sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Piovesan pode processar

Diante da estarrecedora notícia de que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo Gilmar Dantas (*) denunciou o bravo advogado Alberto Piovesan à Polícia Federal, este ansioso blogueiro procurou o ameaçado advogado.

Piovesan, por telefone, explicou que “a melhor coisa é deixar acontecer”.

Até agora, ele não sentiu os efeitos de qualquer ação da Polícia Federal contra ele.

(Este ansioso blogueiro ligou para a Polícia Federal para saber se já abriu processo de investigação. Fez o mesmo no Ministério da Justiça, ao qual, em teoria, a PF está subordinada. Aguarda resposta dos dois. Ou será que a PF, como nos bons tempos do Dr Corrêa, se subordina politicamente ao Gilmar Dantas (*) ?)

Caso Piovesan venha a sofrer algo de concreto, em função da denúncia de Gilmar Dantas (*), aí, então, ele pode vir a buscar uma reparação, tentar punir que o ataca.

Piovesan acredita que o Ministro Gilmar talvez mereça estar onde está.

O que ele, Piovesan quer – clique aqui para ler o memorial que enviou aos ministros do Supremo que analisam o impeachment de Gilmar – é que Senado abra uma investigação para apurar se é verdade o que dizem sobre Gilmar, enquanto Ministro da Suprema Corte.

(Ou seja, sobre as relações indecorosas entre ele e poderosíssimo advogado, Dr Sergio Bermudes, um dos dois mais poderosos do Brasil - o outro é o Dr Thomaz Bastos.)

Como se sabe, o notável Presidente do Senado, José Sarney, mandou para a lata de lixo o pedido de Piovesan.

Piovesan insistiu e, por isso, recorreu ao Supremo.

Ou seja, o Brasil está diante de circunstâncias que envergonham o Supremo, Justiça brasileira e o Senado Federal.

Só o FHC seria capaz disso !

Navalha
Amigo navegante, o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo pode sair por aí e mandar a Polícia Federal investigar quem ele bem entender ?
E se ele, por exemplo, cismar com a cara do Fausto De Sanctis, de novo ?
Ou do Mino Carta, a quem ele já processou ?
Ou Cesare Battisti, que ele quer ver em cana, de qualquer maneira ?
A Polícia Federal passou a ser um anexo do gabinete dele ?
Ou ele pensa que o Brasil é uma grande de Diamantino ?



Paulo Henrique Amorim

Gilmar re-edita o AI-5 contra advogado




Este ansioso blogueiro continua perplexo com a decisão do ex-Supremo Presidente Supremo, Gilmar Dantas (*), de mandar (ele é assim: manda !) a Polícia Federal investigar o advogado Alberto Piovesan por crime contra a honra

Piovesan, como se sabe, acaba de enviar Memorial aos ministros do Supremo para reforçar a tese de que o Senado deveria abrir investigação sobre o que se diz sobre o ex-Supremo.

Piovesan ainda não foi importunado pela PF, mas, se for, poderia processar o ex-Supremo Presidente Supremo

Na avaliação deste ansioso blogueiro, o que Piovesan alinhou sobre o ex-Supremo mais parece um B.O.

Quer dizer, pensava o ansioso blogueiro com seus botões, que qualquer um pode sair por aí, tocar a campainha da Policia Federal e mandar investigar um desafeto ?

E se o Daniel Danats mandar a Polícia Federal investigar o ínclito delegado Protógenes ?

Pode ?

Na verdade, a verdade verdadeira é que, a rigor, pode …

Depende de quem manda a Polícia Federal investigar, não é assim ?

Diante disso, o ansioso blogueiro ligou para o amigo Cícero, grande jurista e orador romano.

- Cícero, o Gilmar (desculpe a intimidade), o Gilmar pode mandar investigar o Piovesan, assim, numa boa ?

- A menos que tenha a notícia de um crime. Só diante de um crime é que ele pode botar a Policia Federal em cima de alguém, sentenciou Cícero.

- Mas, que crime haveria o pobre Piovesan de ter cometido, pergunta o ansioso blogueiro.

- Só pode ser, nesse caso, a suspeita de um crime contra a honra.

- Mas, que honra ? Que crime ? O Piovesan só quer que o Senado apure se o que se diz do Gilmar ele, Gilmar, de fato, pratica. Isso é crime ?

- Em tese, não. Mas, em Diamantino pode ser.

- O que você quer dizer com isso, oh ! grande Cícero ?

