domingo, 21 de agosto de 2011

PR-AJT: a ameaça contra Paulo Bernardo e Gleisi

 

Mais um alvo para a “faxina” de Dilma Rousseff. Agora, é o todo-poderoso Paulo Bernardo, das Comunicações, suspeito de voar no avião da empreiteira Sanches Tripoloni, que doou recursos para a campanha da também ministra Gleisi Hoffmann


21 de Agosto de 2011 às 13:39
247 – Mais cedo ou mais tarde, a “faxina” bateria à porta do PT. Ontem, foi a vez de Ideli Salvatti, ministra da Articulação Política, flagrada num grampo telefônico negociando cargos do Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura, de onde foram defenestrados mais de 20 quadros ligados ao PR, de Valdemar Costa Neto (leia mais). Hoje, é a vez do casal mais poderoso da República: Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Há mais de um mês, já corria à boca pequena, ou à boca maldita, como se diz em Curitiba, o rumor de que o ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, revelaria as ligações do casal com a empreiteira Sanches Tripoloni. Quando Pagot depôs, no Congresso, não falou nada e a suspeita se dissipou.

Mas, neste fim de semana, reportagem da revista Época levanta a suspeita de que o casal mantinha relações perigosas com a construtora. A começar pelo uso do jatinho particular de prefixo PR-AJT – não custa lembrar que a gota d´água para a demissão de Wagner Rossi, da Agricultura, foi o uso do avião da empresa Ourofino, ligada ao agronegócio.

O dono da aeronave PR-AJT, um King Air, é o empresário Paulo Francisco Tripoloni, dono da empreiteira. De acordo com a reportagem de Época, tanto Paulo Bernardo quando Gleisi Hoffmann usaram a aeronave – ela, quando não ocupava cargo público; ele, como ministro do Planejamento e responsável pela alocação das verbas federais.

Como ministro, Bernardo teria incluído a construção do Contorno Norte de Maringá entre as obras prioritárias do PAC. A obra, executada pela Sanches Tripolini, já custa o dobro do valor originalmente orçado.

Empresa inidônea

De acordo com o Tribunal de Contas da União, a Sanches Tripoloni é uma empresa considerada inidônea, em razão de outra obra executada no Paraná, a construção do contorno rodoviário de Foz do Iguaçu. Apesar disso, ela continuou recebendo recursos públicos – foram R$ 267 milhões no ano passado.

A empreiteira também doou recursos para campanhas eleitorais no ano passado. Foram R$ 7 milhões ao todo, dos quais R$ 510 mil para a de Gleisi Hoffmann ao Senado. Nem ele nem ela respondem sobre o uso do jatinho da empreiteira. Mas, nos próximos dias, parlamentares da oposição, encaminharão pedido de informações sobre quem voou no PR-AJT.
O governo Dilma, com menos de oito meses de vida, se tornou prisioneiro da “faxina”. E o PT, como se sabe, não é diferente nem melhor do que os outros partidos da base aliada.
E agora, Dilma?

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