quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sem citá-lo, Marina critica Lula e o associa à 'visão atrasada' da política

  • Guilherme Balza
    Do UOL, no Rio de Janeiro
  • Marina Silva joga basquete durante campanha no Rio de Janeiro
    Marina Silva joga basquete durante campanha no Rio de Janeiro
Em discurso a dezenas de lideranças comunitárias do Rio de Janeiro, a candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem evitara se dirigir até agora. A ex-senadora ainda associou Lula ao que considera uma "visão atrasada" da política.

As declarações foram dadas durante visita à sede da ONG Cufa (Central Única de Favelas), em Madureira, no subúrbio carioca. Marina respondeu à declaração de Lula, dada semanas atrás, de que ela devia tudo o que tem ao PT.

"Tenho  56 anos, fui professora, senadora, vereadora, deputada, ministra, já fui até candidata a presidente, e dia desses ouvi uma pessoa dizer que tudo que eu sou eu devo ao partido, como se nada do meu esforço tivesse nenhum significado, inclusive o esforço de ajudar a criar esse partido. Eu digo: 'meu Deus, essa é a visão mais atrasada e velha da política'. Não se faz as coisas para as pessoas, se faz com as pessoas", disse Marina. 
A exemplo de Campos, Marina sempre evitou criticar Lula, centrando os ataques à Dilma Rousseff. Em entrevista à Folha de S.Paulo, a ex-ministra chorou ao lembrar as críticas feitas pelo ex-presidente.

No discurso, dirigido a uma parcela da sociedade que se beneficiou das políticas sociais ampliadas por Lula, Marina fez elogios à superação individual. Embora tenha elogiado políticas sociais do governo, criticou o que chamou de visão de "casa grande e da senzala" na qual se credita ao governo todas as conquistas populares.

"Não é correto o governo, qualquer governo, o meu --se Deus o povo brasileiro quiserem e eu for eleita--, o PSDB, o PT, quem quer que seja, se apropriar do esforço das pessoas e tantar passara a ideia de que tudo que você conquistou foi o governo que te deu, isso não educa nem ao governo, nem à sociedade. É a visão patrimonialista, da casa grande e da senzala.'

A ex-senadora lembrou os tempos de infância, em que vivia na pobreza no Acre, e relatou as dificuldades que teve de superar para se alfabetizar. Marina também fez elogios ao "empreendendorsmo social".

"Empreendendorismo social é para constranger o governo. Se eu for para o Palácio do Planalto, eu vou constrangida eticamente. Um constrangimento ético bom. Se com tão pouco vocês fizeram tanto, porque que com tanto, o governo faz o que é necessário?", disse.

Marina deixou a sede da Cufa sem dar entrevistas à imprensa, ao contrário do que estava previsto. É a segunda agenda seguida da candidta que ela evita os jornalistas. Ontem, em evento com lideranças sindicais em São Paulo, a ex-senadora também cancelou a entrevista coletiva que estava marcada. 
http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/09/25/sem-cita-lo-marina-critica-lula-e-o-associa-a-visao-atrasada-da-politica.htm

Norte Energia S.A rebate mentiras de Marina sobre usina de Belo Monte

Belo Monte: Blablá mentiu

Essa candidata quer promover o desmanche do Estado brasileiro e dos interesses nacionais

Ela e os amiguinhos do Norte chamam isso de "desastre ambiental"...



Conversa Afiada reproduz nota oficial da empresa que constrói Belo Monte, essa gloria da engenharia brasileira, que a Blablá e seus amiguinhos do Norte – lembra do Cameron, amigo navegante ? – tentaram dinamitar.

Os amiguinhos (dela) do Norte não admitem que o Brasil tenha energia renovável e barata, construida por engenheiros brasileiros, com operários brasileiros.

Eles não engolem !

No Mau Dia Brasil, que lhe poupou do jatinho, Bláblá detonou Belo Monte e a transposição  do rio São Francisco, outra gloria da engenharia brasileira, como exemplos de “gasto ineficiente”. 

