Foto: BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO_MARCIO FERNANDES/AGÊNCIA ESTADO
REVOLTADO COM A FALTA DE ESPAÇO NO GOVERNO DILMA, O DEPUTADO LINCOLN PORTELA (À ESQ.), DO PR, DIZ QUE SEU PARTIDO NÃO ESTÁ REPRESENTADO NO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E AVISA QUE NÃO DARÁ QUALQUER APOIO AO PT EM SÃO PAULO
247 – A relação do PR com o governo Dilma está cada vez mais amarga. O deputado Lincoln Portela, líder do partido, reclama que a sigla não está representada no Ministério dos Transportes e avisa que não dará qualquer apoio ao PT em São Paulo, tão almejado pelo ex-presidente Lula. Para provocar, lançou: "Vamos chamar Haddad para ser vice de Tiririca em São Paulo".
A crise entre o PT e o PR é um caso antigo, desde a saída Alfredo Nascimento. Em julho do ano passado, o então ministro dos Transportes se antecipou à decisão do governo e encaminhou à presidente Dilma Rousseff seu pedido de demissão "em caráter irrevogável". Ele também decidiu enviar requerimento à Procuradoria Geral da República pedindo a abertura de investigação e autorizando a quebra de seus sigilos bancário e fiscal. Nascimento foi denunciado por um suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores da pasta. As denúncias aumentaram após suspeitas de que o filho do ministro tenha enriquecido ilicitamente em razão do cargo do pai.
Na época, o secretário-executivo, Paulo Sérgio Passos assumiu o posto. Mas o PR não considera Passos um representante legítimo do partido, e sim cota pessoal da presidente. Desde então, vem exigindo uma mudança.
Na semana passada, a presidente se reuniu com Passos, ameaçado de demissão. Segundo o Planalto, no entanto, o encontro não tratou do eventual retorno da pasta ao comando do PR.
Lula bem que tentou pressionar Dilma para acatar as reivindicações da base aliada em troca de apoio à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Praticamente um desconhecido na capital, o petista pena a decolar, o que dificulta ainda mais a formação de alianças.
Em uma recente pesquisa divulgada pelo Datafolha, o ex-governador José Serra subiu nove pontos percentuais, atingindo 30% num cenário em que estão os principais postulantes ao cargo. Em segundo fica Celso Russomanno (PRB), com 19%. O petista Fernando Haddad obteve apenas 3%.
No levantamento mais enxuto, em que concorreriam apenas ele, Gabriel Chalita (PMDB) e Haddad, Serra alcança 49% do total de votos, o que liquidaria a eleição no primeiro turno, já que esse percentual representa mais que a soma de votos dos demais pré-candidatos.
Revoltado com a falta de espaço no governo Dilma, o PR ameaçou lançar o deputado Tiririca à prefeitura de São Paulo. Tiririca não foi incluído nos cenários do Datafolha, mas se fosse, provavelmente estaria na frente de Haddad. Filiado ao PR, ele foi o deputado federal mais votado do País em 2010. Cerca de 1,35 milhão de pessoas escolheram Francisco Everardo Oliveira da Silva como seu representante em Brasília
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