sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Miriam Leitão e Bob Jefferson estão órfãos

Miriam Leitão e Bob Jefferson estão órfãos


A colunista de O Globo, Miriam Leitão, produziu uma peça de jornalismo curiosa para tentar condenar Lula por apontar Dilma Rousseff como candidata a sua sucessão. Miriam compara o discurso de Lula ao coronelismo da República Velha e diz que age como se estivesse entregando uma capitania hereditária.



Seria importante lembrar à colunista que o Brasil é uma democracia e quem vai decidir o futuro presidente é o povo. Ou seja, Lula pode dizer que prefere Dilma, mas o povo pode pensar diferente. Fernando Henrique Cardoso, que governou o país por oito anos, assim como Lula, preferia que José Serra o sucedesse, em 2002, mas o povo escolheu Lula.



A colunista completa seu ataque a Lula afirmando que o discurso de “pai e mãe do povo” infantiliza o povo brasileiro. É uma teoria interessante, mas sugeriria à colunista global que encaminhasse o debate a José Serra, o candidato de sua predileção. Afinal, o tucano tenta descaradamente pegar uma carona em Lula, talvez imaginando que o processo sucessório seja exatamente como o vê Miriam Leitão, a entrega de uma capitania hereditária.



Nessa falsa aproximação a Lula, Serra reforça o paternalismo visto por Miriam. Aliás, um aliado do tucano, o petebista Roberto Jefferson descreveu muito bem isso em matéria da Reuters reproduzida pelo próprio O Globo. Diz o Jefferson sobre a perda de identidade da campanha do Serra: “Não tem oposição mais, todos são filhos do Lula. E o Lula quer fazer do patriarcado dele um matriarcado para que todos passem a ser filhos da Dilma Rousseff.”



Bob Jefferson e Miriam Leitão pensam da mesma forma, mas o político é menos tendencioso ao apontar que a oposição quer desfrutar do que seria o patriarcado de Lula. O que Jefferson e Leitão evitam enxergar é que a popularidade de Lula, que jamais se disse pai do povo, se deve à maneira como governou o país, com atenção preferencial aos pobres. A população que lhe atribui aprovação recorde, deseja a continuidade de seu governo, e ela está personificada em Dilma, a sua candidata. E não na oposição, que nem se nomeia assim para tentar tirar uma casquimha de Lula.



Mas Miriam Leitão não para por aí. Afinal, diante da dianteira de Dilma é preciso usar todas as armas para ajudar Serra. A colunista traça um paralelo entre Brasil e Estados Unidos, naquela velha cantilena do que é bom para os EUA, é bom para o Brasil, tão ao gosto do seu candidato.



Certamente pensando no excelente momento da economia do país, diz a colunista que a economia “é decisiva, mas nem sempre”. E lembra da derrota de Al Gore, que perdeu as eleições presidenciais mesmo com o apoio de Bill Clinton, quando os EUA viviam um de seus melhores momentos econômicos na história. Esse argumento é mole de derrubar. Em primeiro lugar, como escreve a própria Miriam, Gore queria distância de Clinton por conta do caso Monica Levinsky. Só com isso, a comparação já não seria apropriada porque Dilma foi próxima de Lula durante o seu governo e deseja manter essa proximidade, não apenas na campanha, mas durante o seu governo. A segunda questão é que Gore perdeu a eleição de forma controversa, para dizer o mínimo, com uma manipulação dos votos da Flórida, governada pelo irmão do candidato oposicionista.



Miriam argumenta que se Clinton tivesse feito uma campanha paternalista seria ainda mais rejeitado. “Lá, eles não acham que eleitores passam de mão em mão como uma massa sem vontade própria”, escreveu. O que Miriam Leitão quis dizer com isso? Que os EUA são melhores que o Brasil? Que o povo americano sabe escolher melhor que o brasileiro? A velha mentalidade colonizada sempre se manifesta nessas horas.



Seria importante lembrar à colunista que a massa “esclarecida” de eleitores norte-americanos que não aceita ser controlada, elegeu George Bush, o responsável por duas guerras das quais os EUA não se desvencilharam até hoje, que causaram mais de 20 mil vítimas no Afeganistão e mais de 375 mil vítimas no Iraque, incluindo 138 mil soldados americanos feridos em combate e pelo menos 45 mil mortes de iraquianos, entre rebeldes, soldados do governo de Saddam Hussein e civis.