Essa candidata quer promover o desmanche do Estado brasileiro e de seus interesses nacionais.

Veja o que diz a Norte Energia:


NOTA À IMPRENSA SOBRE A DECLARAÇÃO DE MARINA SILVA



Diante das declarações da candidata Marina Silva sobre a Usina Hidrelétrica Belo Monte ao Bom Dia Brasil (Rede Globo) desta quinta-feira (25/9), a Norte Energia S.A., empresa responsável pelo empreendimento, vem a público restabelecer a verdade dos fatos: nunca houve aditamento do valor do contrato de concessão de Belo Monte. O valor do projeto, cujo leilão ocorreu em 2010, permanece o mesmo, com a correção contratual pelo IPCA.


A Empresa superou, em agosto deste ano, o montante de R$ 1,9 bilhão investido em ações socioambientais que beneficiam as populações do entorno da Usina. Os recursos fazem parte de um total de R$ 3,7 bilhões (a preços de 2010) que serão aplicados em ações condicionantes e em outros benefícios previstos no Projeto Básico Ambiental (PBA) do empreendimento, inclusive do PBA-Componente Indígena, e no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS-X), e em ações complementares.


Como parte do PBA, a Norte Energia desenvolve nos cinco municípios da Área de Influência Direta da Usina (Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu) 117 projetos de cunho ambiental, econômico, social e cultural. Os trabalhos em andamento estão sob acompanhamento rigoroso de órgãos fiscalizadores, especialmente do Ibama.


Estas ações beneficiam diretamente moradores da região como Edileuza Alves, 38 anos, que durante 16 anos morou em uma palafita na Rua das Olarias, área de Altamira historicamente alagada nos períodos de cheia do rio Xingu. “Quando soube que teria que sair dali, fiquei aliviada. Lá era muito perigoso e eu ficava presa em casa.”


Desde 13 de setembro, Edileuza mora no Jatobá, um dos cinco novos bairros que estão sendo construídos pela Norte Energia em Altamira como parte das condicionantes da UHE Belo Monte. No total serão 4,1 mil casas em bairros com infraestrutura completa. Mais de 500 famílias já saíram das áreas insalubres e estão usufruindo do conforto e da segurança das novas casas, dotadas de água, luz, esgoto e saneamento.


“Meu maior sonho era morar em uma casa de chão firme. Hoje eu tenho isso, e muito mais, pois quando sofri um derrame, há alguns anos, fiquei com parte do corpo paralisada. Meu banheiro aqui é adaptado, o que me dá segurança na hora de tomar banho”, explica Edileuza.


Saúde e educação


As ações desenvolvidas pela Norte Energia também reforçam a estrutura de saúde dos municípios da Área de Influência Direta da Usina. Na região, já foram construídas e equipadas 27 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Três hospitais estão em obras para serem entregues ainda em 2014. Os casos de malária foram reduzidos em 90% nos sete primeiros meses de 2014 (644 casos), na comparação com o mesmo período de 2011 (6.373) em Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio, Pacajá e Vitória do Xingu. Na área de educação, a Empresa construiu ou reformou 252 salas de aula e ampliou outras 102, beneficiando diretamente mais de 20 mil alunos. Outras obras estão em andamento e em fase de contratação.


Saneamento básico


No saneamento básico, mais de R$ 429 milhões já foram investidos para a instalação de redes de água e de esgoto e estações de tratamento. Em Altamira, já estão concluídas 88% das instalações, com 220 quilômetros de redes de esgoto e 170 quilômetros de redes de água potável. Na área urbana de Vitória do Xingu foram implantados 30 quilômetros de rede de esgoto e 12,5 quilômetros de drenagem de águas pluviais.


Diversas outras ações são desenvolvidas nas mais diversas áreas, como segurança pública, assistência social e meio ambiente, entre outras.


