O chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, Edson Aparecido (PSDB), nega que haja qualquer irregularidade na compra de seu apartamento situado na Vila Nova Conceição. "Realizei uma compra completamente lícita, declarada no Imposto de Renda", disse.
Ele afirma que "não conhece" o empresário Luiz Albert Kamilos, que além de dono da Construtora Kamilos é membro do Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo).
Na primeira resposta encaminhada por e-mail na última segunda-feira (22), Aparecido disse que havia feito um acordo (não registrado) em 2001, para a compra do imóvel. Isso também está declarado na escritura.
Um dia depois, numa segunda versão, o secretário disse que nunca houve qualquer "acordo" e que tal informação consta de fato na escritura, mas é "confusa".
Aparecido afirma que comprou o imóvel por meio da imobiliária Coelho da Fonseca em 2007, quando era deputado federal, mas não explicou por que teria obtido o "desconto".
"Minhas respostas estão embasadas em minhas declarações à Receita Federal e junto aos tribunais eleitorais", afirmou.
"Não tinha como saber se o construtor imobiliário (sic) tinha negócios com o governo, eu não era do governo e pouco me importava com as relações desse proprietário com quem jamais tive contato", completou o secretário em uma terceira resposta encaminhada para a reportagem, por meio de um SMS, na tarde desta quinta (25).
O empresário Luiz Albert Kamilos, dono da Construtora Kamilos, não respondeu ao contato durante a elaboração desta reportagem.
Por duas vezes, em dois escritórios diferentes, o UOL ligou pedindo para falar com o empresário. A reportagem antecipou que se tratava de um caso que envolvia seu nome e a venda de um de seus bens.
Em uma das ligações, uma secretária anotou os contatos da reportagem e informou que os encaminharia ao principal assessor de Kamilos, identificado apenas como Laureano.
Até a publicação desta reportagem, ninguém da Kamilos entrou em contato.
As explicações do secretário
- Sobre o motivo de o secretário ter afirmado em um primeiro momento que a compra do
apartamento foi acertada ainda na planta, em 2001, acordo "não registrado", como consta na escritura lavrada no 14º Cartório de Registro:
- Sobre como foi feito o pagamento do imóvel:
- Sobre o porquê de o secretário declarar ao TSE em 2010 que o apartamento ainda valia R$ 620 mil, quando uma unidade semelhante já era vendida por R$ 6,1 milhões, segundo corretores consultados pela reportagem:
- Sobre como, não tendo outras fontes de renda (conforme declarou à reportagem), o deputado também adquiriu (em 2005) outro imóvel de alto padrão na praia de Maresias (litoral norte de São Paulo), por R$ 550 mil (hoje avaliado em mais de R$ 1,5 milhão):
- Por que esse imóvel antigo de São Sebastião, dado em parte do pagamento para a nova propriedade em Maresias, nunca foi declarado ao TSE?
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