quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dilma afirma que não se pode comemorar "morte de qualquer líder"


Minutos antes de embarcar de volta para o Brasil de Luanda, capital de Angola, a presidente Dilma Rousseff afirmou, sobre notícias da captura e morte do ex-ditador Muammar Gaddafi nesta quinta-feira, que não se pode comemorar "a morte de qualquer líder".

Dilma evitou falar sobre o assunto sob a alegação de que a morte ainda não havia sido confirmada independentemente. "Me avisaram sobre retratos e fotografias, mas não tem nada ainda oficial", disse ela já na base aérea de Luanda.

A presidente, porém, comentou sobre a Líbia e a transição pela qual o país deve passar. "A Líbia está passando por um processo de transformação democrática e é algo que todo mundo deve apoiar e incentivar. O que queremos é que esses países tenham a capacidade interna de viver em paz", afirmou.

Ela se reuniu durante o dia com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos --que, com a morte de Gaddafi, passa a ser um dos dois líderes africanos há mais tempo no poder (32 anos), ao lado do ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema --visitado pelo ex-presidente Lula em 2010. Nguema assumiu a presidência dois meses antes de Santos.

E foi a partir do exemplo de Angola com a guerra civil que Dilma traçou um paralelo com a Líbia. Ela ressaltou que as consequências da guerra vão além da destruição de infraestrutura, mas também representa a perda de oportunidades. "O Brasil vem dizendo que a grande questão é justamente a reconstrução. O Brasil tem feito todos os esforços para que haja uma reconstrução dentro de um clima de paz", reforçou.

"Nós acreditamos que é fundamental que se resolva conflitos pelo método da negociação, porque não é só a guerra que causa danos, causa danos também o pós-guerra e o efeito da destruição na população", afirmou.

PATRIOTA


Antes de Dilma, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), também em Luanda para a visita, falou sobre os relatos da captura do ex-ditador líbio. "O Brasil espera que a violência na Líbia cesse, que as operações militares se encerrem e que o povo líbio siga em suas aspirações e anseios no espírito do diálogo e da reconstrução nacional", afirmou.

Dilma foi informada sobre a captura e possível morte de Gaddafi durante uma reunião bilateral com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Patriota teve a informação às 13h37 local (10h37 em Brasília) e, imediatamente, comunicou aos dois presidentes.

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