Desesperado Serra Usa Imagem de Presidente em Propaganda Eleitoral

Do blog os amigos do presidente Lula.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Serra agora gruda em Lula na TV, e PT recorre ao TSE





Se recurso for aceito, coligação serrista perderá tempo no horário gratuito





Iniciativa do marketing tucano veio casada com ataques a Dilma para tentar conter a queda de Serra nas pesquisas





DE SÃO PAULO





No horário nobre do programa eleitoral gratuito na TV, ontem à noite, a campanha de José Serra (PSDB) repetiu o que já fizera a sua adversária Dilma Rousseff: grudou o tucano no presidente Luiz Inácio Lula da Silva.





"Serra e Lula, dois homens de história. Dois líderes experientes", disse o locutor logo na abertura da propaganda, enquanto eram mostradas três cenas dos dois juntos -numa, o tucano afaga o ombro do petista; noutra, eles cochicham.





Aproximar Serra de Lula de forma tão escancarada e logo no início da propaganda eleitoral contrariou a ala do PSDB que defende uma oposição mais contundente.O PT anunciou que entrará com representação no Tribunal Superior Eleitoral contra a coligação de Serra pela utilização de imagens de Lula.





O pedido terá como base o artigo 54 da Lei eleitoral (9.504), que permite a participação, nos programas de rádio e televisão gratuitos, de "qualquer cidadão não filiado a outra agremiação partidária ou a partido integrante de outra coligação".





Caso seja aceita, poderá acarretar perda de tempo na TV da coligação serrista.A iniciativa do marketing tucano veio casada com ataques a Dilma, no rádio e, em menor intensidade, na TV, numa estratégia para tentar conter perda de votos e apatia entre os aliados.





Na avaliação de integrantes da cúpula tucana, para garantir um segundo turno, Serra terá que investir na ideia de que Dilma não tem experiência e depende somente do prestígio de Lula.





No programa de TV, após a descrição de ações do tucano na carreira, o locutor afirmou: "Serra, a vivência que a Dilma não tem".





TIRA A MÃO





Os programas de rádio foram mais críticos à adversária. Incluíram jingle que aponta Dilma como usurpadora das realizações de Lula.





"Tira a mão do trabalho do Lula/ tá pegando mal/ que o Brasil tá olhando/ Tudo o que o Lula criou/ ela diz:/ fui eu, fui eu/ Tudo o que é coisa do Lula/ a Dilma diz:/ é meu, é meu", afirma um trecho.





A investida busca aplacar o desânimo de parcela do tucanato com a possibilidade de derrota. E acontece num momento em que, oito pontos atrás de Dilma, Serra corre risco de perda de votos no próprio eleitorado.





A tentativa de desconstrução da imagem de Dilma vai ganhar corpo, gradualmente, na campanha. Pelo cronograma original, as peças seriam exibidas a partir de sábado. Mas, com crescimento da petista nas pesquisas, a estratégia foi antecipada.Dilma também atacou Serra, sinalizando que a cada dia aumenta a animosidade entre os adversários. "Ao mesmo tempo em que o candidato tenta, muitas vezes de forma patética, ligar seu nome ao do presidente Lula, ele fez oposição o tempo todo. Tem dia que ele faz crítica, tem dia que ele quer ligar seu nome ao projeto do presidente Lula. O candidato Serra é assim".





Ontem à noite, pelo Twitter, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, um dos coordenadores da campanha de Dilma, comentou via Twitter: "De dia o Serra esculhamba o governo, o PT e os petistas. De noite bota o Lula no seu programa. Na minha terra o nome disso é .. deixa pra lá".





Mais cedo, em entrevista sobre o ataque no rádio, Dutra descartou um revide no horário eleitoral e disse que o PT não mudará "em nem um milímetro" a sua estratégia.





"Isso me lembra um jingle do [petista Marcelo] Déda em 2006: "Eita que eles estão aperreados". Mas não vamos entrar em baixaria. É a lei da política: quem está atrás, bate." Da Folha tucana para assinante

Em Program de Candidato Tucano Serra só aparece de Costa

sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Serra só aparece de costas no programa do Anastasia











O candidato do PSDB José Serra, teve sua participação ainda mais reduzida hoje no programa de TV de seu aliado mineiro Antonio Anastasia (PSDB), candidato ao governo.





