Foto: BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO
DESTA VEZ, DILMA QUIS SEGURAR; QUEM NÃO AGUENTOU FOI A FAMÍLIA DO MINISTRO WAGNER ROSSI
Leonardo Attuch_247 – Na tarde de sábado, após ler a reportagem de capa da revista Veja sobre o ministro Wagner Rossi, a presidente Dilma Rousseff pegou o telefone e ligou para seu auxiliar.
- Você tem meio apoio, Rossi. E sua permanência será um ponto de inflexão.
Dilma e seus auxiliares consideraram inconsistentes as denúncias apresentadas por Veja e também satisfatória a nota publicada no mesmo dia pelo Ministério da Agricultura. Mais do que isso: enxergaram as digitais do tucano José Serra nas reportagens do fim de semana. O ponto de inflexão do governo, portanto, seria em relação à “agenda da faxina”. Em vez de ficar a reboque das denúncias, e governar pautada pela mídia, Dilma manteria seu ministro, a despeito da pressão oposicionista.
Naquele sábado, Rossi estava fortalecido. Tinha o apoio de Dilma e de seu partido, o PMDB.
Na manhã desta quarta-feira, no entanto, o quadro começou a mudar com a publicação de uma reportagem do Correio Braziliense, sobre a carona tomada por Rossi no jatinho da empresa Ourofino, ligada ao agronegócio. O ministro se fragilizou, mas ainda assim tinha o apoio de Dilma e de Temer para permanecer no cargo.
A gota d´água, no entanto, foi familiar. Familiares de Rossi foram procurados por repórteres de dois veículos diferentes, citados na sua carta de demissão, buscando informações sobre seu filho, o deputado Baleia Rossi, e seu pai, morto há duas décadas. De casa, ele recebeu vários pedidos. Um deles, do próprio filho:
- Você não precisa disso, pai.
Às 15h desta quarta-feira, Rossi chegou de surpresa ao Palácio do Planalto com sua carta de demissão. Foi uma surpresa para a presidente Dilma e para o vice Michel Temer.
Ele tinha dois elementos necessários para continuar no cargo: o apoio da presidente e também do seu partido. Faltava-lhe o terceiro: a retaguarda familiar.
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