BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)
Em ato nesta quinta-feira contra a remoção da favela de Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), o coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Gilmar Mauro usou um palavrão para atacar o Poder Judiciário.
"O Poder Judiciário brasileiro é uma merda. Essa é que é a verdade. O Judiciário é uma merda e precisa ser denunciado", disse, do alto do carro de som.
O ativista integra a coordenação nacional do MST. Ele pediu aos manifestantes que lancem uma campanha contra o Judiciário em protesto contra a reintegração de posse no local, onde moravam cerca de 1.600 famílias.
"É preciso fazer uma denúncia e uma ampla campanha contra o Poder Judiciário. Não é possível admitir neste país que um juiz ganhe R$ 600 mil e decida sobre as nossas vidas. Isso não pode continuar assim", disse.
Manifestantes atacaram a juíza Márcia Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, que nos mês passado determinou a reintegração de posse em Pinheirinho à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. Integrantes da passeata carregavam cartazes com a foto da juíza abaixo da inscrição "Procurada".
O ato foi convocado pela Conlutas, central sindical ligada ao PSTU. Os organizadores estimaram o público presente em 5.000 pessoas. O MST enviou 500 manifestantes e quatro caminhões com alimentos para a população removida.
CRISE
Na quarta-feira (1º), ao abrir o ano do Judiciário, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, fez um longo discurso em defesa do Poder.
Ele atenuou a crise entre associações de juízes e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por causa de investigações contra magistrados e afirmou que "só uma nação suicida ingressaria voluntariamente em um processo de degradação do Judiciário."
"Nenhum dos males que ainda atormentam a sociedade brasileira pode ser imputado ao Poder Judiciário", afirmou Peluso.
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