Mesmo sem cargo há mais de cinco anos, o ex-deputado Pedro Corrêa continua indicando nomes no governo e traçando as estratégias no Partido Progressista
Sérgio PardellasPODER
Pedro Côrrea agora tenta emplacar o presidente do Denatram
Na alça de mira da presidente Dilma Rousseff desde a eclosão da crise política, o PP fez de tudo nos últimos dias para passar ao largo dos escândalos na Esplanada dos Ministérios. O esforço foi em vão. Na quarta-feira 3, o Congresso aprovou o convite para que o ministro das Cidades, Mário Negromonte, esclareça as denúncias de favorecimento a empresas doadoras de campanha, publicadas na última edição de ISTOÉ. Indicado para as Cidades pelo PP, Negromonte terá de explicar, por exemplo, por que o secretário nacional de Saneamento do ministério, Leodegar Tiscoski, cumpriu jornada dupla no ano eleitoral. Ao mesmo tempo que administrava obras de saneamento em todo o País, ele operava como tesoureiro nacional do partido. Era Tiscoski quem arrecadava recursos para financiar as campanhas do partido. O depoimento está marcado para a quarta-feira 10 nas comissões de Desenvolvimento Urbano e de Fiscalização e Controle. “Tudo tem que ser investigado. Há problemas não só como o PR, mas com o PCdoB, PMDB, PP. A denúncia envolvendo o PP é grave. A Dilma precisa agir com o governo inteiro como fez com o PR”, disse o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA).
HERANÇA
Aline Corrêa é uma espécie de braço parlamentar do pai,
Pedro, que teve o mandato cassado no escândalo do mensalão
Pedro, que teve o mandato cassado no escândalo do mensalão
Sem cargo eletivo desde o escândalo do mensalão, Pedro Corrêa tornou-se um especialista na articulação de bastidor. Embora distante dos holofotes, é ele quem chancela boa parte das indicações do PP para postos estratégicos no governo. Foi necessário o aval de Pedro Corrêa para o próprio secretário Leodegar Tiscoski, envolvido na denúncia de ISTOÉ, assumir o Saneamento. Em troca, o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), um dos interessados em emplacar Tiscoski na secretaria, aceitou apadrinhar junto ao Palácio do Planalto o nome de Paulo Roberto Costa para a BR Distribuidora. Agora, Corrêa trabalha pela nomeação do deputado Inaldo Leitão (PP-PB) à presidência do cobiçado Denatran. Oficialmente, no entanto, os padrinhos são o deputado Dudu da Fonte (PP-PE) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
BERLINDA
Após denúncias de ISTOÉ, Negromonte terá que se explicar no Congresso
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