Componente indígena


A UHE Belo Monte é a primeira obra do Brasil a desenvolver um PBA específico de componente indígena específico, o PBA-CI. Entre novembro de 2010 e agosto de 2014, a Norte Energia destinou mais de R$ 176 milhões para ações que atendem 11 Terras Indígenas da Área de Influência da Usina. Já foram concluídas 313 casas, de um total de 699, e doados e entregues mais de 1,2 milhão de litros de combustíveis e lubrificantes, 326 barcos e voadeiras e mais 564 motores, além de 44 veículos e 96 geradores.


Entre outras ações em andamento estão o apoio à construção de escolas nas aldeias, construção de casas de farinha, projetos de estruturação produtiva, ações de aperfeiçoamento de professores, melhoria de gestão, produção de material didático, como dez cartilhas de letramento para dez diferentes povos indígenas.


PDRS-X


Os seis municípios da Área de Influência Indireta  (Gurupá, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz e Uruará) da UHE Belo Monte, que não fazem parte do PBA, já receberam mais  R$ 15 milhões em investimentos diretos da Norte Energia, além de terem à disposição R$ 500 milhões no PDRS-X, aonde podem entrar com projetos próprios.


Tais resultados mostram que Belo Monte, além de ser um exemplo de sustentabilidade na área energética, com energia limpa e renovável, é também um indutor de desenvolvimento regional e de melhoria na qualidade de vida da população local, há décadas carente de investimentos sociais.


Norte Energia S.A.

Veja o que engenheiros e trabalhadores brasileiros fazem em Belo Monte -http://bancodeimagens.norteenergiasa.com.br/bancoimg/#!/?page_id=2172

http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/09/25/belo-monte-blabla-mentiu/

AGORA É OFICIAL: MALAFAIA É 100% MARINA


:
Pastor evangélico Silas Malafaia, que exigiu que Marina Silva (PSB) mudasse seu programa de governo e, menos de um dia depois conseguiu, anunciou nesta quinta-feira, num tuitaço, sua mudança de voto no primeiro turno; ele, que antes apoiava Pastor Everaldo, do PSC, agora é Marina Silva; "Lula, Dilma e Aécio não conseguiram desconstruir a Marina. Ela vai para o 2º turno", escreveu o líder evangélico, com a hashtag #MARINAresistentevaiserPRESIDENTE; "O PT está em pânico. Não conseguiram detonar a Marina. Segura aí", escreveu ainda Malafaia

247 – Antes apoiador do candidato Pastor Everaldo (PSC) para presidente, o líder evangélico Silas Malafaia declarou nesta quinta-feira 25, em um tuitaço, sua mudança de voto no primeiro turno para Marina Silva, do PSB. O pastor da Assembleia de Deus, mesma igreja que a candidata frequenta, dizia que votaria em Everaldo, que tem 1% das intenções de voto, de acordo com as pesquisas eleitorais, na primeira etapa, e em Marina, caso fosse para o segundo turno da disputa ao Planalto.
Hoje, no movimento do Twitter que divulgou a hashtag #MARINAresistentevaiserPRESIDENTE, Malafaia fez críticas à presidente Dilma Rousseff e ao PT entre as 40 mensagens que divulgou com o termo. "Lula, Dilma e Aécio não conseguiram desconstruir a Marina. Ela vai para o 2º turno", escreveu. "O PT está em pânico. Não conseguiram detonar a Marina. Segura aí", atacou ainda o pastor.
Em outras mensagens de defesa a Marina Silva, Malafaia disse que "esta bandidagem que está acabando com o Brasil, em nome de Jesus, está com os dias contados". "Dilma e Aécio possuem quase 16 min contra 2 min de Marina. Empate técnico no 2º turno só pode dar", postou. "Depois de todo o massacre que sofreu nos últimos dias, Marina se mantém estável nas pesquisas. CONCLUSÃO: #MARINAresistentevaiserPRESIDENTE", apoiou.
Ele também retrucou o discurso do PT e do PSDB de que Marina recebe o apoio dos banqueiros. "Vejam quem são amigos dos banqueiros. Lucros dos bancos no gov FHC 31 bi gov Lula e Dilma, perto de 200 bi", tuitou o pastor. Ele também escreveu que "não adianta chorar ou espernear" ao voltar a dizer que Marina sairá vitoriosa. E apelou para que o internauta "pare para pensar: Se com 2 min Marina vai para o 2º turno, imagine no 2º turno que o tempo é igual".
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/154769/Agora-%C3%A9-oficial-Malafaia-%C3%A9-100-Marina.htm

