Por que a mistura de juventude, futebol e mulheres costuma ser explosiva, como no caso da namorada de Rafael Silva, jogador da Portuguesa, que morreu após cair do 15º andar de um prédio
Claudia JordãoCASAL
Rafael, 20 anos, e Flávia, 16, se conheceram
três anos atrás e moravam juntos desde 2010
Um jovem humilde, de educação precária, sem preparo psicológico. Uma carreira promissora, com salários estratosféricos e assédio constante – da mídia, dos patrocinadores, da família e, especialmente, das mulheres. A combinação explosiva, tão comum na biografia dos jogadores de futebol brasileiros, rendeu novamente uma manchete policial na semana passada. No domingo 31, Flávia Anay de Lima, 16 anos, mulher do jogador da Portuguesa Rafael Silva, 20, caiu do 15º andar do prédio onde moravam na Vila Carrão, em São Paulo. Em depoimento, Rafael alegou que, após discutirem, por causa de uma crise de ciúme dela, a jovem cometeu suicídio. A família de Flávia, no entanto, alega que o jogador bebia e era agressivo e defende a hipótese de homicídio. No apartamento, a polícia encontrou sangue, garrafas de bebida e objetos quebrados. A discussão teria se iniciado num bar e continuado no apartamento. Um vizinho disse que praticamente só escutava a voz de Flávia.
São incontáveis os episódios envolvendo jogadores que vão parar na Justiça ou na polícia. Em maior grau (do goleiro Bruno, acusado de ter assassinado a ex-namorada Eliza Samudio) ou em menor grau (do Alexandre Pato, que briga com a ex-mulher por causa de pensão alimentícia), costuma ser fatal a atração que a bola exerce. Para esses rapazes, em geral muito novos e imaturos, o futebol representa a perspectiva de ascensão social meteórica. Para as moças, vira a oportunidade de ter contato com um mundo de glamour, viagens e muito dinheiro. “Ao mesmo tempo que a estratégia de sobrevivência desses jovens é de se tornar um craque da bola, a estratégia de sobrevivência de suas namoradas é de se casar, ter filhos e obter uma boa pensão”, diz o psicanalista e sociólogo Antonio Flávio Testa, da Universidade de Brasília. Segundo ele, essa relação de interesse, na maioria das vezes regada a ciúme doentil, favorece os desfechos conturbados – e tragédias.
Rafael e Flávia se conheceram há três anos em uma praia no litoral paulista, onde ela morava com os pais, o empreiteiro Francisco Carlos Silva e a dona de casa Laura Adriana de Lima. Tiveram um breve romance e se afastaram. Há pouco mais de um ano, se reencontraram na internet e resolveram namorar. Flávia se mudou, então, para São Paulo para morar com Rafael. Na Portuguesa desde os 11 anos, ele ainda era amador e não ganhava o suficiente para manter uma casa. Por isso se mudaram para a casa dos avós de Flávia, onde viveram juntos por seis meses. Rafael virou titular do clube em fevereiro deste ano, quando passou a receber um salário de cerca de R$ 4 mil. Foi aí que alugaram o apartamento na Vila Carrão.
São incontáveis os episódios envolvendo jogadores que vão parar na Justiça ou na polícia. Em maior grau (do goleiro Bruno, acusado de ter assassinado a ex-namorada Eliza Samudio) ou em menor grau (do Alexandre Pato, que briga com a ex-mulher por causa de pensão alimentícia), costuma ser fatal a atração que a bola exerce. Para esses rapazes, em geral muito novos e imaturos, o futebol representa a perspectiva de ascensão social meteórica. Para as moças, vira a oportunidade de ter contato com um mundo de glamour, viagens e muito dinheiro. “Ao mesmo tempo que a estratégia de sobrevivência desses jovens é de se tornar um craque da bola, a estratégia de sobrevivência de suas namoradas é de se casar, ter filhos e obter uma boa pensão”, diz o psicanalista e sociólogo Antonio Flávio Testa, da Universidade de Brasília. Segundo ele, essa relação de interesse, na maioria das vezes regada a ciúme doentil, favorece os desfechos conturbados – e tragédias.
Rafael e Flávia se conheceram há três anos em uma praia no litoral paulista, onde ela morava com os pais, o empreiteiro Francisco Carlos Silva e a dona de casa Laura Adriana de Lima. Tiveram um breve romance e se afastaram. Há pouco mais de um ano, se reencontraram na internet e resolveram namorar. Flávia se mudou, então, para São Paulo para morar com Rafael. Na Portuguesa desde os 11 anos, ele ainda era amador e não ganhava o suficiente para manter uma casa. Por isso se mudaram para a casa dos avós de Flávia, onde viveram juntos por seis meses. Rafael virou titular do clube em fevereiro deste ano, quando passou a receber um salário de cerca de R$ 4 mil. Foi aí que alugaram o apartamento na Vila Carrão.
EXPLICAÇÕES
Rafael depôs na polícia na segunda-feira 1o
Segundo o advogado de Rafael, Giuseppe Cláudio Fagotti, Flávia era ciumenta e tinha crises cada vez mais constantes. “Rafael me contou que Flávia trabalhava como manicure e se irritava sempre que uma cliente aparecia em seu apartamento quando ele estava em casa”, diz Giuseppe. Segundo o advogado, Flávia teria cometido suicídio quando viu o namorado fazer as malas para deixá-la. “Ela entrou em desespero e tentou se jogar da janela do quarto, mas ele conseguiu impedi-la”, diz Giuseppe. “Então ela foi para a sala e ele não conseguiu impedi-la.” Espera-se que a polícia possa esclarecer o que de fato ocorreu naquela noite.
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