Zé Dirceu ataca a PF
Em marcha uma Operação Satiagraha II
Na chamada Operação Voucher da Polícia Federal (PF), deflagrada para apurar denúncias de corrupção no Ministério do Turismo e que resultou na prisão de 35 pessoas ontem, há na ação policial uma arbitrariedade e um abuso de autoridade evidentes.
Eles se evidenciam tanto na forma como se deram as prisões, quanto na tentativa aberta de vincular toda denúncia de irregularidade ou corrupção em órgãos da administração federal a partidos, ou mesmo ao governo.
Prossegue, abertamente, essa prática de vincular as denúncias e os presos a partidos políticos, numa tentativa evidente de deslegitimar não apenas a coalizão que apóia o governo, mas a própria ideia de aliança político-partidária. Como se esta não fosse legítima e nem adotada por muitos outros governos democráticos no mundo.
Atacam partidos, coligação e coalizão de governo
Fazem-no como se não fosse possível que os mesmos problemas surgidos em uma gestão conduzida por uma coalizão não ocorressem num governo de partido único, ou sem um arco de alianças tão amplo quanto o que se formou e dá sustentação ao atual governo brasileiro.
Vejam, prossegue o que eu escrevi aqui há dois dias: o que pretendem, de fato, é desmontar a aliança que sustenta a administração Dilma Rousseff. Leiam o post Ao velho estilo udenista, oposição assume bandeiras da mídia contra o governo.
Fora o fato de que está evidente que há abuso de autoridade e prisões arbitrárias, na forma como foram feitas, sem amparo, respaldo ou base na lei. Em muitos casos, fica claro, são prisões desnecessárias, cujo único objetivo é o espetáculo midiático e a tentativa de criar um clima de mar de lama e de corrupção generalizada.
É só refletir um instante para ver que agem de acordo com a linha editorial comum a vários órgãos de imprensa. Atuam de forma a passar à opinião pública a impressão de que a causa disso tudo - das denúncias de corrupção, principalmente - é a participação dos partidos no governo e a política de alianças.
Querem denegrir a política de alianças
Percebam, também, que isso não acontece quando as denúncias atingem governos tucanos nos Estados? Neles, a mesma forma de governar e de participação dos partidos na administração pública - via coalizões e alianças - se reproduz. Repete-se, inclusive, nos municípios.
Isso sem falar no fato de que não há nenhuma evidência, na maioria dos casos, nas denúncias e nas investigações, de participação dos partidos, ou mesmo dos ministros, nas irregularidades. Muito menos do governo.
O que há, ostensiva e claramente, repito, é a volta das prisões espetaculosas com ampla cobertura da mídia, previamente informada das investigações. O que há, e com fortes indícios de abuso de autoridade, insisto, são prisões desnecessárias e em muitos casos ilegais, cujo único objetivo é a espetacularização midiática, quando não abertamente política. 247 – Ontem, em entrevista ao Brasil 247, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, referência do PT em temas jurídicos, atacou abertamente a Operação Voucher, que prendeu 35 pessoas ligadas ao Ministério do Turismo. “É a volta da polícia polícia”, disparou Greenhalgh, insinuando ainda que o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo não tem controle sobre a Polícia Federal – o que gerou reações imediatas em Brasília. Agora, é o líder de fato do PT, José Dirceu, quem ataca a nova operação da PF. De acordo com ele, a Operação Voucher faz parte de uma tentativa de implodir a aliança entre PT e PMDB. No seu blog, ele publicou o texto “Em marcha uma Operação Satiagraha II”, sobre a nova ação da PF, denunciando abusos de poder e de autoridade. Leia abaixo o texto postado hoje pelo ex-ministro da Casa Civil:
Foto: LEANDRO TAQUES/Agência Estado
Ex-ministro vê na ação da Polícia Federal a tentativa de dinamitar a aliança entre PT e PMDB
Em marcha uma Operação Satiagraha II
Na chamada Operação Voucher da Polícia Federal (PF), deflagrada para apurar denúncias de corrupção no Ministério do Turismo e que resultou na prisão de 35 pessoas ontem, há na ação policial uma arbitrariedade e um abuso de autoridade evidentes.
Eles se evidenciam tanto na forma como se deram as prisões, quanto na tentativa aberta de vincular toda denúncia de irregularidade ou corrupção em órgãos da administração federal a partidos, ou mesmo ao governo.
Prossegue, abertamente, essa prática de vincular as denúncias e os presos a partidos políticos, numa tentativa evidente de deslegitimar não apenas a coalizão que apóia o governo, mas a própria ideia de aliança político-partidária. Como se esta não fosse legítima e nem adotada por muitos outros governos democráticos no mundo.
Atacam partidos, coligação e coalizão de governo
Fazem-no como se não fosse possível que os mesmos problemas surgidos em uma gestão conduzida por uma coalizão não ocorressem num governo de partido único, ou sem um arco de alianças tão amplo quanto o que se formou e dá sustentação ao atual governo brasileiro.
Vejam, prossegue o que eu escrevi aqui há dois dias: o que pretendem, de fato, é desmontar a aliança que sustenta a administração Dilma Rousseff. Leiam o post Ao velho estilo udenista, oposição assume bandeiras da mídia contra o governo.
Fora o fato de que está evidente que há abuso de autoridade e prisões arbitrárias, na forma como foram feitas, sem amparo, respaldo ou base na lei. Em muitos casos, fica claro, são prisões desnecessárias, cujo único objetivo é o espetáculo midiático e a tentativa de criar um clima de mar de lama e de corrupção generalizada.
É só refletir um instante para ver que agem de acordo com a linha editorial comum a vários órgãos de imprensa. Atuam de forma a passar à opinião pública a impressão de que a causa disso tudo - das denúncias de corrupção, principalmente - é a participação dos partidos no governo e a política de alianças.
Querem denegrir a política de alianças
Percebam, também, que isso não acontece quando as denúncias atingem governos tucanos nos Estados? Neles, a mesma forma de governar e de participação dos partidos na administração pública - via coalizões e alianças - se reproduz. Repete-se, inclusive, nos municípios.
Isso sem falar no fato de que não há nenhuma evidência, na maioria dos casos, nas denúncias e nas investigações, de participação dos partidos, ou mesmo dos ministros, nas irregularidades. Muito menos do governo.
O que há, ostensiva e claramente, repito, é a volta das prisões espetaculosas com ampla cobertura da mídia, previamente informada das investigações. O que há, e com fortes indícios de abuso de autoridade, insisto, são prisões desnecessárias e em muitos casos ilegais, cujo único objetivo é a espetacularização midiática, quando não abertamente política.
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