terça-feira, 9 de setembro de 2014

ONDA MARINA ARREFECE. VOLTARÁ A CRESCER?


Contradições identificadas na candidatura de Marina Silva, do PSB, começam a se voltar contra ela; Instituto Ibope apurou intenções de voto em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde vivem 32% do eleitorado do País.; em ambos os Estados, ex-ministra perde pontos e presidente Dilma Rousseff cresce; liderança no Rio fica para trás e dianteira folgada em SP sofre arranhão; posição contra o pré-sal, ligação estreita com herdeira do banco Itaú, Neca Setúbal, mudança de posição sobre a questão gay e desacertos em programa de governo pesam contra; se, antes, Marina parecia subir aos céus das intenções de voto, agora embica para um declínio veloz; "Sou alvo de muitas pedras", reclama ela; Marina pode voltar a empolgar?
 Marina Silva tem problemas, é o que mostra a pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira 9, sobre os humores do eleitorado nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Nesses dois entre os três maiores colégios eleitorais do País, onde residem 32% do eleitorado, a postulante do PSB perdeu a posição de liderança que exibia no território fluminense e sofreu um arranhão em sua margem no primeiro lugar no ambiente paulista.
No espaço de uma semana, conforme apurou o Ibope, Marina perdeu quatro pontos no Rio. Dessa forma, abriu passagem para a presidente Dilma Rousseff tomar-lhe a liderança, à medida em que a candidata do PT cresceu cinco pontos percentuais. Agora, na fotografia batida pelo Ibope com suas pesquisas realizadas entre os dias 5 e 8 de setembro, Dilma lidera com 37%, contra 34% para Marina em segundo lugar. Com 9% de intenções, apesar de todos os esforços do PMDB local em torno da chapa Aezão, que prega o voto no tucano para presidente e no governador peemedebista Luiz Fernando Pezão ao mesmo tempo, o presidenciável mineiro parece ser um coadjuvante na disputa.
Em São Paulo, Marina continua na dianteira, mas um primeiro soluço foi dado. Em relação à pesquisa anterior do Ibope, a sucessora de Eduardo Campos perdeu apenas um ponto percentual, descendo de 39% para 38%. Ao mesmo tempo, Dilma subiu de 23% para 25%. Tudo dentro da margem de erro do levantamento, cujo índice de precisão é de 95%. Porém, diante da reviravolta no Rio e da oscilação negativa da candidata em SP, com a presidente se recuperando, já se pode ver uma tendência sendo traçada.
A esta altura, o comitê central da candidatura de Marina está com todos os sinais de alerta disparados. A própria candidata já se queixou publicamente de que está sofrendo o ataque de "muitas pedras". Ela se referiu, indiretamente, aos paradoxos apontados pela propaganda da presidente Dilma Rousseff em seu discurso nos palanques do PSB.
Depois de explorar a posição manifestada por Marina contra o pré-sal - "das 242 páginas do seu programa de governo, só uma linha trata do pré-sal. Por que esse desprezo por essa riqueza que todos invejam", perguntou a presidente no debate organizado pela Rede Bandeirante, dez dias atrás -, Dilma fez de seus comerciais de tevê armas contra o discurso de Marina.
Nesta terça-feira 9, por exemplo, o mote petista na televisão foi afirmar que a proposta da sucessora de Eduardo Campos de conceder autonomia ao Banco Central é o equivalente a entregar aos banqueiros um poder semelhante, ou maior, ao do presidente do Congresso. Com a diferença de que o presidente do BC não é eleito pelo povo.
Com 9% de intenções no Rio e 15% em São Paulo, o tucano Aécio Neves vai ficando perigosamente, para ele, para trás. O que se vê na pesquisa Ibope é uma eleição cada vez mais polarizada entre duas mulheres.
Os números indicam que a onda Marina está arrefecendo - e se a candidata do PSB não mudar de estratégia, ninguém sabe ao certo se ela voltará a crescer. A eleição está perdendo uma favorita para retornar ao leito de uma disputa palmo a palmo. Com um dado ainda mais novo: Dilma está crescendo.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/152911/Onda-Marina-arrefece-Voltar%C3%A1-a-crescer.htm