VEJA PERDE DE 7 A 0 NO TSE E IRÁ REPARAR DANO AO PT

O tratamento VIP do Bom Dia Brasil a Marina


Postado em 25 set 2014
Parecia uma família feliz
Parecia uma família feliz
Não fui eu que disse. Foi a Sheherazade loira, Joice Hasselman, da TV Veja.
Ela fez a seguinte avaliação da entrevista concedida por Marina ao Bom Dia Brasil.
“Marina nadou de braçada. Ela falou o que quis e bem entendeu. Não foi interrompida e nem colocada contra a parede (…). Em condições tão favoráveis, fez bonito: sorriu, brincou e atacou. Cada vez que uma bola era levantada, Marina cortava e de forma certeira. E o alvo era a adversária, Dilma Rousseff.”
Joice estava, naturalmente, elogiando a entrevista e a entrevistada. Fora rugas e estrias, provavelmente a coisa que Joice mais abominava na vida é Dilma.
Não havia, portanto, nenhum ar condenatório em sua avaliação da sabatina de Marina no Bom Dia Brasil.
E no entanto essa diferença brutal de tratamento é o triunfo do antijornalismo e da desonestidade intelectual.
Em favor de Bonner e Poeta, registre-se que a agressividade deles foi dirigida igualmente a todos os candidatos que tiveram o desprazer de passar pelo Jornal Nacional.
Mas no Bom dia Brasil as coisas foram distintas, como notou e aprovou Joice Hasselman.
Até Míriam Leitão estava sorridente, doce, acolhedora. Maternal.
Suas perguntas na área econômica – seu “terreno”, como ela fez questão de dizer – foram daquele tipo que uma mãe faz ao filho.
Por exemplo, ela tocou nos direitos trabalhistas. Melhor, levantou a bola, como disse a nova Sheherazade.
Que significa “atualizar”?
Sabemos todos que atualizar, na cabeça dos mentores econômicos de Marina, é subtrair direitos trabalhistas.
Ninguém no time de Marina pensa em mexer na CLT para aperfeiçoar as conquistas dos empregados.
Da última vez que um governo “atualizou” a CLT, sob o general Castelo Branco, pouco depois da instauração da ditadura militar, foi eliminada a estabilidade de que gozavam os empregados depois de dez anos de trabalho.
Mas isso não dá votos, é claro, senão entre donos de empresas. Foi exatamente a um grupo deles que Marina fez a promessa.
Marina disse que não disse o que tinha dito, diante da reação negativa a seu anúncio de “atualizar” os direitos.
No Bom Dia Brasil, com a ajuda de Míriam Leitão, ela teve a oportunidade de completar seu giro espetacular na questão.
Na verdade, afirmou Marina, não apenas não serão mexidos os benefícios de quem tem emprego regular, de carteira assinada, como eles serão estendidos aos que trabalham na informalidade.
Nesta pergunta, e em todas as demais, Marina esteve sempre numa zona de monumental conforto.
Não houve um único momento de atrito. Ali estava, você poderia pensar, uma família feliz e harmoniosa.
Por que tamanha diferença de tratamento?
Há, primeiro que tudo, a vontade da Globo de ver Dilma ser derrotada, e Marina é agora a grande esperança.
Mas existe também uma coisa de mulher. Ou de mulheres. Uma antipatia mútua, uma hostilidade maldisfarçada.
Você vê, na entrevista de Dilma, que Míriam Leitão não gosta dela. Repare nas expressões. Se há algo em que denunciamos nossos sentimentos, é exatamente isso – as expressões.
Não me pareceu unilateral. Tive a forte impressão de que Míriam Leitão é correspondida por Dilma.
Se fosse no Velho Oeste, talvez as coisas terminassem num duelo ao por do sol.
Não entendo por que Dilma se submete às excruciantes entrevistas da Globo, francamente.
Lembranças de um tempo remoto em que a Globo fazia e desfazia presidentes? Talvez.
Mas isso ficou lá para trás.
A internet trouxe variadas possibilidades de um candidato se conectar com os eleitores, das redes sociais a sites independentes. Fora isso, Dilma tem um espaço generoso no programa eleitoral gratuito.
Por que se submeter à violência torrencial da Globo? Apenas para lembrar, na sabatina do jornal Globo, o colunista Ricardo Noblat conseguiu a proeza de mandar Dilma falar menos.
Dilma perde muito mais do que ganha – até em paz – ao se submeter às múltiplas sabatinas da Globo.
São sabatinas na tevê, no jornal, na internet, no rádio – tantos veículos distintos que no fim você apenas conclui que é hora de desfazer o monopólio da Globo na mídia.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-tratamento-vip-do-bom-dia-brasil-a-marina/