No programa exibido na hora do almoço, Serra só apareceu uma vez, de relance e de costas, enquanto tocava um jingle de Anastasia.Mas, hien? O Serra só aperece de costa no programa do tucano de Minas? Vocês podem rir à vontade. A notícia está na Folha dos tucanos





Nos programas que foram ao ar na quarta-feira, a imagem de Serra apareceu quatro vezes, também de relance. O tucano não falou nem foi citado em nenhuma das propagandas.



Ta feia a coisa



No mínimo constrangedor para o eleitor do PSDB..





Ninguém quer ficar do lado do Serra, coitado. Nem a "massa cheirosa" do PSDB! O "herói" Jefferson já está pulando fora. Arthur Virgílio, o "espancador de presidentes", mudou de nome, agora é só Artur, e no seu programa eleitoral no de de 1,4 minutos, no Amazonas, não cita o candidato tucano nenhuma vez. Só mostra o nome do PSDB em míseros 4 segundos!

Luis Dulci Responde`a José Serra

Resposta do ministro Luiz Dulci às declarações de José Serra



O candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, atacou ontem o governo Lula por promover a participação social na elaboração, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas.



Ao fazer esses ataques, Serra defende o retorno de uma concepção elitista de democracia, na qual a população não tem o direito de ser ouvida nas decisões de governo.



A Constituição Federal assegura aos cidadãos brasileiros a participação efetiva na formulação de políticas, na gestão administrativa e na prestação de serviços.



As conferências de políticas públicas, que não são novidade da vida brasileira, já que existem desde a década de 1940, constituem um dos principais instrumentos de participação social.



A partir de 2003, a participação social passou a ser adotada como método democrático de gestão. Ao contrário do que disse o candidato, desde então foram realizadas 73 conferências sobre os mais diversos temas - educação, saúde, cultura, juventude, meio ambiente, segurança pública, ciência e tecnologia, direitos das mulheres, dos indígenas, das pessoas com deficiência, entre outras -, das quais participaram cerca de cinco milhões de pessoas, nas etapas municipais, estaduais e nacional, garantindo a representação dos mais diversos segmentos da sociedade brasileira.



Muitas propostas aprovadas nessas conferências foram encaminhadas ao Congresso Nacional; outras contribuíram para a criação ou aperfeiçoamento de programas e ações de governo, trazendo benefícios concretos para a população.



Foram criados ainda 19 conselhos nacionais de políticas públicas e reformulados outros 15, com o objetivo de ampliar a representação da sociedade civil. Além disso, foram instituídas diversas Mesas de Diálogo para debater, entre outros temas, o aumento real do salário mínimo e a política de financiamento da agricultura familiar.



As acusações descabidas do candidato Serra contra a participação social desconsideram a trajetória de lutas e conquistas da sociedade civil brasileira e a sua contribuição para o enriquecimento da democracia representativa.

Marina Encara João Santana

Do Valor



Marina encara João Santana



Maria Cristina Fernandes

20/08/2010



Na estreia da fase mais quente da campanha, a competência de João Santana só teve uma rival, Marina Silva



'Tem idade para ser meu filho e inteligência para ser meu pai.' O presidente Luiz Inácio Lula da Silva brinda com esse autoelogio a campanha de Eduardo Campos, o governador que mais contemplou e que tem a mais larga dianteira nas pesquisas. Do Madeira ao Chuí, de Pernambuco a Santa Catarina, a política brasileira virou uma só família. 'Amo, como a meu filho, cada pedacinho deste chão', diz o programa filial de Ângela Amin.



O pai do Brasil anda sozinho no Alvorada e revela um pensamento que lhe assomou na primeira noite como presidente: 'Pedi a Deus para começar e terminar bem meu governo'. Não entrega uma carta-testamento, mas o povo nas tuas mãos, Dilma. O verbo está na segunda pessoa. Getúlio optou pelo plural. 'Vos dei a minha vida'. Lula vai no singular. O povo, vingado, é dele. Só o deixa porque sabe que ela vai continuar o que fez. Terá cuidados de mãe, promete ao pai que se confessa saudoso.



Na estreia da fase mais quente da campanha eleitoral, a competência de João Santana só teve uma rival, Marina Silva. Na TV, adotou um inócuo formato de Al Gore dos trópicos. Deixou para o debate da Folha/UOL suas verdades inconvenientes.