De Rui Barbosa a André Lara, o papel dos cabeças de planilha


Para entender o papel de André Lara Rezende na campanha de Marina Silva, sugiro a leitura do primeiro capítulo de meu livro “Os Cabeças de Planilha”, lançado em 2005.
Nele, comparo a situação do Brasil no período do Encilhamento (início da República) e no Plano Real. Vale para o pós-plano Real, visto que mantiveram-se as condições de apropriação das políticas públicas pelo mercado.
Identifico os principais personagens desse jogo: o rentista, o banqueiro, o economista e o político. O rentista é agente passivo, que entrega a carta branca ao banqueiro. Este faz o meio campo com o político. Oferece ao político recursos e ideias. O agente das ideias é o economista, que estudou fora e é apresentado como o portador das boas novas. No poder, o economista prepara a política econômica mais adequada aos interesses de seus padrinhos.
“Encilhamento” e Real: oportunidades perdidas
No século 19 o fechamento econômico havia produzido, no Brasil, uma classe agrária anacrônica; no final do século 20, uma classe industrial mal acostumada. Com esse movimento de abertura, com a economia mundial mergulhando em processos agudos de liberalização financeira, surge uma nova classe, internacionalizada, dominando as últimas ferramentas financeiras. São os “financistas”, no século 19 representada pelo Barão de Mauá, Conselheiro Mayrink, Conde de Figueiredo, Conde de Leopoldina; no final do século 20, pelos bancos de investimento que surgem nos anos 80, como o PEBB, Garantia, Icatú, Pactual.
Nos dois momentos, havia uma economia nacional que começava a se integrar ao mundo, grande liquidez internacional, uma situação excepcional na economia mundial, e um paradoxo brasileiro: um enorme potencial a ser explorado no mercado interno e uma poupança acumulada no período anterior, empoçada ou meramente preocupada com ganhos especulativos por falta de um ambiente de negócios favorável.
Externamente, havia um volume expressivo de capitais brasileiros no exterior --uma mistura de sub-faturamento das exportações, corrupção política, crime organizado e caixa dois—que florescia sob os ventos dos novos mecanismos financeiros criados para alavancar as novas modalidades de negócios. No século 19, a poupança liberada pela Lei Eusébio de Queiroz, que proibiu o tráfico negreiro; no século 20, os enormes ganhos especulativos proporcionados pela inflação dos anos 80.
Nos dois momentos, há uma confluência inédita de fatores, abrindo a possibilidade de notável expansão no mercado de consumo. No século passado com a Abolição e a política de importação de imigrantes cria-se um novo mercado interno com enorme potencial. No final do século 20 com os milhões de brasileiros que ingressam no mercado de consumo nos primeiros meses do Real, abre-se a possibilidade de um enorme salto no mercado consumidor.
Por outro lado, o crescimento dos países centrais provoca o transbordamento de capitais produtivos para países que privilegiam o mercado interno. No século 19, capitais ingleses ajudam na industrialização dos Estados Unidos; no século 20, capitais americanos se voltam para a Ásia e para a China.
Em ambos os momentos, no Brasil, há a necessidade de uma remonetização da economia, isto é, de uma política de aumento das emissões monetárias para atender às novas demandas da economia: no final do século 19, devido à mudança nas relações do campo, com a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado; no Plano Real, com o fim da inflação e a substituição de uma moeda inflacionada (o cruzeiro) por uma nova moeda, o real.
A nova etapa de desenvolvimento depende de movimentos prévios bem sucedidos. O primeiro, da criação de um ambiente favorável à realocação da poupança interna e do investimento externo. O sucesso desse movimento depende de dois fatores: uma nova regulação, que prepare a economia para as novas formas de negócio internacionais; e uma remonetização adequada, que canalize a poupança para a atividade produtiva.
Só que o controle sobre a remonetização confere um poder inédito aos seus condutores. Nos dois momentos – no “Encilhamento” e no Plano Real --, os interesses individuais se sobrepuseram aos interesses de país. Em lugar do salto de crescimento, houve concentração de renda, rentismo desbragado, aumento geométrico da dívida pública e estagnação da economia.
Essa é a chave para se entender os dois momentos: a remonetização, o poder conferido às autoridades econômicas e políticas para definir de que maneira o novo dinheiro fluirá para a economia. É aí que se dá o pacto de poder e de dinheiro entre os novos grupos hegemônicos, os condutores da política econômica, o poder financeiro e o poder político.
Nos dois momentos os personagens são os mesmos. Mudam apenas os atores.

Os personagens da história

Rentista – é o personagem passivo (ou não) da história. É o detentor do grande capital nacional, que vai atrás de rentabilidade para ele. No século 19 eram ex-traficantes de escravos, comerciantes que enriqueceram com exportação de café ou de algodão, políticos ou advogados com influência nas políticas públicas. Mantinham seus recursos entesourados no país; os mais sofisticados, aplicavam na praça londrina. Nos anos 90, especuladores que enriqueceram na década de 80, com os grandes movimentos agressivos do mercado de capitais e da dívida pública brasileira, políticos ou funcionários públicos que enriqueceram com grandes golpes permitidos pelo processo inflacionário; empresários que venderam suas empresas e resolveram viver de rendas. No final dos anos 80 há início um processo de internacionalização dessa poupança, com os recursos sendo depositados inicialmente em bancos suíços e, depois, em paraísos fiscais preferencialmente do Caribe.
Financista – são os donos de bancos de investimento que atuam para o grande capital rentista, têm contato com o grande capital internacional, e aprenderam as novas formas de engenharia financeira. No final do século 19 os nomes mais ilustres são o Conde de Figueiredo, o Conselheiro Mayrink, o Conde de Leopoldina. Nos anos 80, um conjunto amplo de corretoras que se transformam em bancos de investimento. Dentre eles, os mais destacados são o PEBB, Garantia, Pactual, Icatu, Bozzano Simonsen. Nos anos 90 entram em cena o Opportunity, o Matrix, o BBA. (na foto, Daniel Dantas e o Conselheiro Mayrink).
Político – tem papel fundamental para definir o ambiente regulatório adequado ao financista e ao rentista. Depende do rentista como financiador de eleições; do economista como formulador das bandeiras de campanha. No alvorecer da Republica, ante a alienação do Marechal Deodoro, a figura-chave é o primeiro Ministro da Fazenda republicano, Rui Barbosa. No Plano Real, ante a alienação de Itamar Franco, o Ministro da Fazenda e depois presidente Fernando Henrique Cardoso dá as cartas.
Economista – o formulador de política econômica. É o peão, o sujeito que faz o meio campo entre os interesses dos financistas e dos políticos. Em geral, estudou fora ou tem conhecimento das últimas teorias econômicas, e das últimas práticas regulatórias. O conhecimento que traz de fora, em linha com o último pensamento econômico, ou com a ideologia dominante, fornece o discurso de que carece o político para se legitimar perante a opinião pública. Seu conhecimento técnico definirá o modelo regulatório ou de monetização que atenda aos interesses dos financistas e dos rentistas. Ele cumpre seu papel no governo e se torna sócio menor dos financistas. Foi o caso de Rui Barbosa, no “Encilhamento” e de praticamente todos os economistas que ajudaram na formulação do Plano Real.
A “haute finance”—designação do economista Polanyi para o grande capital financeiro que começa a se organizar em meados do século 19, no primeiro grande ciclo de liberalização financeira e passa a intervir decididamente na vida das nações, visando criar o ambiente adequado para os negócios. Na primeira etapa, no final do século 19 o predomínio era dos bancos ingleses, capitaneados pelos Rotschild; na segunda, no final do século 20, da banca norte-americana, lierada pelo Citibank.

