DO LEITOR ARI MACEDO
DE OSASCO (SP)
DE OSASCO (SP)
Estou indignado com os jovens estudantes brasileiros. Sou professor de uma universidade privada, que atende universitários de classes C, D e E, há nove anos e vejo, que a cada semestre, uma legião deles está menos preocupada com o conhecimento.
O que importa mesmo é o diploma. Não sou tão velho assim, tenho 36 anos, mas nunca desrespeitei um professor --seja na universidade, seja no próprio colégio.
Por mais que prepare as aulas com dedicação, permanentemente preciso chamar a atenção dos alunos.
Certo dia, lecionando em uma sala com microfone, um grupinho fala mais alto do que eu. Imagine.
Conversas paralelas em tom alto, intervenções grosseiras, atendimento de celular em sala, são recorrentes no ensino superior. Vejo que a indignação não é só minha, mas de vários colegas da mesma universidade e de outras.
Quando o professor pede que o aluno saía da sala por indisciplina, são recorrentes dizeres como "eu pago e você dá aula" ou "sai você".
E se o professor sair da sala, é bem provável que os alunos recorram à ouvidoria da universidade.
Na segunda-feira, uma aluna me chamou de "cavalo" só porque chamei a sua atenção durante a aplicação da prova, pois ela tentava "colar".
Outro aluno da mesma sala me disse, ainda durante a prova: "Se você reprovar mais de 70% da classe, o problema não é mais dos alunos, é do professor".
A juventude brasileira está sem freios. Não sabem mais a distinção do certo ou errado. Isso me desanima.
Escolhi lecionar porque acreditava que poderia transmitir o conhecimento. Digo, agora com mais certeza, de que nós professores somos uma classe em extinção e sem mérito nenhum.
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