quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Após queda de ministro, oposição cobra mudança de modelo



Após queda de ministro, oposição cobra mudança de modeloFoto: BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO

SENADOR ÁLVARO DIAS (PSDB) DIZ QUE SEXTA QUEDA DEMONSTRA "FALTA DE LIDERANÇA"; MESMO LÍDERES DA BASE DO GOVERNO ADMITEM QUE SITUAÇÃO POLÍTICA DE ORLANDO SILVA SE TORNOU INSUSTENTÁVEL

26 de Outubro de 2011 às 20:09
Evam Sena_247, em Brasília – É oficial a queda do ministro do Esporte, Orlando Silva. O Planalto ainda não divulgou quem será seu sucessor. A pasta deve ficar interinamente com o secretário-executivo, Waldemar Manoel Silva de Souza. O PCdoB, partido que comanda o ministério desde 2003, luta para que o próximo ministro seja Aldo Rebelo (SP). Palacianos já dão certo a concordância da presidente Dilma Rousseff. Orlando dará coletiva à imprensa depois de encontro com a presidente. 
No Congresso, a oposição comentava a saída do ministro antes mesmo de confirmada Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), a demissão de Orlando não é suficiente. “Tem que mudar o modelo. Um partido se apossa de um ministério e o utiliza ao seu bel prazer. A indicação não tem que ser partidário. Os critérios teriam que ser técnicos e de probidade”, disse o senador. Na opinião dele, a queda sucessiva de ministros demonstra “falta de liderança” e “desgaste político” no governo. 
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a permanência de Orlando Silva se tornou inviável politicamente. “As denúncias surgem, as pessoas conseguem se defender a contento, mas surgem novas questões e politicamente fica inviável”, disse. 
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), reafirmou que a queda de Orlando não significa que há crise no governo. Ele negou que haja desgaste entre o PCdoB e o governo. “Não existe nenhum desgaste do PT com o PCdoB. O PCdoB é um grande aliado e posso garantir que o PCdoB fica na base”, disse Vaccarezza. 
“O caminho é esse. Diante de denúncias graves, não dá para um cidadão ficar no cargo. Ele pode até provar sua inocência, mas precisa se afastar do cargo”, declarou a líder do PSD no Senado, Kátia Abreu (TO). 
O líder do PSOL no Senado, Randolfe Rodrigues (AC) afirmou que, embora não tenham surgido provas das denúncias contra Orlando, ele não tinha mais condições políticas para continuar no cargo. “O ideal seria que na primeira denúncia, o ministro pedisse afastamentos. O rolo compressor de denúncias acabou deixando o ministro sem condições”. Para o senador, a continuidade do ministério com o PCdoB é “um dilema da governabilidade”.
O relator da Lei Geral da Copa na Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP), afirmou que a queda de Orlando Silva não vai atrasar a tramitação do projeto no Congresso. Ele afirmou que a comissão deve ouvir o futuro ministro no final de novembro. "Esse fato de hoje não vai alterar nosso cronograma. O governo é maior que a crise, que já está contornada", disse.

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