Advogado de estudante que denunciou racismo volta a receber ameaça de morte
O advogado Onir de Araújo, que atua na defesa do jovem baiano Hélder Santos – ex-estudante de História em Jaguarão (RS), que teve que voltar para a Bahia depois de denunciar policiais militares por violência e racismo – voltou a sofrer ameaça de morte. Onir, que também é advogado do Quilombo da Família Silva, solicitou ao promotor do Tribunal de Justiça Militar do RS a prisão preventiva dos brigadianos e do major que comanda as ações policiais em Jaguarão. A nova carta, que tem como remetente o “amigo secreto”, foi postada no Terminal Rodoviário de Pelotas e afirma:
“Seu amante de negro: os que receberam o email ficaram de bico calado, Tu recebeu a carta e deu com a língua nos dentes. Saiu no jornal daqui. Tu não tá levando a sério. Se alguém for preso, tu morre. A BM é unida e o comando geral está nos apoiando”.
Diante da nova ameaça, o advogado encaminhou a seguinte correspondência ao Secretário Estadual de Segurança Pública, Airton Michels:
Repasso , para conhecimento de Vossa Senhoria , carta recebida hoje em meu escritório em Porto Alegre onde são reiteradas as ameaças de morte em decorrência de minha atuação , não só como profissional , mas, também, como integrante do Movimento Social Negro na defesa dos Direitos Territoriais etnicos e contra o racismo em especial no que se refere ao caso do estudante Helder Santos, vítima de violência policial em Jaguarão , neste Estado, caso já de conhecimento de V. Senhoria e da Secretaria de Segurança . A Carta em si revela que é necessário que se leve a sério as solicitações feitas , anteriormente, de prisão preventiva dos militares envolvidos no episódio, bem como, que o Estado do Rio Grande do Sul se empenhe , efetivamente, em tomar as providências cabíveis , para que se estirpe da Corporação esses maus policiais, sob pena de todos nos tornarmos reféns de um grupo que usurpa e deturpa o princípio Constitucional de Segurança Pública dos Cidadãos e do Estado Democrático de Direito.
Não me calarei e reitero que o que possa acontecer a mim ou familiares meus é de responsabilidade do Estado, pois, sem sombra de dúvida, as ameaças estão partindo de pessoas da Corporação retro citada. Sem mais para o momento. No aguardo de providências urgentes.
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