Paulo Moreira Leite afirma, em seu blog no 247, que "a vantagem comparativa de Marina sobre Aécio é a falta absoluta de compromissos reais"; em sua caravana, diz o jornalista, "cabe tudo"; "Através dela, a política brasileira regride em direção a Jânio Quadros. É a candidata que condena a 'velha política' mas não consegue explicar-se sobre um simples avião de campanha"; para PML, "o universo de Marina é o populismo que não tem referências claras, cresce nas emoções e na confusão política", algo que acontece, segundo ele, "quando o conservadorismo disputa uma eleição na qual não pode mostrar a própria face"; leia íntegra
25 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 12:15
247 – O enfraquecimento do candidato do PSDB, Aécio Neves, na disputa presidencial desde a morte de Eduardo Campos mostra o "caráter superficial dos compromissos políticos de seus aliados de véspera", avalia Paulo Moreira Leite, em novo artigo noblog do 247. Nesse cenário, a vantagem de Marina Silva, que acaba de entrar na corrida ao Palácio do Planalto, sobre o tucano, "é a falta absoluta de compromissos reais".
"Cabe tudo em sua caravana. Através dela, a política brasileira regride em direção a Jânio Quadros. É a candidata que condena a 'velha política', mas não consegue explicar-se sobre um simples avião de campanha. Mantém com o PSB relações típicas de um partido de aluguel – que usará enquanto lhe for conveniente — mas agora mostra-se como o 'novo'", escreve o jornalista.
"Existe coisa mais antiga do que "socialista" que não acredita em "socialismo" e não sai de perto de banqueiro?", questiona ainda PML. Em sua opinião, o universo da nova candidata do PSB é o populismo que não tem referências claras, cresce nas emoções e na confusão política. Por isso se fala em governar com FHC e Lula". Para ele, "isso sempre acontece quando o conservadorismo disputa uma eleição na qual não pode mostrar a própria face".
Leia a íntegra do artigo abaixo:
Existe coisa mais antiga do que "socialista" que não acredita em "socialismo" e não sai de perto de banqueiro?
Não vamos nos enganar: a mesma elite econômica que fez o possível para sustentar Aécio Neves até aqui prepara seu embarque na campanha de Marina Silva. É uma questão que se resolve na próxima pesquisa.
É constrangedor mas é verdade.
Os editoriais de jornal, o tom de crítica leve, as advertências e conselhos dirigidos a Marina traduzem um movimento de quem prepara o terreno para fazer uma virada mudança em suas opções políticas e negocia cada passo.
O esvaziamento notório de Aécio, quinze dias depois da morte de Eduardo Campos, ajuda a revelar o caráter superficial dos compromissos políticos de seus aliados de véspera. Sua campanha nunca se apoiou num pacto político em profundidade mas numa aliança puramente instrumental, de quem contrata um serviço e define uma tarefa.
O esvaziamento notório de Aécio, quinze dias depois da morte de Eduardo Campos, ajuda a revelar o caráter superficial dos compromissos políticos de seus aliados de véspera. Sua campanha nunca se apoiou num pacto político em profundidade mas numa aliança puramente instrumental, de quem contrata um serviço e define uma tarefa.
A prioridade, vamos deixar claro, é vencer Dilma. Sem isso, o candidato do PSDB não tem serventia. Não estamos falando de ideias, de um projeto de país, de luta ideológica e tantas palavras nobres que se costuma citar para maldizer a política brasileira. É poder e poder.
Depois de passar os últimos anos tratando Marina Silva como uma concorrente despreparada, dogmática, candidata a transformar o exercício da presidência num desastre permanente, aquilo que nossos sociólogos chamam de elite porque o termo “burguesia” ou “ classe dominante” fica pesado demais num discurso liberal, é obrigada a engolir o que disse. A pergunta que interessa é saber quem está melhor preparado para interromper 12 anos de governos Lula-Dilma.
A vantagem comparativa de Marina sobre Aécio é a falta absoluta de compromissos reais. Cabe tudo em sua caravana.
Através dela, a política brasileira regride em direção a Jânio Quadros. É a candidata que condena a “velha política” mas não consegue explicar-se sobre um simples avião de campanha. Mantém com o PSB relações típicas de um partido de aluguel – que usará enquanto lhe for conveniente — mas agora mostra-se como o “novo.”
A vantagem comparativa de Marina sobre Aécio é a falta absoluta de compromissos reais. Cabe tudo em sua caravana.
Através dela, a política brasileira regride em direção a Jânio Quadros. É a candidata que condena a “velha política” mas não consegue explicar-se sobre um simples avião de campanha. Mantém com o PSB relações típicas de um partido de aluguel – que usará enquanto lhe for conveniente — mas agora mostra-se como o “novo.”
Existe coisa mais antiga do que “socialista” que não acredita em “socialismo” e não sai de perto de banqueiro?
Lembram-se de Fernando Collor, o caçador de marajás que promoveu um furacão sem partido, apoiado pela turma dos negócios & do poder porque era o melhor para vencer o Brizola?
Lembram-se de Fernando Collor, o caçador de marajás que promoveu um furacão sem partido, apoiado pela turma dos negócios & do poder porque era o melhor para vencer o Brizola?
Para empregar uma linguagem típica de seus aliados, o universo de Marina é o populismo que não tem referências claras, cresce nas emoções e na confusão política. Por isso se fala em governar com FHC e Lula.
Isso sempre acontece quando o conservadorismo disputa uma eleição na qual não pode mostrar a própria face.
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