Ferramentas de poder

Havia três ferramentas poderosas das quais se valeram os economistas brasileiros para exercer o poder e abrir caminho rumo à fortuna pessoal: a remonetização, permitindo a acumulação de renda nas mãos do grande capital, a regulação da economia, criando o espaço favorável para o desenvolvimento do grande capital, e a administração da dívida pública, como o grande lócus onde iria ocorrer a transferência de renda dos demais setores da economia para o capital rentista.
No governo Deodoro, o movimento se dá em torno das grandes concessões ferroviárias, de serviços públicos ou de terras para colonização. No governo FHC, na privatização e no crescimento descontrolado da dívida pública.
Rui Barbosa viu na reforma monetária a possibilidade de beneficiar grupos específicos --e de ser beneficiado por eles. Beneficiou especialmente o Conselheiro Francisco de Paula Mayrink e saiu do governo sócio de três mpresas dele.
Do lado dos economistas do Plano Real, o processo foi semelhante. Eles surgem no bojo do Plano Cruzado, voltam com o Plano Real e implementam a troca de moedas. Deparam-se, nesse trabalho, com o negócio do século: a reciclagem da poupança brasileira que, desde meados dos anos 80, se internacionalizara.
Esses momentos permitem redesenhar o futuro não só econômico como político dos países. Defina-se por onde circulará o novo dinheiro e se definirá quem serão os novos vitoriosos da economia.
Se se decidisse remonetarizar pela não rolagem da dívida pública, por exemplo, haveria uma esplêndida redução do endividamento – que já havia sido bastante reduzido pelo bloqueio de cruzados do Plano Collor.
Decidiu-se pela remonetização através da captação externa de dólares, que aqui eram adquiridos pelo Banco Central através da emissão de reais.
Em todo processo de estabilização usando como âncora o câmbio, há a preocupação em criar uma gordura, uma desvalorização cambial inicial que propicie fôlego para a estabilização. Depois do início do plano, o câmbio tem que permanecer estável para sinalizar para a nova estrutura de preços, e permitir a importação de produtos sujeitos a altas especulativas. Por isso a gordura inicial é essencial.
A cada dia que passa, há uma inflação interna não inteiramente domada, que é repassada para os preços dos produtos exportados. Sem possibilidade de compensar com o câmbio, ocorre um encarecimento dos produtos internos vis-a-vis os produtos externos. Há uma redução das exportações, um aumento das importações, com a perspectiva de um estrangulamento cambial a médio prazo. Daí a necessidade de se criar uma gordura inicial no câmbio, para permitir uma folga que suporte o período de transição da estabilização.
Com o Plano Real, em vez dessa precaução, tratou-se de apreciar o Real em 15% da noite para o dia. Não se tratava apenas de criar um garantia extra, ainda que exagerada contra a inflação. Sem oficialmente consultar ninguém da equipe, a exemplo de Rui Barbosa quando anunciou os beneficiários de sua política monetária, Gustavo Franco tomou a decisão solitária de apreciar o câmbio em níveis irreais. O único aplauso foi de Mário Henrique Simonsen, guru maior do grupo, e membro do Conselho Internacional do Citibank.
Em seguida, especialmente Edmar Bacha e Gustavo Franco, passaram a difundir a necessidade de criação de déficits em contas correntes, que permitisse atrair poupança externa, que ajudaria a complementar a poupança interna e a pavimentar o caminho do crescimento. Tratava-se de um princípio econômico falso (cujos fundamentos discutiremos mais adiante), mas que serviu de álibi para a apreciação cambial.
No início do plano Real a balança comercial exibia um superávit anual de US$ 14 bilhões. No segundo semestre de 1994, todas as imprudências foram cometidas para reverter esse quadro. Além da apreciação cambial, derrubaram-se tarifas de importação, facilitou-se até a importação pelo correio.
Para que o modelo de remonetização via ingresso de capitais externos fosse bem sucedido, isto é, para que criasse uma nova elite financeira e política, havia a necessidade de transformar o dólar em ativo escasso. Quanto mais escasso o dólar, maior a taxa de juros para atraí-lo.
No final do ano, as contas externas estavam desequilibradas e tinha se alcançado o objetivo de tornar o dólar um ativo raro, pelo qual o Tesouro chegou a pagar 45% ao ano.
Quem dominava o circuito de captação de dólares passou a deter o poder. Quem não dominava, quebrou. Com o golpe da apreciação, em poucos meses criou-se uma enorme dependência de dólares. Com essa manobra simples, aparentemente asséptica, estava definido o jogo, sem expor o flanco ao inimigo, como com Rui Barbosa, quando escolheu nominalmente os vencedores do jogo da remonetização.
