sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ministério desitratado



O paraibano Aguinaldo Ribeiro assume Cidades no lugar de Mário

Negromonte com o desafi o de pôr fim à paralisia de obras e 

recuperar uma pasta já esvaziada

Izabelle Torres
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O ESCOLHIDO
Novo ministro deverá priorizar programas 
de mobilidade urbana e saneamento
O fim mais do que anunciado da gestão de Mário Negromonte à frente do Ministério das Cidades se concretizou na tarde da quinta-feira 2, quando a presidenta Dilma Rousseff desembarcou de Cuba. Sem apoio político do próprio partido, o PP, e carregando nas costas o peso de uma sequência de denúncias que iam de favorecimento à cidade baiana de Glória, comandada pela própria mulher, a suspeitas em contratos, Negromonte se viu obrigado a pedir para sair. Sua decisão foi comemorada por alas da leóenda, que trataram de indicar o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), que, no primeiro mandato na Câmara, liderava o partido com a missão de unificá-lo. Além da falta de experiência e do anonimato nacional, Ribeiro também terá de enfrentar o desafio de administrar uma pasta cada vez mais esvaziada e que tem irritado o Palácio do Planalto pela morosidade na execução financeira.

O descontentamento com a paralisia do Ministério das Cidades levou a presidenta Dilma a tirar de sua órbita a responsabilidade pelo programa Minha Casa Minha Vida, o carro-chefe do governo. Com investimentos previstos de R$ 43 bilhões para este ano, a construção de casas populares será entregue de vez a Jorge Hereda, presidente da Caixa Econômica Federal. Sem os benefícios políticos do Minha Casa Minha Vida, o ministro Aguinaldo Ribeiro terá sua capacidade de gestor testada em outros dois programas que ditarão o futuro do ministério: Mobilidade Urbana e Saneamento. Se as metas de obras nos dois setores não forem cumpridas, a presidenta deve retirar os programas da competência do Ministério das Cidades e repassá-los a órgãos mais técnicos, como a Casa Civil.

Dados da execução orçamentária de 2011 mostram que, apesar da relevância que tem, o programa de Mobilidade Urbana ficou praticamente parado e usou apenas 2,6% dos R$ 650,1 milhões previstos inicialmente. Enquanto isso, os investimentos em Serviços Urbanos de Água e Esgoto, cuja previsão era de R$ 1,3 bilhão, consumiram pouco mais de R$ 223 mil. Com os recursos empenhados e à espera de uma gestão que cumpra as metas oficiais, o Ministério das Cidades pode ser desastroso para Aguinaldo Ribeiro. Filho de um ex-prefeito de Campina Grande e da atual prefeita de Pilar e irmão de uma deputada estadual, Ribeiro sonha em chegar à prefeitura que foi ocupada por seu pai. Antes, porém, terá de se sair bem no desafio de administrar uma pasta esvaziada, apesar do orçamento bilionário.
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