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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Um pedido de vista coletivo adiou nesta quarta-feira (13) decisão do Conselho de Ética da Câmara sobre abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) por suspeita de ligação com o grupo do empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira.
O relator do caso, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), apresentou seu voto na semana passada acolhendo representação do PSDB contra Protógenes e defendendo o aprofundamento das investigações para avaliar a postura do colega.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) puxou o pedido de vista que foi seguido por diversos colegas. O PT se movimentou a favor de Protogenes. O deputado Sibá Machado (PT-AC) chegou tentar apresentar para ser analisado um voto em separado pedindo arquivamento da investigação, mas não conseguiu porque o regimento do conselho não permite essa manobra.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), que não compõe o conselho, também se manifestou e disse que a posição do partido é pelo arquivamento da ação dos tucanos, contrariando o voto do relator que também é de sua bancada. "Nós temos a convicção que não tem sentido abrir processo no Conselho de Ética [contra Protógenes]", disse.
A postura do líder petista foi criticada pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), que defendeu autonomia para os conselheiros. "Cada conselheiro tem que julgar com sua consciência de acordo com o que vem dos autos. Posição de partido no Conselho não recomendamos", disse.
O presidente do PT, Rui Falcão, procurou o relator no fim de semana para informar que o partido já tinha convicção para liberar Protógenes do processo.
Teixeira disse que o caso de Protógenes no conselho perdeu o foco e virou um jogo político entre PSDB e PT. Segundo ele, o pedido de vista mostrou que os tucanos não querem aprofundar as investigações contra o deputado, mas apenas desgastá-lo politicamente. Questionado sobre o interesse do PT em liberar o deputado, não sobre precisar. "Estou dizendo que está todo mundo fazendo jogo político."
Ao defender a posição do PT, Sibá disse que não há nenhum fato que complique a situação de Protógenes.
Deputados do conselho, no entanto, questionam o envolvimento de Protógenes depois que gravações feitas pela Polícia Federal indicaram sua proximidade com Idalberto Matias Araújo, o Dadá, apontado como integrante do grupo de Cachoeira. Seriam pelo menos cinco ligações no período em que ele já era deputado.
Protógenes fez um corpo a corpo com os integrantes do conselho e distribuiu uma defesa prévia, sustentando que não tem ligações com o grupo de Cachoeira. No texto, ele sustenta que a abertura do processo seria "condenação política" e que teve uma relação de trabalho com Dadá na época em que trabalhava na inteligência da Polícia Federal.
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