Versões paralelas de gigantes da internet - como YouTube, Facebook e Google - não param de crescer e prometem conquistar usuários também no Ocidente
Larissa Veloso e Francisco Alves FilhoGIGANTESCO
Cyber café lotado de internautas na cidade de Taiyuan.
Navegação no país é censurada pelo governo comunista
Cyber café lotado de internautas na cidade de Taiyuan.
Navegação no país é censurada pelo governo comunista
Copiar a criatividade alheia é uma das características mais famosas do mercado chinês. Essa vocação para a pirataria, que tornou turbulentas as relações comerciais com o resto do mundo, chega agora de forma bombástica à web. Sem a menor cerimônia, a China lançou sites genéricos dos maiores gigantes da internet, como Google, Facebook, Twitter e YouTube, e as criaturas cresceram tanto que estão competindo com seus modelos originais. O portal de buscas Baidu já é o terceiro maior do planeta e brevemente deverá ultrapassar o segundo colocado, o Yahoo!, com a ajuda de um novo parceiro, ninguém menos que a Microsoft. Em um movimento surpreendente, a empresa de Bill Gates associou-se aos chineses há algumas semanas para fornecer resultados de buscas em inglês. Já a rede social Renren tem um quarto dos usuários do Facebook, o que não deixa de ser uma vitória, e já avança em direção à conquista de usuários ocidentais. E os clones não param de surgir.
Essa modalidade de pirataria digital começou como resposta do governo autoritário à entrada de portais estrangeiros no país: vários deles foram censurados (o Google chegou a se retirar da China por conta disso) e houve incentivo à criação de versões locais. O movimento deu tão certo que deixou de ser uma estratégia de defesa e transformou-se em um plano de ataque para as autoridades de Pequim. “Eles incentivam verdadeiras fábricas de cópias de sites ocidentais e concedem vários benefícios, como isenção de aluguel para as instalações”, explica Silvio Meira, presidente da Sociedade Brasileira de Computação e professor da Universidade Federal de Pernambuco. Os resultados aparecem em forma de crescimento dos lucros e aumento do número de usuários. Altos faturamentos, aliás, são outra marca do mercado daquele país.
Na base do fenômeno chinês na internet está o rompimento das práticas democráticas. Como o governo proíbe ou censura os sites ocidentais, as versões locais têm, então, caminho aberto para conquistar os 480 milhões de internautas do país. “É difícil competir assim, já que, na mão inversa, os portais chineses têm total liberdade para ingressar em outros países”, avalia Meira. Como é difícil vencer esse enorme oponente, algumas das maiores marcas da web começam a se aliar ao adversário. Assim como a Microsoft, o MySpace fez um acordo com o Youku, cópia descarada do YouTube.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Computação, das páginas acessadas hoje na internet, pouquíssimas são originárias da China. Em dez anos, acredita ele, esse percentual será de 30% e com potencial para chegar a 50% em 20 anos. “Como todos já podem notar, muito da nova ordem mundial passa pela internet, e o papel dos chineses será cada vez mais importante”, diz Meira. Diante da tradição de práticas contrárias à liberdade de expressão e à privacidade do cidadão, é preciso prestar muita atenção a esse crescimento. Por agora, a melhor providência para os cientistas da computação de todo o mundo que desejam aproveitar esse mercado virtual é aprender mandarim urgentemente.
Essa modalidade de pirataria digital começou como resposta do governo autoritário à entrada de portais estrangeiros no país: vários deles foram censurados (o Google chegou a se retirar da China por conta disso) e houve incentivo à criação de versões locais. O movimento deu tão certo que deixou de ser uma estratégia de defesa e transformou-se em um plano de ataque para as autoridades de Pequim. “Eles incentivam verdadeiras fábricas de cópias de sites ocidentais e concedem vários benefícios, como isenção de aluguel para as instalações”, explica Silvio Meira, presidente da Sociedade Brasileira de Computação e professor da Universidade Federal de Pernambuco. Os resultados aparecem em forma de crescimento dos lucros e aumento do número de usuários. Altos faturamentos, aliás, são outra marca do mercado daquele país.
Na base do fenômeno chinês na internet está o rompimento das práticas democráticas. Como o governo proíbe ou censura os sites ocidentais, as versões locais têm, então, caminho aberto para conquistar os 480 milhões de internautas do país. “É difícil competir assim, já que, na mão inversa, os portais chineses têm total liberdade para ingressar em outros países”, avalia Meira. Como é difícil vencer esse enorme oponente, algumas das maiores marcas da web começam a se aliar ao adversário. Assim como a Microsoft, o MySpace fez um acordo com o Youku, cópia descarada do YouTube.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Computação, das páginas acessadas hoje na internet, pouquíssimas são originárias da China. Em dez anos, acredita ele, esse percentual será de 30% e com potencial para chegar a 50% em 20 anos. “Como todos já podem notar, muito da nova ordem mundial passa pela internet, e o papel dos chineses será cada vez mais importante”, diz Meira. Diante da tradição de práticas contrárias à liberdade de expressão e à privacidade do cidadão, é preciso prestar muita atenção a esse crescimento. Por agora, a melhor providência para os cientistas da computação de todo o mundo que desejam aproveitar esse mercado virtual é aprender mandarim urgentemente.
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