PSB-Marina Silva: um noivado mal arranjado, por Wanderley Guilherme dos Santos


Do Manchetômetro
por Wanderley Guilherme dos Santos
A candidata a presidente Marina Silva não tem partido e o Partido Socialista Brasileiro não tem candidato. A morte de Eduardo Campos subverteu a hierarquia da coalizão (proto-Rede e PSB) impondo um noivado em que nenhum dos nubentes escolheria voluntariamente o outro. Certamente, Marina Silva nunca foi uma socialista e nem o Partido Socialista Brasileiro teria imaginado apoiar a hegemonia de um banco na Presidência da República. O pacto eleitoral que servia a Eduardo Campos e ao carona Rede passou a acorrentar mutuamente Marina Silva e o Partido Socialista Brasileiro.
Candidata a vice-presidência, Marina podia difundir o Rede, continuando a apologia de uma política de princípios inegociáveis, enquanto cabia a Eduardo Campos conduzir a campanha de acordos eleitorais conforme a conveniência. Eventuais vetos de Marina, como a recusa de participar da campanha em São Paulo, oficialmente em virtude de oposição ao PSDB de Geraldo Alkmin, ratificavam a aura da imaculada candidata a vice. Perdendo a eleição sairia dela pura como entrara, levando na algibeira uma possível bancada parlamentar de marineiros. Se vencedora, continuaria com maior rigor a vigilância de superego à sombra da coligação, permanecendo Eduardo Campos responsável pelos inevitáveis acordos de governabilidade. Faria seu caminho institucional em direção à direita sem se chocar explicitamente com os ambientalistas não reacionários.
Cabeça de chapa, Eduardo Campos estava a salvo de interpelações sobre temas delicados, protegido pelo patrimônio ideológico do PSB. Ao mesmo tempo, esperava se apropriar de parte substancial dos eleitores seduzidos por Marina, revelados na surpreendente votação que ela obteve em 2010. Liberando-a para atitudes dissonantes, destinadas a marcar posição sem danos sérios à campanha ( afinal,o vice-governador de São Paulo pertence ao PSB), Eduardo Campos operava com inteligência para fazer com sucesso a travessia em que o Partido Socialista Brasileiro estava empenhado.
O Partido Socialista Brasileiro foi um dos dois partidos de esquerda a ter crescimento parlamentar constante nas últimas três eleições. O outro foi o Partido Comunista do Brasil, crescendo 25% entre 2002 e 2010. O salto do PSB, de 22 para 35 deputados, correspondeu a excepcional crescimento de 59%, em oito anos. Comparado aos outros 13 partidos que apresentaram candidatos nas três eleições, verifica-se que 6, entre os 13, obtiveram uma representação em 2010 inferior à de 2002. Eis a lista: PT, PSDB, PP, DEM, PTB e PPS. Conquistou ainda o Partido Socialista Brasileiro, em 2010, razoável número de governos estaduais. Tendo sido coadjuvante leal e solidário nos períodos presidenciais do PT, as eleições de 2014 propiciaram excelente oportunidade para galgar posições e adquirir lugar de protagonista na política nacional. Se perdedor na corrida presidencial, o Partido Socialista Brasileiro contava, no mínimo, eleger uma bancada de deputados que consolidasse sua posição de segundo partido de esquerda mais relevante na composição governamental e, quiçá, superior até mesmo aos centro-direitistas da coligação, PP e PR. Enquanto vivo o candidato, embora os esperados eleitores do Rede não comparecessem nas intenções de voto presidencial, a trajetória do Partido Socialista Brasileiro se antecipava muito bem sucedida.
