quinta-feira, 21 de julho de 2011

Punido por mesma substância de Cielo, goleiro alfineta nadador



Também flagrado no exame antidoping pelo uso do diurético furosemida, mas com resultado bastante diferente em relação ao nadador Cesar Cielo, o goleiro Renê, 33, que estava no Bahia na época do julgamento, utilizou a sua conta no Twitter, no final da manhã desta quinta-feira, para desabafar.


Divulgação
O goleiro Renê, suspenso por um ano
O goleiro Renê, suspenso por um ano com furosemida

"Eu estou arrasado com o que fizeram comigo!!! Só porque eu não sou medalhista olímpico? Não dou retorno? Não torci contra, só torci pela igualdade!!!", iniciou o jogador, hoje sem clube, horas após a CAS (Corte Arbitral do Esporte) resolver aplicar apenas uma advertência --seguindo decisão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos)-- a Cielo.

"Tenho 33 anos e 3 filhos, que valem muito mais que uma medalha olimpica, nem sei o que dizer. Eu fiquei sofrendo calado esse tempo todo, não é justo o que fizeram comigo... De Rose [Eduardo], você se preocupou comigo?", continuou, referindo-se ao diretor antidoping da CBDA, um dos responsáveis pela advertência ao nadador, no Brasil, antes do julgamento na China.

Em seguida, completou: "Estou há mais de 300 dias sem receber [salário], sem poder trabalhar, e você está preocupado com os 20 dias [psicologicamente abalados] do Cielo? Sou atleta, não sou nenhum marginal. Só eu sei o que passei esse período todo. Sempre aceitei por ser profissional, mas agora não aceito. Tô envergonhado. P... não paro de chorar. É muita diferença no mesmo país. Quanta coisa que penso nesse momento".

E concluiu, antes de anunciar que sairia do microblog para esfriar a cabeça: "Cielo, quero deixar bem claro que não torci para você ser punido, eu quero igualdade, não só comigo, mas com todos. Eu carrego no peito uma tatuagem com a frase do hino nacional `verás que um filho teu não foge à luta. Se pudesse apagava´".

O CASO

Em outubro do ano passado, Renê pegou um ano de afastamento do futebol após julgamento no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), no Rio. Ele teve teste positivo depois de uma partida do Bahia contra a Portuguesa, em 28 de agosto, no Canindé, em São Paulo, pela Série B do Campeonato Brasileiro.

Por 3 votos a 1, os auditores da Segunda Comissão Disciplinar do órgão entenderam que o jogador infringiu o artigo 2.1 do Código Mundial Antidoping.

Na oportunidade, o goleiro admitiu o uso do medicamento Lasix, para controle de pressão alta, recomendado pela mulher. Ele contém furosemida, droga que pode esconder a presença de outras substâncias em avaliações de doping.

NADADOR

Já Cesar Cielo, que prestou esclarecimentos sobre o caso de doping na última quarta-feira à Corte Arbitral do Esporte, alegou ter usado um suplemento contaminado produzido por uma farmácia de Santa Bárbara d'Oeste (SP), onde nasceu.

A Fina (Federação Internacional de Natação) havia discordado da sentença da entidade brasileira e recorreu à CAS. De acordo com o Tribunal, a Fina havia proposto uma suspensão de três meses aos atletas (Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked foram flagrados junto com Cielo, em maio). Houve aceleração no processo para que o julgamento ocorresse antes do Mundial, na China.

Livre, Cielo vai poder disputar o evento que está sendo realizado em Xangai.

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