quarta-feira, 20 de julho de 2011

ONU pede doações para deter crise de fome na Somália

DA EFE

O secretário-geral das ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira à comunidade internacional que detenha "o efeito cada vez mais devastador" da crise de fome na Somália que pode afetar todo o Chifre da África, e solicitou fundos para evitar a morte de milhares de pessoas.

O principal responsável do órgão pediu "o apoio dos doadores para fazer frente às necessidades atuais e prevenir que a crise humanitária piore ainda mais", e lembrou que "as agências humanitárias precisam urgentemente de fundos para salvar as vidas" dos afetados.

"Sem os fundos, não será viável realizar intervenções humanitárias com rapidez, e é muito possível que a crise de fome perdure e se estenda", alertou o secretário-geral. "A cada dia de atraso terá um custo em vidas".

A ONU declarou oficialmente o estado de crise de fome em duas regiões do sul da Somália, Bakool e Baixa Shabelle, o que não ocorria nesse país há 20 anos.

Ban afirmou que nos próximos dois meses serão necessários US$ 300 milhões para proporcionar "uma resposta adequada" às zonas afetadas na Somália, onde a metade da população --cerca de 3,7 milhões de pessoas-- vive em situação de crise humanitária.

AJUDA INTERNACIONAL

A embaixadora dos Estados Unidos perante a ONU, Susan Rice, também expressou a preocupação de seu país com relação à situação, uma emergência que classificou de "desafio mundial".

Rice lembrou que seu país anunciou nesta quarta-feira a contribuição de US$ 28 milhões adicionais para atenuar a crise -- o que eleva a ajuda americana para US$ 459 milhões. Segundo ela, o principal responsável pela situação humanitária vigente é a milícia Al Shabab, vinculada à rede terrorista Al Qaeda.

O grupo controla praticamente todo o sul da Somália, a região afetada, e em 2010 impôs um veto às organizações humanitárias para operar em seus domínios, que foi revogado no dia 5 de julho.

Mustafa Abdi/France Presse
Mulher abraça filho subnutrido em hospital da Somália, onde a ONU declarou crise de fome
Mulher abraça filho subnutrido em hospital da Somália, onde a ONU declarou crise de fome

"Al Shabab é o principal responsável por exacerbar as consequências da situação de seca que castiga o país ao proibir o seu próprio povo de ter acesso à ajuda humanitária que tanto necessita", disse a embaixadora americana, que acusou o grupo islamita de "fazer o seu povo passar fome por dois anos".

A crise de fome na Somália foi declarada enquanto uma terrível seca assola o Chifre da África, onde estima-se que 11 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária.

De Roma, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) pediu à comunidade internacional US$ 120 milhões para proporcionar ajuda à agricultura diante da grave seca. Do total, US$ 70 milhões vão para a Somália e US$ 50 milhões para Etiópia, Quênia, Djibuti e Uganda.

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