Quem comandou o movimento de atração de dólares foram os novos bancos de investimento. A maior parte dos recursos externos captados era do grande capital brasileiro exportado nos anos anteriores. Em menos de um ano, a crise de inadimplência quebrou a espinha dorsal da indústria e da agricultura.
Em vez de esterilização da dívida pública, houve crescimento exponencial para remunerar os fluxos de capitais externos. Foi nesse ambiente da dívida pública que se processa a maior transferência de renda da história.
No Encilhamento e no Real houve especulação enriquecimento de poucos, concentração de renda e – pior – mataram-se as duas maiores janelas de oportunidade que a história do país registrou.
Politicamente, o processo tem um discurso legitimador, não explicitado, uma espécie de código tácito entre seus operadores. O país tem uma classe empresarial anacrônica, um operariado despreparado, não tem quadros tecnológicos disponíveis? Simples, escolhe-se uma classe internacionalizada – os financistas – com experiência em novos modelos de negócios, acesso ao grande capital interno-exportado e internacional, e lhes entregue as ferramentas para se transformar nos agentes de modernização. Na interpretação de San Tiago Dantas, Rui Barbosa teria tentado “libertar forças novas que substituíssem a estrutura agrária e feudal do Império”.
Com o tempo, os interesses particulares se sobrepõem ao geral. Cria-se um processo econômico torto, adaptado aos interesses de grupos, supondo-se que o novo modelo colocará a economia em um círculo virtuoso, capaz de corrigir sozinha as concessões iniciais. Depois, o projeto vai se entortando mais e mais, a sobrevivência dos beneficiários passa a exigir novas gambiarras, que acabam por entortar mais o que torto está. Novos grupos de interesse se solidificam rapidamente sobre os alicerces tortos do modelo inicial.
Os pontos centrais do fracasso são comuns a todos esses movimentos especulativos. Primeiro, o deslumbramento com a riqueza fácil, criando uma espécie de lassidão moral nos economistas, que passaram a subordinar todas as decisões de política econômica aos interesses imediatos do capital rentista.
As demonstrações de novo-richismo no período não ficam atrás do ambiente descrito pelo Visconde de Taunay em seu romance “O Encilhamento”. Todos da classe média, alguns ex-funcionários públicos, um se torna piloto de corrida e criador de cavalos, outro convida para degustação de vinhos em sua casa, através de colunas sociais, todos, em algum momento, tornam-se sócios de bancos de investimento, seguindo o exemplo de Rui Barbosa.
O segundo ponto, consequência do primeiro, foi a escolha dos financistas que comandaram o processo. Com os interesses pessoais se sobrepondo aos nacionais, levou quem se articulou melhor.
O terceiro, a falta de um estadista para corrigir o errado. Não há como construir uma nação sem uma profunda profissão de pé nos seus habitantes, e sem racionalidade.. Napoleão e Caixas dormiam com seus soldados, Franklin Roosevelt celebrava a força do americano comum. FHC nunca ocultou seu deslumbramento com os salões e seu desprezo com sua missão de “comandar o atraso”. Esse temperamento explica a falta de vontade em corrigir as distorções e o fato do desenvolvimento interno jamais ter se tornado prioridade em seu governo.
http://jornalggn.com.br/noticia/de-rui-barbosa-a-andre-lara-o-papel-dos-cabecas-de-planilha

Processo de Aécio contra 'tuiteiros' é pura incompetência, desprezo à liberdade de expressão e até possível vendetta







Eu, robô
O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) acionou o Twitter na Justiça de São Paulo para descobrir dados cadastrais e registro eletrônico de 66 usuários da rede social apontados como supostos integrantes de uma "rede virtual de disseminação de mentiras e ofensas". Na ação, o tucano sugere que os usuários seriam pagos para compartilhar ataques e usariam robôs para publicar conteúdo negativo sobre ele.[Fonte: R7]
Entre os acusados, este "robô" que vos escreve há nove anos este blog, que, em 2008, em votação livre e auditada pela internet, ficou em sétimo lugar entre osmelhores blogs políticos do Brasil:


1. Nassif – 15%
2. Dirceu – 10%
3. Mino – 9%
4. Azenha – 8%
5. Amigos do Presidente Lula – 8%
6. Cidadania – 8%
7. Reinaldo – 8%
8. Mello – 7%
9. Desabafo País – 6%
10. Rovai – 4%Daí vem o primeiro tópico do título desta postagem, a incompetência de Aécio e sua tropa de advogados. Incompetência dupla. Porque seria facílimo perceber que não sou um robô. E, pior, no período de 29 de maio a 25 de agosto (a ação foi proposta no dia 26) o robozinho aqui deu umas 30 tuitadas aproximadamente (que robozinho preguiçoso!... É tipo aecinho...). Destas, apenas uma se referia ao pobrezinho, e vai reproduzida a seguir:


Será que na verdadeira tropa de advogados do candidato não tinha unzim pra pedir a um estagiarim pra dar juma olhada nos 66 tuiteiros ou robôs a modi identificá quem é quem?

