segunda-feira, 4 de julho de 2011

PR diz que processará 'Veja' por denunciar ‘propina’



Sérgio Lima/Folha
Em nota pendurada na sua página eletrônica, o PR anunciou a decisão de processar a revista ‘Veja’ e os autores da notícia que apontou corrupção nos Transportes.
Assina o texto um deputado que é precedido pela fama adquirida no escândalo do mensalão: Valdemar Costa Neto.

Secretário-geral do PR, Valdemar diz que a reportagem que levou aoafastamento de quatro integrantes da cúpula da pasta dos Transportes contém “acusações apócrifas”.

O próprio Valdemar, que em 2005 renunciou ao mandato de deputado para fugir à cassação, é mencionado na notícia como partícipe do esquema.

O miolo da encrenca consiste na cobrança de propina de 4% das empresas que tocam obras rodociárias e ferroviárias.

Na nota do partido, Valdemar admite manter “relações” com órgãos públicos, “incluindo o Ministério dos Transportes”.

Reconhece que participa de “reuniões” organizadas “por servidores” da pasta. Para quê?
“Buscam garantir benfeitorias federais para as regiões representadas por lideranças políticas do PR”. Hummmm!

Valdemar chama seus movimentos de “relações institucionais”. Anota que o PR apóia a sindicância aberta para apurar as suspeitas de malfeitorias nos Transportes.

Em timbre que destoa da nota do secretário-geral, o senador Magno Malta (PR-ES), cobrou punição:

“Quem cometeu o crime tem que pagar. Tem que investigar tudo…”
“…Espero que entrem com todos os encaminhamentos necessários para que os responsáveis respondam de forma contundente à sociedade”.

Valdemar Costa Neto deveria considerar a hipótese de processar judicialmente também a presidente Dilma Rousseff. Deve-se a Dilma a decisão de afastar os acusados.

Depois de ler a reportage de Veja, Dilma telefonou para o ministro Alfredo Nascimento (Transportes), presidente nacional do PR.

Nascimemento viu-se compelido a fazer por pressão o que não fizera por obrigação. O afastamento dos auxiliares do ministro foi apresentado como “temporário”.

Ficou subentendido que podem voltar depois da conclusão das apurações. Algo que, a depender da disposição do Planalto, não deve ocorrer.

A própria Dilma, em reunião com a cúpula do ministério, manifestara estranheza diante dos adititivos que elevam os preços das obras a níveis acima do razoável.

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