Ao monitorar redes sociais, governador de São Paulo descobre
que seria alvo de manifestações e cancela aparição em eventos
públicos
Pedro Marcondes de MouraLONGE DO POVO
Para fugir dos protestos, Alckmin teve de alterar agenda em cima da hora
Candidatos ou não, políticos costumam seguir uma liturgia em anos eleitorais: intensificam inaugurações de obras e aumentam aparições públicas em busca de exposição. Afinal, eles ou seus partidos e respectivas realizações serão avaliados nas urnas meses depois. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), parece, no entanto, fugir à regra. Na última quinzena, a ausência dele foi notada em pelo menos duas ocasiões previstas em sua agenda. A primeira ocorreu na missa em comemoração aos 458 anos da capital paulista, na quarta-feira 25. Para fazer companhia ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) e diversos postulantes à sucessão municipal, ele enviou o seu vice, Guilherme Afif. No sábado 28, correligionários, novamente, ficaram à espera de Alckmin. O governador não compareceu à inauguração do novo prédio do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC), uma obra orçada em R$ 78 milhões e que demorou cerca de três anos para ser parcialmente concluída.
Em ambas as ocasiões, Alckmin descobriu previamente que seria aguardado por centenas de críticos a posturas adotas pela sua gestão, como a reintegração de posse de Pinheirinho, em São José dos Campos, e a operação na Cracolândia. Coube a Kassab e ao secretário da Cultura, Andrea Matarazzo, enfrentar a ira dos populares. Os protestos foram monitorados com antecedência pela subsecretaria de Comunicação do governo e por um assessor de Alckmin. A maior parte das manifestações é organizada pela chamada “militância virtual progressista” através das redes sociais, como Facebook e Twitter, hoje os principais canais de críticas e articulação de atos. Oficialmente, a assessoria do governador nega que ele esteja evitando protestos, mas, segundo integrantes da alta cúpula do PSDB paulista, o trabalho irá continuar para evitar que o comandante de São Paulo seja surpreendido em aparições públicas.
Entre os tucanos, a medida é vista como uma prudência política ao que consideram atos de radicalismo empregados por militantes petistas. Um pensamento bem diferente daquele que tinha o ex-governador de São Paulo Mário Covas, que não titubeava em enfrentar cara a cara nem mesmo opositores exaltados. “Não tenho medo de vocês. Já enfrentei os generais”, dizia Covas. Alckmin, nesse ponto, nada aprendeu com o padrinho.
Em ambas as ocasiões, Alckmin descobriu previamente que seria aguardado por centenas de críticos a posturas adotas pela sua gestão, como a reintegração de posse de Pinheirinho, em São José dos Campos, e a operação na Cracolândia. Coube a Kassab e ao secretário da Cultura, Andrea Matarazzo, enfrentar a ira dos populares. Os protestos foram monitorados com antecedência pela subsecretaria de Comunicação do governo e por um assessor de Alckmin. A maior parte das manifestações é organizada pela chamada “militância virtual progressista” através das redes sociais, como Facebook e Twitter, hoje os principais canais de críticas e articulação de atos. Oficialmente, a assessoria do governador nega que ele esteja evitando protestos, mas, segundo integrantes da alta cúpula do PSDB paulista, o trabalho irá continuar para evitar que o comandante de São Paulo seja surpreendido em aparições públicas.
Entre os tucanos, a medida é vista como uma prudência política ao que consideram atos de radicalismo empregados por militantes petistas. Um pensamento bem diferente daquele que tinha o ex-governador de São Paulo Mário Covas, que não titubeava em enfrentar cara a cara nem mesmo opositores exaltados. “Não tenho medo de vocês. Já enfrentei os generais”, dizia Covas. Alckmin, nesse ponto, nada aprendeu com o padrinho.
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