Agência Brasil Haddad irá falar com Lula antes de definir postos estratégicos em sua campanha |
Marina Dias
Disputas internas do PT em São Paulo estão atrasando nomeações importantes para a campanha de Fernando Haddad à Prefeitura da capital paulista. Há algumas semanas, o candidato petista administra reivindicações de diferentes grupos do partido que divergem sobre estratégias eleitorais desde o flerte com o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Em meio ao embate, um dos postos mais estratégicos da campanha ainda permanece em aberto: a tesouraria.
Alegando a necessidade de cumprir outros compromissos, três nomes cotados para o cargo declinaram. O prefeito de Osasco, Emídio de Souza, diz estar comprometido com a campanha do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) à sua sucessão. O deputado José de Filippi comanda a tesouraria do PT nacional e, segundo dirigentes da legenda, isso o incompatibilizaria com o posto na campanha. O deputado Newton Lima também foi sondado, mas acabou não aceitando o cargo. Ele e Filippi poderão assumir responsabilidades no programa de governo de Haddad.
Por enquanto, a tesouraria está nas mãos do vereador paulistano Alfredinho, mas o PT procura um nome de maior projeção e confiança do partido e que tenha, principalmente, bom trânsito com empresários.
Essa indefinição começou quando a corrente majoritária do PT em âmbito nacional, a Construindo um Novo Brasil (CNB), pediu espaço na coordenação-geral da campanha, que hoje está com o presidente municipal do partido, vereador Antonio Donato, da corrente Novos Rumos, com maioria na capital paulista. A CNB apresentou a Haddad o nome do deputado federal Ricardo Berzoini para dividir com Donato o comando da campanha, e o deputado Vicente Cândido para assumir o programa de governo.
No entanto, dirigentes próximos a Haddad acreditam que o ex-presidente Lula não dará o aval a Berzoini devido a seu envolvimento no episódio que ficou conhecido como escândalo dos aloprados, em 2006, durante a campanha do hoje ministro Aloizio Mercandate. Lula está internado no Hospital Sírio-Libanês desde o fim de semana passado por uma pneumonia e não está recebendo visitas.
Em razão disso, Haddad adiou a conversa que já planejava ter com seu padrinho político para que ele o ajude a definir quem serão seus fiéis escudeiros durante a corrida eleitoral deste ano. Para a tesouraria, um novo nome já está na mira dos haddadistas, mas ainda é guardado a sete chaves.
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