- Ele pode argumentar que há indício claro de crime contra a honra …

- Mas, perdoe interrompê-lo, grande Cícero (com aquela delicadeza com que o William Bonner interrompeu o Cerra …), mil perdões, mas, e o direito de petição, que a Constituição assegura, o direito de ir à Justiça, conferido a qualquer cidadão ? O Piovesan não tem esse direito, se ele desconfia de um malfeito …

- Não, em Diamantino, meu filho. Lá a Constituição foi substituída pelo AI-5.

- Mas, o AI-5 não vale mais.

- Não ! Não vale para você, filho ingrato. Está em vigor, firme e forte, em Diamantino.

- Mas, espera aí, o Brasil não é Diamantino.

- Não é. Mas, esse é o Supremo que temos !, conclui o grande Cícero.

Em tempo1 – No gabinete do Diretor Geral da Polícia Federal ainda não chegou a manifestação autoritária interposta pelo ex-Supremo. Na Corregedoria da PF, que teria que se manifestar sobre a procedência do ato autoritário, lá também não chegou. Se estiver em algum lugar, será no Ministério da Justiça. E de lá, seguirá para a PF. Ou, quem sabe, a notícia só existe na cabeça do colonista (**) da Veja ?

Em tempo2 – o grande Cícero foi convidado para assistir na Hebraica de São Paulo a uma palestra do ex-deputado Raul Jungmann sobre terrorismo. Jungmann, como se sabe, foi um dos protagonistas daquela CPI dos Amigos do Dantas. Terrorismo ? A Hebraica poderia convidar também o ex-Senador Heráclito Fortes, que, no papel de “agente dólar furado” revelou ao embaixador americano a existência de uma ONG terrorista no Piauí. Jungmann, Heráclito, falta alguém nessa turma …

Paulo Henrique Amorim

Remédio para diabetes não deve ser usado como emagrecedor, diz Anvisa







Na Folha.com

DE SÃO PAULO

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) lançou hoje em seu site uma nota de alerta sobre o uso inadequado de um remédio para diabetes com o intuito de emagrecer.
O uso do medicamento Victoza para perder peso foi tema de matéria de capa da revista “Veja” desta semana. A reportagem citava exemplos de sucesso de pessoas que emagreceram com o remédio e tiveram poucos efeitos colaterais.

Segundo a Anvisa, “a única indicação aprovada atualmente para o medicamento é como agente antidiabético. Não há, até o momento, solicitação na Anvisa de extensão da indicação do produto para qualquer outra finalidade. Não foram apresentados à Anvisa estudos que comprovem qualquer grau de eficácia ou segurança do uso do produto Victoza para redução de peso e tratamento da obesidade.”
A Anvisa diz ainda que o uso do produto para qualquer outra finalidade que não seja para tratamento de diabetes apresenta elevado risco para a saúde da população.

O Victoza foi aprovado para comercialização no Brasil em março de 2010 para uso específico no tratamento de diabetes tipo 2. Sua indicação, segundo a Anvisa, é como “adjuvante da dieta e atividade física para atingir o controle glicêmico em pacientes adultos com diabetes tipo 2, para administração uma vez ao dia ou como tratamento combinado com um ou mais antidiabéticos orais, quando o tratamento anterior não proporciona um controle glicêmico adequado”.

De acordo com a Anvisa, foram relatados eventos adversos associados ao medicamento nos estudos clínicos do registro e nos relatórios de segurança periódicos apresentados à Anvisa. Os mais frequentes são hipoglicemia, dores de cabeça, náusea e diarreia. Destacam-se ainda o risco de pancreatite, desidratação e alteração da função renal e da tireoide.

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/970864-remedio-para-diabetes-nao-deve-ser-usado-como-emagrecedor-diz-anvisa.shtml

Alckmin diz “xô” aos arapongas

Do blog do Brizola Neto

( www.tijolaco.com )



O Estadão confirmou o que postamos aqui, ontem: Geraldo Alckmin mandou mesmo embora a empresa de arapongagem dos amigos de José Serra.

A Fence Consultoria, personagem de sombrias histórias de grampeamento desde que o Caso Lunus derrubou a a candidatura Roseana teve anulado o contrato sem licitação, feito na gestão de Serra no Governo de São Paulo.

Alckmin livrou-se da batata quente: “Eu não tinha a informação. Quando tomei conhecimento, mandei rescindir (o contrato)”, que era com a empresa de processamento de dados do Estado e foi renovado, este ano, pela diretoria.

