terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bovespa tem pior dia desde 2008 e maior queda entre bolsas

 

Na semana passada, o índice da bolsa brasileira teve queda acumulada de cerca de 10%.

Do Portal Terra

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O rebaixamento inédito da nota de crédito dos Estados Unidos anunciado na sexta-feira pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) repercutia no começo desta semana nas bolsas de valores de todo o mundo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve o pior resultado entre as principais bolsas, e chegou a desabar até 9,74% na mínima do dia, atingindo 47.793 pontos, com o temor de que as economias globais estejam entrando em nova recessão. O principal índice das ações brasileiras, Ibovespa, fechou o pregão em queda de 8,08%, a 48.688 pontos.


Com a preocupação, investidores do mercado de renda variável ampliam as vendas de ações, o que provoca a redução de seus valores, e consequentemente, menor pontuação dos principais índices que medem o desempenho dos papéis.


Nos EUA, o índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, fechou em queda de 5,5%, pouco após o presidente Barack Obama afirmar em um pronunciamento oficial que o país não precisa de uma agência de classificação para dizer que necessita de uma abordagem de longo prazo equilibrada para conseguir reduzir o déficit americano. Os índices Nasdaq, de tecnologia, e S&P 500, terminaram o pregão em queda de 6,9% e 6,6%, respectivamente.


Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 caiu 3,4% no pregão desta segunda-feira, para o menor nível em quase dois anos. O indicador já acumula baixa de 16% desde o início de 2011. Na Ásia, o índice MSCI tombou 3,23%. O MSCI não leva em conta o mercado acionário japonês, no qual o índice Nikkei, de Tóquio, fechou o dia em queda de 2,18%.


Na sexta-feira (5), os Estados Unidos tiveram sua nota de dívida rebaixada pela primeira vez na história, pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P). O país sustentava a nota máxima, "AAA", e passou a ser classificada como "AA+" após a agência ter considerado insuficiente o acordo feito no Congresso americano para solucionar a saúde financeira dos EUA.


No dia 2 de agosto, data limite para a definição de um acordo parlamentar para elevar o limite de endividamento do país e evitar a suspensão do pagamento da dívida, o presidente Barack Obama sancionou uma lei designada a reduzir o déficit fiscal em US$ 2,1 trilhões ao longo de 10 anos, bem abaixo do montante de US$ 4 trilhões considerado pela S&P como uma boa "entrada" para arrumar as finanças.


Segundo a S&P, ainda há possibilidade de a nota sofrer um novo corte em até 18 meses. As outras duas principais agências de classificação, Fitch e a Moody's, mantiveram a nota máxima para o país. A título de comparação, o Brasil possui atualmente pela S&P nota "BBB-", o chamado "grau de investimento".


Além da dívida americana, a situação na Europa também preocupava os investidores. O Banco Central Europeu (BCE) comprava bônus soberanos da Itália e da Espanha para reduzir os juros cobrados pelo mercado a esses países, considerados insustentáveis.


É o primeiro pregão após o histórico rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Embora a Fitch e a Moody's tenham mantido a nota máxima para o país, a notícia resumiu o temor dos investidores com a dívida americana no longo prazo. Os principais índices das bolsas do país caíam cerca de 3%.

Saiba mais


O mercado acompanha de perto o desempenho do Ibovespa porque este é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. O índice retrata o comportamento dos principais papéis negociados na bolsa. A pontuação do Ibovespa aumenta na medida em que sobe o valor das ações.

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