De uma só vez denunciou a infantilização dos brasileiros pela campanha governista e escancarou o primarismo da tucana, que, num país de tantas favelas, achou por bem montar um cenário delas na TV.



Além de colocar a família brasileira em prantos na sala, João Santana emudeceu a oposição ao entronizar a primazia da mudança numa campanha de continuidade. Lula mudou o Brasil com estabilidade e sem conflitos. Na mesma estrada que abre e fecha o filme com imagem em película, Dilma vai seguir mudando.



Num debate em que se mostrou inexplicavelmente mais solta do que no da TV Bandeirantes, Marina também foi capaz de resumir numa frase a razão de sua candidatura. Considera-se capaz de ser presidente da República porque o Brasil amadureceu.



Marina e João Santana exibiram seus melhores dotes, cada qual em seu jogo. Dilma faturou o placar da primeira semana por ter sido capaz, como líder da disputa, de participar de um confronto de ideias desengessado sem se desgastar com um adversário traquejado como José Serra.



Dilma parece mais segura para assumir suas limitações de oradora. O programa da TV deixou aparentes vestígios de gagueira. E no debate, a candidata preferiu ler um texto final de mensagem aos internautas a atravessar o mar de palavras desconexas que marcou sua despedida na Bandeirantes.



Tenta cativar a cumplicidade da audiência com sua condição de estreante. Sempre que pode começa suas frases com um ' concordo ' , ' é verdade o que você diz ' , num aplicado esforço de humildade. Ainda tem lapsos de hermetismo. Pela segunda vez consecutiva em debate, soltou um ' Departamento de Estado ' , do nada, como se o organograma do governo americano fizesse algum sentido para o eleitor brasileiro.



A hostilidade ainda a intimida, como ficou claro na pergunta sobre aborto. No dia anterior, havia sido cristalina ao defender sua posição em encontro com sindicalistas. Não vai se meter com o tema num país onde a saúde pública está em frangalhos. No debate, saiu em defesa da lei em vigor sem conseguir explicá-la.



Na ausência de um Plínio a importuná-la com a buzina de ecocapitalista, Marina foi pra cima de Serra com uma indignação que beirou a sinceridade com o descaso pela educação paulista.



A investida talvez se explique porque a candidata pode ser uma das maiores perdedoras de uma disputa de turno único. Não entrou na campanha para faturar em cima de mensaleiros, mas para vender seu peixe por um preço melhor do que o regateio dos últimos governos.



É num segundo turno que uma posição como essa se fortalece, seja para negociar com a favorita dias melhores para o ambientalismo, seja para se unir ao adversário na tentativa de levar o butim. Com um turno só, ainda terá que ralar para tirar seu peixe da xepa.



Como Serra tem caído nas pesquisas sem que Marina esteja herdando esses votos, a estratégia ainda está por se mostrar viável. Por incertos que sejam seus resultados, demonstra que a campanha tem rumo, coisa que Serra conseguiu sepultar para a dele.



Na TV, ele é o Zé que quer o boné do Da Silva. No debate, o Brasil é governado por um bando de aloprados que eleva impostos, quebra sigilo e loteia a máquina pública. Mostrou boa forma na ironia contida do retrovisor de Dilma que supera seu para-brisas, mas extrapolou na agressividade.



Se Lula se excede no paternalismo, Serra solta as rédeas no personalismo, ao vivo e gravado. Na TV há um momento em que atribui as filas dos hospitais a um jogo de empurra do funcionário para prefeito, governador e ministro. Com ele, o problema vai ser do presidente. No mesmo programa, diz que vai conseguir resolver os problemas do Brasil porque já foi prefeito, governador e ministro. O telespectador fica sem entender se carreira pública tem serventia ou se o único mandato que vale é o de presidente.



Se no programa de TV a campanha petista foi capaz de despolitizar até Bertold Brecht, no debate a política emergiu. Durante seus intervalos, subiam para assessorar Dilma, além de João Santana, o presidente do seu partido, José Eduardo Dutra, e o homem de Lula na campanha, Antonio Palocci.