Desprezo à liberdade de expressão é evidente. Se, ainda candidato, ele se comporta assim, imagina se chegasse à Presidência... Iria transformar o Brasil numa grande e silenciosa Minas, sob censura nos seus governos, como denuncia Altamiro Borges (outro robô (kkk) acusado):


“O Aécio vive posando por aí de defensor da liberdade de expressão. Diz diante dos holofotes que a regulamentação dos meios é censura”.

“Só que todo mundo sabe que ele um grande censor. É só acompanhar a história da imprensa em Minas Gerais. É uma imprensa totalmente controlada por ele e pela irmã Andrea Neves. Os jornalistas têm a cabeça pedida por telefonema”.

“O Aécio é um oligarca de Minas. Um senhor de escravos de Minas.O processo contra os 66 tuiteiros retrata o jeito truculento de Aécio agir. Comprova que ele é um grande censor”.

“O Aécio não aceita críticas. Ele gosta muito da companhia da midiazona que não foi atrás dos ‘aecipoportos’, por exemplo. Ele detesta que fiquem lembrando dos aecioportos”.

“Outro motivo para estar nervosinho, esperneando, são as pesquisas eleitorais. Ele, que achava que iria o segundo turno, está correndo o risco de perder até em Minas Gerais” [Fonte: Viomundo]

A possível vendetta me veio a partir de um raciocínio. Eu me perguntava a troco de que, a essa altura do campeonato, eleição praticamente perdida, quando candidatos nessa situação buscam uma saída honrosa, Aécio proporia uma ação como essas, que só o levaria do nada a lugar algum.

Aí me lembrei que ele não é muito chegado ao trabalho, nada aprovou no Senado, e mesmo quando governador de Minas vivia no Rio (o que repete como senador). Veio à minha cabeça, então, que essa poderia ser uma ação interna, de gente da campanha.

Foi quando me lembrei de um editor da Veja que saiu da revista para a campanha de Aécio, que recebeu uma crítica forte do Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, que já foi homem forte lá na Abril, e que também está na lista dos tuiteiros robôs (kkk).


O jornalista Otávio Cabral, editor executivo da Veja, deixou a revista para se juntar à campanha de Aécio Neves.

A pergunta que emerge é: quando, em outros tempos, um editor executivo deixaria a Veja para fazer uma campanha que, muito provavelmente, vai terminar em lágrimas?

Isso quer dizer: a não ser que ocorra uma surpresa espetacular, e nada até aqui sugere que possa ocorrer, Cabral arrumou um emprego de cinco meses.

É a morte da perspectiva de carreira na Veja e, de um modo geral, na mídia impressa.

Cabral provavelmente mudará de ramo. Primeiro, porque a mídia em que é especializado é moribunda.
Segundo, porque ele se queimou consideravelmente ao fazer o serviço sujo para a Veja contra Dirceu, de quem ele escreveu uma infame biografia que se celebrizou pelo copioso número de equívocos.
Cabral estará para sempre associado ao desvario editorial da Veja dos últimos anos. É o final de linha de uma trajetória pouco edificante no jornalismo. 

(...)Quem pode sair sai da Veja e da Abril – nem que seja, como aconteceu com Cabral, para pegar uma emprego de cinco meses para cuidar de um cavalo em quem ninguém aposta.{Fonte:DCM]Terá o ex-editor de Veja assumido a imagem de Aécio como cavalo, aproveitado para cavalgar seu ressentimento pelas palavras de Paulo Nogueira e, através do processo, promover sua vendetta particolare?...

Para encerrar, republico trecho da nota da coligação do candidato perdido, onde se lê que "Por equívoco, foram incluídos na lista perfis reais, cuja atuação não se confunde com as ações criminosas que estão sendo identificadas. Esses nomes serão excluídos da ação, uma vez que manifestação de opinião não se confunde com ações ilegais de calúnia e difamação".

Dezenas de milhões de reais investidos numa campanha e eles movem um processo, em nome do candidato, com "equívocos" desse tamanho... É muita incompetência junta para tentar vencer uma eleição presidencial, não?

Recado para o candidato: Senhor Aécio, quem se preocupa com a imagem que outros tentam construir a seu respeito, deve, antes e primordialmente, cuidar de sua própria imagem. Seu jeito cambaleante no Bar Cervantes do Rio de Janeiro e na entrevista ao Estadão, em que se portava como um joão bobo rodopiando, não causam boa impressão em ninguém. Aja de modo a não precisar fugir do bafômetro também durante a eleição.

Alias, não seria bom se tivéssemos exames antidoping para candidatos? 

