segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O futuro da tevê está na internet, como mostra a Netflix

O texto abaixo foi publicado pela info.
House of Cards
House of Cards
Com títulos como “House of Cards” e “Orange is The New Black”, que disputam os Prêmios Emmy na próxima segunda-feira, a Netflix consolidou sua posição como plataforma de séries pela Internet, uma aposta que Microsoft, Amazon e Hulu quiseram imitar.
A Netflix compete nas principais categorias, especialmente a de melhor drama com “House of Cards”, uma série que mostra a vida política de Washington, e de melhor comédia com “Orange is The New Black”, sobre um presídio feminino.
A plataforma digital soube aproveitar a popularidade conquistada no ano passado, quando se tornou o primeiro serviço on-line a concorrer ao Emmy, abrindo-se para novos mercados na Europa e na América Latina até superar 50 milhões de clientes.
“Seu poder vem, basicamente, de sua base de assinantes, que pagam uns US$ 10 por mês” por esse serviço “on-line”, disse à AFP o professor de Mídias de Entretenimento Digital John Taplin, da Universidade do Sul da Califórnia (USC).
“É uma quantia gigante de dinheiro” que a empresa “pode gastar em programação, comprar novos conteúdos e fazer novos conteúdos”, disse o especialista.
A companhia foi criada em 2007, na Califórnia (oeste dos Estados Unidos). No segundo trimestre de 2014, registrou lucro líquido de US$ 71 milhões, mais do que o dobro dos US$ 29,5 milhões obtidos no mesmo período do ano passado.
Além de suas séries originais, a Netflix oferece dezenas de programas e filmes, graças a acordos com os estúdios mais importantes dos Estados Unidos.
O sucesso da Netflix também é resultado de seu formato, que se encaixa nos novos hábitos de consumo, com um público mais jovem que busca mais flexibilidade e maior acesso a seus programas favoritos de novos dispositivos, como tablets e smartphones.
Nesse sentido, a plataforma digital apostou em lançar em bloco as temporadas completas de “House of Cards” e “Orange is the New Black”, uma estratégia que rendeu muitos adeptos à empresa.
A gigante do e-commerce Amazon também oferece a seus assinantes do serviço Prime séries originais como “Alpha House”, sobre senadores republicanos, ou “Betas”, sobre criadores de aplicativos em busca de investidores.
“O início da Amazon (nesta área) foi muito problemático”, comentou o professor Taplin. “Eles reconsideraram sua estratégia, contratando alguém que trabalhou na televisão antes”, explicou.
Agora, a Amazon trabalha em seis novos projetos originais – um deles estrelado pelo ator mexicano Gael García Bernal – e conta com um orçamento de pelo menos US$ 100 milhões.
Talvez o Hulu seja o concorrente mais sólido da Netflix até o momento. Ambas as empresas têm uma estratégia muito parecida, baseada na assinatura mensal e em uma poderosa campanha publicitária. Sua série original sobre adolescentes de origem latina “East Los High” lhe abriu as portas do mercado hispânico nos Estados Unidos.
Já a Microsoft quer transmitir seus próprios programas pelo console Xbox One. Um deles, o “Halo”, será produzido por Steven Spielberg.
“Os jogos foram parte do nosso DNA nos últimos 15 anos, pelo menos, e criar conteúdo de televisão era o próximo passo lógico na nossa evolução”, declarou, há alguns meses, o vice-presidente-executivo da Xbox Entertainment Studios, Jordan Levin.
O Yahoo!, que está apenas começando no negócio, quer produzir quatro séries próprias, embora seu formato seja mais parecido com o do YouTube, com conteúdo mais curto.
“Não acredito que (Yahoo!) vá se tornar um rival, mas o que definitivamente acontecerá é que, em cinco anos, vão diminuir os canais de entretenimento por TV a cabo, dando espaço para uma televisão que funcione segundo a demanda do público”, completou o professor da USC.
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