Em torno de Serra, amontoavam-se seus assessores de imprensa e os submarqueteiros, de quem o candidato também escapava parece que para saber a opinião da filha sobre seu desempenho. A política estava ausente, assim como do entorno de Marina, com um séquito igualmente técnico. Em Marina a ausência orna com o voluntarismo estudado. Na roda de Serra, a sensação é de estranhamento.



Sérgio Guerra, presidente do PSDB, estava ali bem postado na plateia, mas exibia uma intimidade com o desempenho de seu candidato proporcional ao percentual de votos de Serra em Pernambuco. Do alto dos 80 milhões de votos que já amealhou no país, como o candidato tucano alardeara ali, ficava realmente difícil imaginar que alguém poderia ousar lhe dar um conselho.



Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras



E-mail: mcristina.fernandes@valor.com.b

A Disputa dos Candidatos na Base Eleitoral dos Tucanos

A disputa dos candidatos na base eleitoral dos tucanos

de Alberto Carlos Almeida, no Valor Econômico



Horário eleitoral gratuito



O que esperar nas três primeiras semanas? Como Dilma abrirá no primeiro turno uma margem de 15 a 20 pontos percentuais, devemos esperar que a associação entre Dilma e Lula, já nos primeiros dias de propaganda de TV, faça a candidata petista crescer forte nas pesquisas. Em geral, esse crescimento ocorre até a última semana de agosto ou a primeira de setembro. Foi assim com o Pitta de Maluf e com o Conde de César Maia.



Assim, as pesquisas publicadas a partir de agora indicarão um crescente distanciamento entre Dilma e Serra. Nos nossos modelos de análise de opinião pública, não esperamos que Serra caia abaixo de dos 30%. Ele tende a ficar gravitando em torno desse número.



Hoje, de acordo com o Datafolha, Serra tem 33%. Se ele perder mais 3 pontos percentuais, isso tende a ir para a Dilma, que, nesse caso, ampliaria a vantagem dos atuais 8 para 14 pontos percentuais. Os demais pontos de vantagem de Dilma virão de eleitores que hoje se declaram indecisos.



Creio ainda que entre os dias 7 e 10 de setembro e 3 de outubro as variações serão menores e causadas mais por eventos pontuais, como ocorreu no passado com o “dossiê dos aloprados”. Naquele episódio, a variação foi pequena e não fez Lula perder a dianteira. Ele caiu alguns pontos percentuais e isso fez que a eleição fosse para o segundo turno. Passado o efeito de mídia do dossiê falso, Lula voltou a abrir a margem que tinha anteriormente.



Delineado este cenário, será inócuo o esforco de Serra junto ao eleitorado de Minas e de São Paulo. A campanha do candidato tucano anunciou que ele concentrará os esforços nesses Estados. É como se existisse um passe de mágica a ser encontrado em meio a esse eleitorado. A mágica desaparece quando se pergunta com qual discurso Serra abordará o eleitor mineiro e paulista que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom. Como Serra vai persuadir esse eleitor a não votar em Dilma? Segundo o Datafolha, Dilma com 37% já está tecnicamente empatada com Serra (40%) no município de São Paulo. Assim, não será surpresa se o tucano for derrotado por Dilma em sua própria base eleitoral.

A Liberdade de Imprensa, Por Jorge Furtado.

Extraido do Blog de Luís Nassif.
Por Jorge Furtado

“Confessemos [pensam os jornais] nossa fraqueza ao público prussiano, mas sejamos diplomáticos na nossa confissão. Não lhe diremos exatamente que nós somos pouco interessantes. Dir-lhe-emos que, se os jornais prussianos são pouco interessantes para o povo prussiano, isso sucede porque o povo prussiano é pouco interessante para os jornais”.



Karl Marx, em “A Liberdade de Imprensa”.*



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Considerando que...



Os blogs e as redes sociais da internet estão participando ativamente, pela primeira vez, de uma eleição presidencial brasileira.



Apoiado fervorosamente por todos os grandes jornais brasileiros, o candidato de oposição – uma oposição que prometeu dar uma surra e acabar com a raça do apedeuta assassino ladrão mentiroso estuprador de menores de nove dedos - mudou de nome, agora é Zé, e Zé é Lula desde criancinha.





que finalmente caiu a ficha de que as redes sociais encurtam decisivamente as pernas da mentira (não existem mais segredos), amplificam e esmiúçam detalhes das notícias da televisão, dos jornais e das rádios, preservam e tornam de fácil acesso qualquer declaração feita em qualquer lugar, a qualquer um, para sempre e, por tudo isso, têm papel decisivo na formação da opinião pública.



