segunda-feira, 5 de março de 2012

Eduardo Campos, amigo de Lula, chega a SP e encontra seu PSB acomodado no colo de Serra


Governador pernambucano e presidente do PSB federal, Eduardo Campos voou da sua Recife para a capital paulista na tarde deste domingo (4). No oficial, sua agenda prevê apenas uma palestra. Ocorrerá na Associação Comercial de São Paulo, nesta segunda (5). Versará sobre o modelo de gestão adotado em Pernambuco.
No paralelo, Eduardo vai tratar de três temas: José Serra, Fernando Haddad e a encruzilhada em que meteu o PSB. Se lhes fosse permitido decidir, os dirigentes locais do partido fechariam com Serra. Mas o PT dá de barato que o governador vai usar sua autoridade de dirigente nacional para impor o apoio a Haddad.
Eduardo reuniu-se na noite passada com Márcio França, presidente do PSB estadual e secretário de Turismo do governo tucano de Geraldo Alckmin. Terminado o encontro, o blog contactou Márcio. Deu-se pouco depois da meia-noite. E então?, quis saber o repórter.
“Ficamos de conversar mais amanhã”, limitou-se a dizer Márcio, empurrando a perspectiva de resolução do impasse para esta segunda. Será um dia movimentado para Eduardo. No fim das contas, a palestra na Associação Comercial, compromisso oficial, tornou-se mero etcétera das encrencadas conversas paralelas.
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Se os médicos permitirem, Eduardo pretende avistar-se com o amigo Lula, às voltas com nova internação no Hospital Sírio Libanês. De resto, é assediado por dirigentes do PT, pelo colega Alckmin e por Gilberto Kassab, espécie de embaixador de Serra nas negciações com o PSB.
A novela do PSB-SP foi resumida em texto veiculado aqui na semana passada. No estágio atual, pode ser resumida em dois lances: 1) Seduzido por promessas de Kassab e por acordos com Alckmin no interior do Estado, o PSB está no colo de Serra. 2) Para tornar-se credor de Lula, Eduardo terá de negar-se a si próprio.
Cinco dias atrás, Eduardo Campos dissera o seguinte à repórter Ângela Lacerda: “Não é tradição do PSB fazer nenhuma intervenção, nunca houve isso na nossa história. Acredito que a direção municipal e a direção estadual do PSB de São Paulo vão conduzir esse processo com tranquilidade.”
O mandachuva do PSB acrescentara: “Sair das minhas funções de presidente nacional do partido para discutir cada eleição de capital e de municípios com mais de 200 mil eleitores não seria uma tarefa possível.” O diabo é que, em política, o vocábulo ‘possível’ está contido no ‘impossível’.

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