃO OU SERÃO TODOS CRIANÇAS?

12 de Outubro de 2011 às 08:11
247 – Fazia tempo que um episódio na televisão brasileira não gerava tanta polêmica. Desde que o humorista Rafinha Bastos perdeu as estribeiras e fez uma piada sobre a cantora Wanessa Camargo, dizendo que “comeria ela e seu bebê”, fato que culminou com sua demissão da Band, milhares de textos e comentários foram escritos e postados pelos internautas. Aqui, no 247, o caso teve destaque porque, a nosso ver, retrata uma certa decadência do humor brasileiro – e que não tem como único expoente o humorista gaúcho. São vários os programas que apostam na agressão e na humilhação alheia como recurso derradeiro do riso. Também dedicamos espaço para a defesa, como no artigo do colunista Eder Fonseca, que comparou Rafinha Bastos a uma espécie de Judas dos dias atuais (leia mais aqui).
Este artigo de Eder, memorável, fez com que os pais de Rafinha Bastos, Julio Hocsman e Iolanda Bastos, escrevessem ao 247 o que vai abaixo:
“O que aconteceu ao Rafa nos entristeceu. Entristeceu, e com a mesma profundidade que nos entristece a constatação do espaço que a mediocridade, a traição pessoal e a inveja profissional ainda ocupam em nosso país. O Rafinha saiu daqui do nosso cantinho provinciano há 10 anos e neste curto espaço de tempo venceu aí em São Paulo e foi matéria na mídia internacional. Isto a muitos alegra, a outros pesa como uma ameaça.Vencer de forma igual, nem pensar. Mais fácil é destruir. Os nazistas fizeram isto com livros pensando que com a fogueira queimavam ideias. Mas elas continuaram circulando, superaram o gesto medíocre. Assim será com o Rafinha, isto nós te asseguramos pois já vimos ele superar outras adversidades. E esta garantia é de quem oconheçe de berço.
Julio Hocsman e Iolanda Bastos Hocsman – PAIS DO RAFINHA”
Rafinha Bastos, de fato, vinha se tornando um personagem mais popular do que o próprio líder do CQC, Marcelo Tas. No Twitter, por exemplo, Rafinha é apontado como o personagem mais influente do mundo, o que lhe rendia, além de popularidade, fartos contratos publicitários. Terá sido essa a inveja e a traição apontadas pelos pais de Rafinha?
E não se pode negar, de fato, que Rafinha venceu no mercado mais competitivo do Brasil. E que certamente tem inteligência suficiente para dar a volta por cima.
Assim como os pais de Rafinha defenderam o filhote, o mesmo foi feito por Américo Buaiz, pai de Marcos Buaiz e dono de um jornal em Vitória, Espírito Santo. Segundo o sogrão de Wanessa Camargo, Rafinha é um “viciado que sente o prazer da droga” e libera sua agressividade. Leia abaixo, no qual Américo define Rafinha como um “cretino”:

"Festejamos um tempo de novas tecnologias, de informações diversificadas e on line, do acesso ao mundo em tempo real. Assistimos uma geração crescer com novos referenciais (ou sem eles), alterando fronteiras, mas com dificuldades de perceber limites. A imagem frequentemente prevalece sobre a realidade e se projetam idealizações que nos fazem reféns de marcas, de comportamentos, do consumo compulsivo por tudo que nos é "imposto" pelo "outro" que toma um significado supervalorizado. Precisamos de ídolos que traduzam estas expectativas, que representem essa nova linguagem, essa nova forma de nos relacionarmos onde ferramentas como facebook e twitter são indispensáveis.
Rafinha Bastos surgiu (como mais um e de forma intensa) para responder essas demandas. Irreverente, sem papas na língua, fez da bancada do CQC a tribuna para falar o que pensa, sem medir qualquer conseqüência, e o que muitos gostariam de dizer. Tornou-se um fenômeno: acompanhado por milhões, capa de revistas, propagandista de sucesso de produtos voltados para os jovens. Foi de forma crescente liberando sua agressividade, seu potencial ofensivo e continuou sendo aplaudido e acreditando que fazer mais do mesmo seria uma fórmula para mantê-lo no “estrelato”. Travestido de crítico do politicamente correto e em nome do humor, se arvora o direito de romper qualquer limite de civilidade e transgredir o limiar do bom senso. Tal como um "viciado" que sente o prazer da droga, mas não consegue avaliar sua capacidade de destruição, seguiu atacando impunimente até que deu efetivas demonstrações de que perdeu o controle. Primeiro declarou que as "mulheres feias não teriam do que reclamar se estupradas e sim ficarem agradecidas". Depois e por último acrescentou ao comentário de Marcelo Tas de que Wanessa Camargo está muito bonitinha grávida que "comeria ela e o bebê. Eu não tô nem aí".
De uma só vez desrespeitou valores sagrados, agrediu mães no seu sublime sentimento de maternidade e pais que tem como missão cuidarem e preservarem seus esperados e indefesos bebês. Perdeu a dignidade, a compostura para não perder a piada infame e de mau gosto. Como sogro, como pai, como avô, como empresário de comunicação e, principalmente, como cidadão, tenho crença de que a punição "temporária" de não mais co-apresentar o CQC se torne permanente porque como telespectador foi um prazer não ver um cretino continuar se utilizando de um veículo de massa para satisfazer seu próprio ego. Os trapezistas não podem acreditar que voam e os criminosos têm que ser colocados à margem da sociedade.
Rafinha, você não está nem aí, mas nós estamos aqui!
Americo Buaiz Filho"
O que dizer dos pais de Rafinha Bastos e Vitor Buaiz? Serão também crianças, como na canção Pais e Filhos, de Renato Russo?

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