As encruzilhadas de FHC, o rejeitado!



Por Altamiro Borges

O ex-presidente FHC, que deixou o Palácio do Planalto com os piores índices de popularidade da história do país, está numa baita encruzilhada. Como fundador, mentor e chefão do PSDB, ele não tem como abandonar o cambaleante Aécio Neves. Mas ele sabe que as chances do seu pupilo são remotas e que o PSDB caminha para ficar de fora do segundo turno das eleições – fato inédito nos seis últimos pleitos presidenciais no país. Um verdadeiro vexame! Daí sua crise existencial. Em texto publicado no domingo (7) em vários jornais, intitulado “A encruzilhada da mudança”, FHC até tenta disfarçar sua angustia, mas não consegue. A única coisa que ainda o motiva é a obsessão por derrotar o chamado "lulopetismo".

Para o rejeitado príncipe da Sorbonne, a presidenta Dilma “embarcou num desvio que está custando caro a ela e ao país”. O motivo deste desastre teria sido a rejeição às teses neoliberais aplicadas em sua gestão – “consideradas fórmulas velhas, ‘ortodoxas’, monetaristas, submissas ao FMI, propensas a fazer o ajuste fiscal à custa do povo. Os resultados estão à vista, e em mau momento: o das eleições”. Ele cita a redução do PIB e a “inflação que roça o teto da meta”. FHC, que já pediu para esquecerem o que escreveu, parece que também esqueceu o desastre do seu reinado – com um PIB medíocre e a crescente inflação, para não falar da explosão do desemprego e da miséria no país.

Diante deste cenário sombrio, segundo a ótica do vaidoso sociólogo, qual seria a alternativa? Para o grão-tucano, “Dilma é o mesmo, com mais propaganda... Lula parece arrependido de ter indicado candidatos-postes cujas luzes não acendem”. Nada se salva no atual governo. Já Marina Silva é apresentada com mais complacência e simpatia. “As intenções da candidata oposicionista são boas”. O problema, teoriza o seguidor de Weber, é que ela não teria base de sustentação política e esbarraria em dificuldades para “somar os ‘bons’ e alinhá-los contra os ‘maus’... A candidata Marina Silva, se vencer a eleição, será capaz de tal proeza? Tomara, mas ainda é uma incógnita”.

Tentando ainda manter de pé o cambaleante Aécio Neves, o ex-presidente FHC cai no ridículo. Ele garante que o tucano “representa a oposição que vem junta há muitos anos”. De qual oposição unida ele está falando: a de José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, que vivem se bicando de forma sangrenta? Ou da oposição que ainda tenta evitar expor na tevê o próprio FHC? Haja cinismo! Como conclusão, FHC decreta: 

“Escolheremos o caminho mais seguro ou, no embalo da velha tradição personalista, embarcaremos na direção de mares nunca dantes navegados? Embora a opção em causa seja diferente de outras que nos levaram a impasses e desastres no passado, prefiro manter-me firme ao lado de quem já passou por provas que o capacitam a governar com grandeza e competência, e a obter os apoios necessários para tirar o País do labirinto lulopetista”. Bonito, mas nem ele acredita! Haja crise existencial!

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2014/09/as-encruzilhadas-de-fhc-o-rejeitado.html

“MARINA DEIXA TRABALHADOR COM PULGA ATRÁS DA ORELHA”


Secretário Geral da Força Sindical explica apoio a Dilma e fala da desconfiança diante das propostas de Marina Silva
João Carlos Gonçalves, o Juruna, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e secretário Geral da Força Sindical, ocupa uma posição particular entre as lideranças dos trabalhadores do país. Dirigente de uma entidade nascida para combater a influência do PT no movimento sindical, Juruna apoia as campanhas de Luiz Inácio da Silva desde o segundo turno de 2002. Em 2014, foi um dos organizadores do encontro de Dilma com os sindicatos, realizado no ginásio de esportes da Portuguesa, no bairro do Canindé, em São Paulo.
Juruna nasceu em 1953, em São Vicente. Trabalhou como office boy durante o dia para seguir nos estudos à noite. Depois de frequentar uma paróquia perto de casa, tinha 18 anos quando começou a participar da Juventude Operária Católica (JOC). Aos 20 anos, após prestar concurso, ingressou na Petrobras, um dos melhores locais para se trabalhar na época, passando a trabalhar na refinaria de Cubatão, a RPBC. Aos 23 anos de idade, eleito para a direção nacional da JOC, pediu demissão da Petrobras para se dedicar em tempo integral a organização de núcleos de jovens trabalhadores do país.

A partir de 1979 Juruna tornou-se metalúrgico em três fábricas — Semikron, Villares e Frigor — onde foi eleito, representante dos trabalhadores nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas). Membro de comissões de salário, de mobilizações e greves, participou das negociações coletivas da categoria, e da greve geral de 21 de julho de 1983, contra a recessão e o desemprego. Um ano depois foi eleito para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e, no ano seguinte, ajudou a organizar uma campanha salarial unificada, através da qual os trabalhadores conseguiram a redução da jornada de 48 para 44 horas, avanço que em 1988 se estendeu para todos os trabalhadores brasileiros, através da Constituição.