O governador tucano disse que não sabe o que a empresa fazia e empurrou para a Prodesp a tarefa de explicar: “O trabalho era um trabalho interno da Prodesp. Ela poderá detalhar melhor”. E a Prodesp disse apenas que o contrato era para monitorar suas linhas telefônicas. Não explicou coisa alguma sobre se isso envolvia o tráfego de dados, que é – e não os telefones – o ponto vulnerável de uma empresa desta natureza.

De qualquer forma, não se sabe quem, mas alguém ficou sem “monitoramento”.

Heloisa Villela: Como os irmãos Duka foram condenados à prisão perpétua

 


Por Heloisa Villela, de Washington

“Transformados em alvo e emboscados” é o título do estudo que tem, na capa, a foto de Lejla Duka, hoje com 13 anos, segurando o retrato do pai, Dritan Duka.

O Centro de Direitos Humanos e Justiça Global da Escola de Direito da Universidade de Nova York analisou os autos dos processos de acusados de terrorismo doméstico.

E explica: “Desde os eventos de 11 de Setembro de 2001, o governo dos Estados Unidos tem mirado nos muçulmanos, mandando informantes sem preparo às mesquitas e comunidades muçulmanas do país. Essa prática levou ao julgamento de mais de 200 indivíduos em casos relacionados a terrorismo”.

Para a imprensa americana, eles são “Os Cinco do Forte Dix”, “Os Sete da Carolina do Norte”, e por aí vai. O primeiro caso é dos que a Escola de Direito estudou a fundo. São três irmãos e dois amigos deles. Todos acusados de aspirantes a terroristas. Os irmãos Eljvir, Dritan e Shain Duka entraram na mira do FBI quando foram a uma loja da cadeia Circuit City fazer cópias, em DVD, do vídeo das férias para dar aos amigos.

Em janeiro de 2006 eles alugaram uma casa em Poconos, a serra da região de Nova York-Nova Jersey, com um grupo de amigos. Lá, eles andaram a cavalo na neve e foram a um desses locais de tiro que os americanos adoram. Vestindo calça de camuflagem, eles faziam poses, riam e atiravam nos alvos. Entre um tiro e outro, às vezes se ouve na gravação alguém gritar Allah Akbar – Deus é grande em árabe.

Homens barbudos, dando tiros, vestindo calça de camuflagem e brincando… O funcionário da loja onde eles fizeram a cópia do vídeo achou tudo muito suspeito e ligou para a polícia. Foi assim que começou o inferno na vida da família Duka. Dois informantes pagos pelo FBI passaram a frequentar a casa. Fizeram amizade com a família e tentaram, de todo jeito, arrancar declarações raivosas dos Duka a respeito dos americanos. Eles incitavam, mostravam fotos da guerra no Iraque e no Afeganistão. Nada adiantou. Os Duka se diziam terminantemente contra a violência. Durante mais de um ano os informantes gravaram as conversas.

Um dos informantes levou um dos amigos dos Duka, que estava nas férias de Poconos, para passear de carro. Passou diante do Forte Dix. Fez imagens usadas, no tribunal, como prova de que eles estavam estudando o alvo do ataque. Um dos informantes conseguiu convencer os dois irmãos mais velhos da família Duka a comprar armas com um conhecido dele. “É tudo dentro da lei”, dizia o informante. Com armas próprias, nas próximas férias eles não precisariam esperar na fila do centro de tiros.
Armadilha pronta. No dia em que eles foram ao vendedor de armas, agentes do FBI estavam esperando…

Quando os filhos foram presos, seu Ferik Duka também passou onze dias na cadeia. Falou desaforos para os policiais. Revoltado, disse que já tinha enfrentado esse jogo sujo no regime comunista da Albânia.

“Querem que eu confesse uma mentira? Podem cortar a minha cabeça”. Seu Ferik diz que agora é a vez dos muçulmanos. “Os judeus já passaram por isso”. Dona Zurata se lembra bem do dia em que o promotor público, encarregado das acusações contra os filhos dela, entrou na casa da família com policiais em busca de armas que nunca encontrou.

“Sabe quem era o promotor?”, me pergunta. Christopher Christie, hoje governador do estado de Nova Jersey.

Em maio de 2007, quando anunciou a prisão dos “Cinco do Forte Dix”, o então promotor Christie disse que o caso seria um modelo para a era pós-11 de Setembro. E com certeza é. Exemplo do que hoje se chama prisão preventiva, ou acusação preventiva. Botar alguém atrás das grades porque o suspeito pode um dia vir a pensar em cometer algum ato terrorista. É a filosofia dos ataques preventivos, da era Bush, dando filhote na justiça.