A morte de Eduardo Campos não trouxe tragédia apenas à sua família e ao seu partido. Marina Silva perceberia em breve que o mórbido presente que supôs ter recebido da Providência Divina abrigava a inevitável revelação do verdadeiro destino de sua trajetória: a direita. Por um momento tentou mantê-lo sob disfarce à força de uma retórica peculiar, mas arguta. Em 2010 declarara, em espetacular golpe de marketing, que perdera, vencendo. Agora, ciente do poder das palavras, fazia acrobáticos pronunciamentos de difícil interpretação. Ou vazios como a declaração de que seus dois adversários queriam o embate e, ela, o debate. Mas a fuga durou pouco.
A rápida subida nas pesquisas de intenção de voto precipitou um relaxamento em sua guarda e iniciou os anúncios e declarações absolutamente incompatíveis com o histórico do PSB. Inimiga da economia material, à qual sempre contrapôs alternativas futurísticas e inteiramente descoladas da agenda real e urgente do País, apresentou improvisado programa de governo e indicou assessores, cujos pronunciamentos revelaram assustadora ignorância da economia e das articulações entre a política econômica e a política social no Brasil. As reacionárias passagens de seu programa, associadas a desastradas declarações de conselheiros só fizeram trazer à lembrança a adesão de Marina a posições hiper conservadoras durante sua passagem pelo ministério do Meio Ambiente e pelo Senado Federal. Ao mesmo tempo, a preferência pelo lado do capital financeiro em competição por lucros com o agro-negócio, marcada por violenta agressão ao senador da bancada ruralista, Ronaldo Caiado, esclareceu-se pelo congraçamento entre a candidata e o setor financeiro. Hoje, é patético o papel do PSB como avalista da aproximação entre Marina e o setor agrário moto mecanizado. Do desnudamento do projeto marineiro às retificações do programa de governo, aos subterfúgios lingüísticos e aos repúdios de convicções passadas, não se passaram mais do que duas semanas. Mas seu projeto de transformar o Rede em importante partido de direita foi truncado pela tragédia de Eduardo Campos e exposto à luz da competição ideológica real.
O incômodo da coligação entre Marina e o Partido Socialista Brasileiro resulta da associação de dois projetos truncados e opostos: sendo o de Eduardo e do PSB o de elevar o partido a grande protagonista na esquerda e o de Marina alcançar destaque na rede da direita, dona de um partido de ambígua definição ideológica. O resultado não podia ser outro: uma campanha amarga e gaguejante da candidata a presidente em que os socialistas se vêem constrangidos a votar contra si próprios.
http://jornalggn.com.br/noticia/psb-marina-silva-um-noivado-mal-arranjado-por-wanderley-guilherme-dos-santos