A antiga imprensa passa por momentos difíceis em todo o mundo e aqui também, com queda de circulação e perda de importância política, a ponto de um presidente, com enorme aprovação popular, declarar publicamente que parte do sucesso de seu governo se deve ao fato dele não ter perdido tempo “lendo jornais”.



Considerando tudo isso...



Aproveito o ensejo para defender a fundamental importância da antiga imprensa, do velho e bom jornal (seja de papel ou digital), diário, feito por jornalistas, repórteres, editores, com salário pago pelo jornal para escrever notícias.



Eu acho ótimo escrever aqui, quando e o que me der na telha, mas isso não é jornalismo. A quase totalidade dos blogs, facebooks e twitters são diletantismo, louvável disposição para gastar parte do seu tempo participando da vida social e política do país, um dever cívico, mas isso ainda não é jornalismo.



Jornalismo é a busca diária (incluindo sábados, domingos e feriados) pelo fato, a verdade factual possível, a informação. Dá um trabalhão e deve ser bem remunerada. A questão é: por quem?



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Quando abandonaram o compromisso com a verdade factual (1) os antigos jornais brasileiros deram um tiro no pé, perderam relevância.



Quando tomaram o partido, de forma inquestionável ainda que velada, de uma oposição irascível a um governo extremamente popular, cuja política incluiu mais de 20 milhões de brasileiros no mercado consumidor, os jornais deram um tiro no outro pé, desprezando os consumidores dos seus possíveis anunciantes.



Para recuperar o tempo, o público e a credibilidade perdida, os jornais anunciam a criação de um órgão de autorregulamentação. Pode ser uma boa idéia, se funcionar.



A blogosfera não substitui os jornais. Blogs, sites, jornais, revistas, televisão, rádio, são complementos fundamentais na busca da verdade factual, que é a base do jornalismo.



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(1) Dez barrigas da mídia contra Lula:



1. As “supostas contas” no exterior.



2. As declarações do delegado Edmilson Pereira Bruno (caso Aloprados), que os jornais sabiam serem falsas, publicadas como verdadeiras.



3. O grampo sem áudio.



4. Os cinco milhões de grampos telefônicos no país, que viraram sete mil e quinhentos.



5. A ficha da Dilma que o jornal diz não poder afirmar ser falsa.



6. O desleixo do governo petista, denunciado em manchetes de capa, na conservação do “valiosíssimo” (pago 20 reais) quadro do Picasso na sede do INSS. http://www.nao-til.com.br/nao-82/picasso.htm



7. O assassinato, pelo governo Lula, de 200 pessoas na queda de um avião, que se provou estar sem freio.



8. A corrupção no governo da petista Yeda Crusius.

http://jbonline.terra.com.br/editorias/pais/papel/2008/06/08/pais2008060...



9. Os cartões corporativos que pagaram, além de tapiocas, “bailarinas”.http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2650576-EI7896,00.html



10. A tentativa de estupro do "menino do Mep".

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2711200908.htm

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Pérolas do Nonsense

“Na Presidência da República, se houver encontro secreto, nada fica registrado, nem na segurança, é como se não existisse. Assim, se tiver um encontro secreto, a prova é que não ficou registrado.”

Alexandre Garcia, telejornal Bom Dia Brasil, TV Globo, 25/08/09

http://colunas.bomdiabrasil.globo.com/alexandregarcia/



“A Folha tem procurado checar a autenticidade da ficha. Foram contatados três peritos de larga experiência na análise de documentos e um especialista em imagens digitais. Todos disseram que teriam dificuldades em emitir um laudo, pois necessitavam do original da ficha, que nunca esteve em poder da reportagem”.

Matéria não assinada da Folha de São Paulo, 28/06/09, explicando que os seus “peritos de larga experiência” não poderiam afirmar se a suposta ficha de Dilma foi criada digitalmente num programa de computador sem examinar o original de papel.

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Mais sobre barrigas da mídia pró-Serra:

http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/barrigas-pró-e-contra





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* A Liberdade de imprensa. Karl Marx, tradução de Cláudia Schilling e José Fonseca, L&PM Editores, Porto Alegre, 1980.



http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/liberdade-de-imprensa