PERGUNTA– O debate sobre as eleições chegou às fábricas?

Sim. As eleições mobilizam milhões de brasileiros. As fábricas e demais locais de trabalho são centros privilegiados de debate dos temas políticos, especialmente naqueles onde o sindicato se faz presente cotidianamente. O trabalhador, em geral, preocupa-se com o rebatimento da política sobre a economia. Ele sabe que isso tem a ver com o seu emprego, com o salário, com a escola dos filhos, com a segurança etc. Além disso, muitos sindicalistas são candidatos ao parlamento, o que fortalece a campanha eleitoral nos locais de trabalho e incentiva o debate político. Quanto mais se aproxima a data da eleição maior a efervescência política nas fábricas, nas empresas e nos bairros populares.
PERGUNTA — Como os trabalhadores estão vendo as candidaturas?

Estamos otimistas quanto às candidaturas de sindicalistas para deputado, pois são os que, geralmente, conhecem as reais necessidades dos trabalhadores brasileiros. Em relação à presidência da República, entre os trabalhadores, a política recebe as mesmas críticas que são feitas em outros setores da sociedade. É importante ressaltar que onde há sindicato forte e representativo os trabalhadores são, em geral, mais politizados. E, dentre os trabalhadores dos centros urbanos mais desenvolvidos há uma tendência majoritária a favor da candidatura Dilma Rousseff, mesmo com a ascensão da candidata Marina Silva. Isso porque Dilma dá continuidade à política do ex-presidente Lula, de inclusão social, valorização do trabalho e do salário
PERGUNTA–Qual a questão mais importante desta eleição?

Defendemos reforçar cada vez mais a distribuição de renda e a política de inclusão social. Para isso é fundamental manter a recuperação do valor do salário mínimo e investir na oferta de empregos de melhor qualidade, principalmente no setor industrial. Também é importante reduzir a taxa de juros, valorizando o setor produtivo em detrimento do setor financeiro.
PERGUNTA — Quais principais mudanças em comparação com 2010, 2006 e 2002?

De 2002 até hoje houve avanços consideráveis na infraestrutura social e econômica. Esses avanços retiraram 36 milhões de pessoas da miséria e levaram 42 milhões de brasileiros para a classe média. É importante lembrar que, em 1994, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso protagonizou um processo essencial para o crescimento que viria posteriormente, que foi o plano de estabilização da moeda, Plano Real. Entretanto esse crescimento ganhou corpo e alcance social, a partir da eleição do presidente Lula, em 2002. O governo Lula combateu vigorosamente o arrocho salarial, o desemprego e o desmantelamento do patrimônio público. Um forte exemplo disso ocorreu em 2008 quando, apesar da crise internacional, o país manteve o emprego e o salário do trabalhador. Desde a deflagração da crise até agora, foram criados 11 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. E foram mantidas a política de valorização do salário mínimo e o Bolsa Família.Mas podemos avançar mais. O Brasil precisa de mais desenvolvimento, mais investimento em educação, saúde, moradia, transporte, mobilidade e segurança pública. Valorizar as pensões dos aposentados e reavaliar o fator previdenciário. Rediscutir a jornada de trabalho, com vistas à redução para 40 horas semanais, sem redução salarial. Precisa avançar na melhoria da infraestrutura. Precisamos também melhorar a qualidade do emprego, além de aplicar mais recursos no desenvolvimento tecnológico e no aumento da produtividade da economia.
PERGUNTA –Lula continua sendo uma liderança importante?
O ex-presidente Lula é uma liderança política incontestável, não só dos trabalhadores, mas de toda a sociedade brasileira. Sua força está assentada em sua história de vida, desde a vinda com a família, de Garanhuns para São Paulo, até ter se tornado presidente. Sua obstinação em defender causas sociais fez dele um sindicalista de grande destaque, dando visibilidade para todo o movimento. Lula nunca se esqueceu de suas origens e, ao assumir a Presidência do Brasil centrou esforços na distribuição de renda e inserção social. E conseguiu avanços admiráveis em apenas oito anos de mandato.
PERGUNTA — Como você analisa as propostas de Marina Silva para os trabalhadores?
A candidata pelo PSB, Marina Silva, tem boas intenções e promete fazer do Brasil um país melhor. Porém, de boas intenções o inferno está cheio. A análise fria do seu programa de governo gera a desconfiança de que os direitos dos trabalhadores poderão sofrer ataques irreversíveis. Em primeiro lugar: o que ela quer dizer com tornar o Banco Central independente? Entregar a administração da política monetária para os banqueiros privados? Imagina só, se com a Dilma os juros foram lá pra cima, o que poderá acontecer se deixarmos o Banco Central nas mãos dos credores da dívida pública? Se o BC for independente como propõe o programa de Marina, não vacilará em aumentar os juros ao menor sinal de aumento da inflação. E juros altos se traduzem em recessão, desemprego, redução dos salários e, consequentemente, aumento da miséria.
PERGUNTA — E a terceirização?

Esta é outra questão que deixa o movimento sindical com a pulga atrás da orelha. Marina Silva considera a medida fundamental para aumentar a produtividade das empresas. Mas, no Brasil, terceirização é sinônimo de precarização. Quanto mais terceirização, menores são os salários, maior a exploração e mais entraves serão levantados contra a ação sindical. Em outras palavras: mais terceirização é menos direitos trabalhistas.