O padrão Globo de entrevistas: objetivo


As entrevistas da Rede Globo vêm sendo um espetáculo à parte nessas eleições.
Com tom agressivo e perguntas molestas aos candidatos, os jornalistas sempre buscam colocar o entrevistado em xeque.
Essa postura pode ser considerada jornalismo sério. Obviamente os candidatos não são bajulados. Mas existe um “porém” que questiona o comportamento dos entrevistadores globais.
Um político vai a entrevistas desse tipo para falar diretamente aos eleitores.
Um jornalista faz entrevistas para oferecer informação à sua audiência.
Mas, quando o jornalista pretende assumir o protagonismo da entrevista, interrompendo o entrevistado constantemente, os papéis se confundem.
A pergunta precisa do jornalista, que intimida o entrevistado e convence o espectador através da retórica, ganha mais destaque do que a resposta difusa do candidato. Ou seja, nessas entrevistas o jornalista tem um papel mais importante que o entrevistado. O primeiro ataca, o segundo explica como pode.
A única forma de quebrar essa confusão é ter respostas claras e evitar interrupções, como Dilma fez na última entrevista do “Bom Dia Brasil”, também da Rede Globo. Ela não aceitou ser cortada por comentários e se impôs diante da insistência dos entrevistadores.
Mas, inclusive nesse caso, os jornalistas conseguiram protagonismo ao falar sobre as “erratas” dos dados da Presidenta no final do quadro.
Ora, por que um jornal quer tanto protagonismo a ponto de deixar o entrevistado em segundo plano?
Qual é a motivação para esses ataques diretos? Escutar a explicação do candidato? Ajudar o eleitor a formar sua opinião?
Talvez sim. Mas os candidatos pouco explicam e o eleitor praticamente não muda seu entendimento da Política, pois os assuntos tratados no geral não são muito exploráveis.
Então existe algo a mais...
Com a busca pelo protagonismo, os jornalistas aparentemente querem mostrar algo ao espectador, como se quisessem fazer ataques pessoais para conquistar votos.
Mas, votos para quem?
Ora, para si mesmo!
“Votos” de confiança: credibilidade para o veículo de comunicação. O espectador confia no que o jornal diz e, por isso, não questiona o que escuta.
Portanto, a busca central não é nem por audiência.
O que a Rede Globo busca é credibilidade.
E o contexto da Internet ajuda a entender essa decisão da emissora.
Hoje, mais do que nunca, a credibilidade das televisões é constantemente questionada na blogosfera e em meios de comunicação progressistas.
Cada vez mais blogs e jornais denunciam diariamente as coberturas parciais da Grande Imprensa.
Isso é péssimo para a credibilidade de qualquer meio de comunicação que se afirma apartidário – como é o caso dos jornais da Grande Mídia. Mas eles têm mecanismos para confirmar sua neutralidade.
O Padrão Globo de Entrevistas é um deles.
Atacando todos os candidatos, os jornalistas mostram que estão do “lado do povo”, que não tem preferência política. E, com isso, ganha pontos com os espectadores menos esclarecidos.
Essas pessoas não conseguem detectar o partidarismo da Rede Globo em notícias normais.
Quando veem a emissora atacando candidatos sem exceção, supõem que ela não apoia ninguém.
Portanto, essas entrevistas são mais uma forma de robustecer uma imparcialidade artificial. Falsa, porque não existe jornalismo completamente imparcial.
Se a Rede Globo realmente quisesse acrescentar ideias ao debate democrático, como afirma, iria diretamente ao ponto central do debate nesse ano, que é a disputa entre dois projetos de governo: o neoliberal de Marina e Aécio ou o desenvolvimentista da presidenta.
Explicaria de forma simples quais são as diferenças entre os dois e, dessa forma, prestaria um ótimo serviço aos espectadores.
Mas isso não interessa aos Senhores Marinho. Eles têm interesse na falta de conhecimento do povo.
Então preferem simplesmente atacar os candidatos, criando um circo que limita o debate de ideias na televisão.
Para as Organizações Globo, é o formato perfeito de entrevistar. Por isso virou o Padrão Globo de Entrevistas.
Mais uma forma de manter a confiança de uma audiência que cada vez mais duvida das Organizações Globo.
http://jornalggn.com.br/noticia/o-padrao-globo-de-entrevistas-objetivo