domingo, 5 de fevereiro de 2012

Herzog e Pinheirinho: Folha reescreve a (sua) História


Na pág. A11, notável colonista (*) da Folha (**) e do Globo – diz-me com quem andas … -, aquele que consegue vestir múltiplos chapéus, tenta reescrever a História de Pinheirinho, aqui tratada de a “Nova Canudos”, da perspectiva do comandante do 2º distrito militar, general Arthur Oscar de Andrade Guimarães, que perpetrou o Massacre de Canudos.

A culpa é do “comissariado do Planalto”, ou seja da “doutora Dilma”, diz o dos chapéus.

Segundo Euclides da Cunha, no capítulo II sobre a Quarta e finalmente vitoriosa expedição sobre os “invasores” de Canudos,  Arthur Alckmin Oscar só aceitou a elevada função depois de pronunciar notável frase:

“Todas as grandes ideias têm os seus mártires. Nós estamos voltados ao sacrifício de que não fugimos para legar à geração futura da família Naji Nahas uma propriedade firme e respeitada.”

(A frase, de fato, comete o generalíssimo Arthur Oscar à Elevada Tarefa de salvar a República de uns maltrapilhos invasores, catadores de papel.)

A menção a Canudos e Euclides é uma forma de homenagear o notável historialista de chapéus, porque o que faz não é História nem Jornalismo.

Foi ele quem, desde o primeiro momento do Massacre, chamou Naji Nahas de “financista”.

Neste domingo sombrio da Folha, ele diz, textualmente:

“Pode-se achar que essas iniciativas (os Massacres da Cracolândia e da Nova Canudos – PHA) foram desastradas, mas estavam entre suas atribuições.”

O general Golbery, a quem o supra citado colonista dispensa o tratamento de um Thomas Jefferson na construção da Democracia brasileira, também considerou uma lambança o atentado do Riocentro, que pretendia matar o Chico Buarque e mil espectadores num show de música.

Uma lambança.

Se estivesse a cargo do general Geisel, Pinheirinho não teria sido uma lambança.

(A Geisel, o notável historialista dedica o papel de George Washington na fundação da Democracia brasileira.)

A versão do notável colonista/historialista coincide com a dos tucanos serristas, que este ansioso blogueiro ouviu na Nova Canudos.

Explica-se.

O notável colonista/historialista é daqueles que chamam o Cerra de “Serra” e, de madrugada – há testemunhas dessa cena sombria – os dois trocam receitas de veneno.

Outra revisão da História a Folha (*) aplica à seção “Ilustríssima”, que não é Ilustre nem tem ilustrações.

Trata-se de uma descoberta trepidante.

Do fotógrafo da Polícia Civil que fez a foto do “enforcamento” do Vladimir Herzog, no Doi-Codi de São Paulo, em 1975.

O depoimento do supra-citado fotógrafo é de uma inutilidade colossal.

Não revela absolutamente nada.

“Não tive liberdade. Fiz aquela foto praticamente da porta.”

E daí ?

O que tem isso a ver com a morte do Herzog ?

Quem o matou ?

Quem o pendurou ali ?

Que lenço branco era aquele em torno do pescoço ?

O fotógrafo explica tudo:

“Ele usava uma Yashica 6×6 TLR, câmera tipo caixão, biobjetiva, com visor na parte de cima, semelhante a uma Rolleiflez.”

Que furo !

Exclusivo da Folha !

Agora, amigo navegante, essa inutilidade travestida de História serve para a a Folha dedicar duas páginas inteiras a recontar o assassinato de Herzog com tintas de heroismo e defesa incansável dos Direitos Humanos.

A Folha como paladino da Liberdade.

Sim, amigo navegante, a Folha do Caldeira e do “seu” Frias, que emprestavam os carros de reportagem, com o logo da Folha pintado,  e as páginas a Folha da Tarde aos mesmos assassinoso do Herzog.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim

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