Além disso, o programa sob o manto de uma falsa “liberdade sindical” aponta para o fim das contribuições para a estrutura sindical e para a pulverização de sindicatos, que poderá resultar em mais divisão entre os sindicatos e trabalhadores, enfraquecendo o movimento.
Algumas lideranças que apoiavam Eduardo Campos tem receio de apoiar Marina Silva. Por que?

Eduardo Campos era um político que tinha história na luta trabalhista. E ele pôde demonstrar toda sua capacidade de governar no Estado de Pernambuco. Vários sindicalistas, de diversas centrais, se aproximaram do PSB muito por influencia do Eduardo. Além, é claro, da própria história do partido, que tem fortes quadros políticos. A Marina Silva é uma estranha no ninho do PSB. Não é uma socialista histórica. Só está no PSB, pois sequer conseguiu fundar o seu próprio partido, a chamada Rede Sustentabilidade. E só é candidata a presidente face à morte trágica do Eduardo Campos.
PERGUNTA — Como os operários avaliam a presença de uma herdeira do Itaú na coordenação da campanha de Marina?

Marina sempre afirma que, antes de ser herdeira do Itaú, Neca Setúbal é uma educadora. Porém, há fortes sinais da relação do Banco com sua candidatura, que chegou a ser enaltecida pelo próprio presidente em um evento social. O fato é que o Itaú é um dos principais financiadores da candidatura da Marina e, é da responsabilidade de uma Setúbal a proposta antissocial de o Banco Central tornar-se independente. Será que a herdeira do Itaú é só uma educadora na campanha ou é algo mais?
http://paulomoreiraleite.com/2014/09/09/marina-deixa-trabalhador-com-pulga-atras-da-orelha/

Se eleita, Marina dará poder aos bancos, ataca Dilma em comercial

Fernando Rodrigues

Petista faz forte ataque contra Marina na TV
Propaganda critica autonomia do Banco Central
Comercial-Dilma-BC-9set2014
Em mais um ataque frontal pesado contra Marina Silva (PSB) no horário eleitoral na TV, a presidente Dilma Rousseff (PT) acusa sua adversária direta de propor que os bancos assumam “um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo”.
peça de 30 segundos produzida pelo marqueteiro João Santana, e que começa a ser veiculada hoje (9.set.2014) nos intervalos comerciais, mostra uma história simples. Primeiro, aparecem banqueiros felizes numa reunião. Em seguida, surge uma família na hora da refeição. Enquanto um locutor vai dizendo que o poder dos bancos aumentará por causa da proposta de Marina Silva de dar autonomia ao Banco Central, a comida vai sumindo dos pratos e as pessoas ficam com expressões tristes, de desolação.
O locutor do comercial de Dilma diz que a autonomia do Banco Central “significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família… Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário”. E conclui com uma pergunta: “Você quer dar a eles esse poder?”
Esse comercial faz parte da estratégia de desconstruir a imagem de Marina Silva. Na semana passada, o marqueteiro João Santana já havia produzido uma peça publicitária na qual comparava a candidata do PSB com Jânio Quadros e Fernando Collor, presidentes brasileiros que tiveram pouco apoio no Congresso –situação que supostamente será enfrentada por Marina, caso ela seja eleita.
Agora, começou a fase de tentar atacar propostas objetivas apresentadas por Marina em seu programa de governo –como é o caso da autonomia do Banco Central.
É claro que se trata de uma simplificação com apenas 30 segundos de duração. Mas os comerciais com essa duração não pretendem explicar um tema complexo. O objetivo é apenas plantar dúvidas nas cabeças dos eleitores –e assim subtrair votos do candidato adversário.
Essa tática não tem nenhuma novidade e é usada em eleições em vários países. No Brasil, tem sido comum esse tipo de comercial. Às vezes, surte o efeito desejado, como em maio deste ano (2014), com o comercial com o discurso do medo que ajudou Dilma Rousseff a se manter firme acima dos 30% das intenções de voto.
Eis o comercial de Dilma sobre a autonomia do Banco Central:

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial de Dilma sobre Banco Central:
[cenário: homens de terno e gravata discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente do mercado financeiro]
Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai fazer a autonomia do Banco Central. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”
[música incidental de tom grave, quase fúnebre]
[corte para uma cena de uma família em torno de uma mesa, fazendo uma refeição]
Locutor: “…Isso significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família…
[neste momento, uma das pessoas da família, possivelmente o pai, recebe o prato de comida, mas o alimento desaparece]
Locutor: “…Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário…”
[câmera foca os outros integrantes da família, que começaram felizes e sorridentes, mas agora mudam seus semblantes, que ficam carregados e tristes].
[tela faz corte abrupto para a cena inicial, dos banqueiros, agora todos muito mais sorridentes]
Locutor: “Ou seja, os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo. Você quer dar a eles esse poder?”
[câmera volta para a família que estava comendo, agora sem nada mais à mesa, e todos com aparência desolada]
O blog está no Twitter e no Facebook.

http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2014/09/09/marina-quer-dar-aos-bancos-o-poder-do-presidente-ataca-dilma-em-comercial/