MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Líderes da base aliada da presidente Dilma Rousseff na Câmara reclamaram, nesta terça-feira (9), de abuso de poder do Judiciário no caso das prisões no Ministério do Turismo. No total, 35 pessoas foram presas nesta manhã na Operação Voucher.
Um dos detidos é o secretário-executivo da pasta Frederico Costa. O ex-secretário-executivo, Mário Moysés, e o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, o ex-deputado Colbert Martins, também foram presos.
Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), uma pessoa que está há dois meses no ministério, como Colbert Martins, não pode ser presa sem nenhum tipo de explicação por convênios firmados em 2009.
"Acho que houve abuso de poder do Judiciário e do Ministério Público", afirmou o petista.
A opinião é a mesma do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que reclama do tratamento dado pelo Judiciário ao seu correligionário, Colbert Martins. "Isso é um absurdo. Ele foi preso sem nem saber o porquê, sem nem ter sido ouvido. Esse procedimento não é correto, não faz parte do Estado democrático de direito", disse.
Em almoço nesta terça-feira na casa de Alves, todos os líderes da base disseram-se perplexos com a ação da Polícia Federal. "Há uma indignação generalizada", resumiu o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). O clima do almoço, segundo participantes, foi de forte cobrança e contrariedade.
Os deputados ressaltam que as investigações são referentes aos convênios firmados em 2009, mas pessoas que entraram no ministério neste ano também foram presas. "Tudo isso nos surpreende pela forma que está sendo executada. Não se pode prejulgar todo mundo como corrupto", disse Alves.
"Essa decisão da Justiça é absurda e muito estranha. É preocupante a forma como foi feita, tudo por um juiz de primeira instância", afirmou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
A Operação Voucher, da PF, investiga o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares. Além dos presos, estão sendo investigados funcionários da ONG Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), foco da fraude, e empresários, de acordo com a PF.
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