Mas vamos ao informante principal do caso: Mahmoud Omar foi preso em 2001 e confessou a fraude bancária na qual estava envolvido. Passou seis meses na cadeia. Em 2002, declarou falência pessoal. Em 2004 foi preso novamente por conta de uma briga com o vizinho. Em 2006, o governo tentou deportá-lo, pela segunda vez, para o Egito, onde ele nasceu. Mas Omar evitou a deportação e se tornou informante pago do FBI.

No testemunho que deu no tribunal, durante o julgamento dos irmãos Duka, Omar disse que eles não faziam ideia dos planos que ele estava discutindo com o amigo dos rapazes nem da visita ao Forte Dix.
Nas fitas gravadas, que o juiz e os jurados ouviram, eles rejeitam todas as provocações de Omar para que falassem positivamente da jihad – termo que o Ocidente associou a guerra santa mas que tem outras traduções possíveis.

Em um dos trechos de conversa, Eljvir Duka afirma que um ataque seria proibido pela religião e que os soldados, nos Estados Unidos, não tinham feito nada que merecesse uma agressão dessas. Depois de oito semanas de julgamento, o veredito: os três irmãos foram condenados à prisão perpétua e estão em um presídio de segurança máxima. E o irmão mais novo, Burim, que na época tinha 15 anos, diz que é constantemente seguido por agentes do FBI, que estão sempre de prontidão na rua em que ele mora.

A Universidade de Nova York (NYU) também estudou o caso de David Williams, um menino pobre do Brooklyn. Ele passou cinco anos na cadeia porque foi pego vendendo drogas. Saiu aos 24, em 2007.

Dois anos mais tarde, surgiu a oportunidade de fazer dinheiro fácil. Um conhecido chamado James Cromitie disse que precisava de alguém para trabalhar como olheiro em uma operação. O informante do FBI, Shahed Hussain, tinha convencido Cromitie a colocar bombas em uma sinagoga. Não era o primeiro plano de ataque que Shahed fabricava para tentar convencer muçulmanos a participar.

Em troca de dinheiro, David topou ser olheiro do atentado. Para tornar a trama ainda mais interessante, o informante do FBI levou os rapazes a Connecticut para ver um míssil que seria usado no atentado.
Nenhum dos suspeitos fez os planos ou tinha dinheiro para comprar armas. Mas foram todos presos, acusados de terrorismo. David foi condenado a 25 anos de prisão. Ficará preso até os 53.

O estudo da NYU acusa o governo americano de discriminação e desrespeito a direitos humanos e recomenda:

– investigação de todos os casos de terrorismo que usaram informantes, a partir de 11 de setembro, para examinar como eles agiram, que tipo de informação levantaram e se foram eles que instigaram os acusados;

– a substituição das regras de conduta do FBI adotadas pelos procuradores-gerais da Justiça Ashcroft (2002), Gonzales (2006) e Mukasey (2008);

– aprovação, no Congresso, do Ato End Racial Profiling, uma lei federal para proibir que a discriminação oriente a ação da polícia e do FBI;

– audiências no Congresso para investigar o impacto das políticas antiterroristas nas comunidades muçulmanas, árabes, do sul da Ásia e do Oriente Médio radicadas nos Estados Unidos.
O jornalista americano Trevor Aaronson passou um ano inteiro investigando as acusações de terrorismo nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Justiça, são 508 casos.

Em cerca de metade deles, diz Aaronson, na edição de setembro-outubro da revista Mother Jones, foram usados informantes pagos ou que tiveram pena reduzida, ou eliminada, em troca do serviço.
As operações envolvendo agentes infiltrados resultaram no julgamento de 158 pessoas. Deste total, 49 participaram em planos liderados por um agente provocador – um agente do FBI que instigou a ação.

Segundo Trevor Aaronson, todos os casos famosos de terrorismo doméstico da última década surgiram, na verdade, em operações criadas ou incentivadas pelo FBI, com exceção de três: Najibullah Zazi (tentou colocar uma bomba no metrô de Nova York), Hesham Mohamed Hadayet (egípcio que deu tiros no balcão da companhia aérea El-Al no aeroporto de Los Angeles) e Faisal Shahzda (tentou detonar um carro com explosivos no Times Square).

Em 1975, um comitê do Senado descobriu que o FBI tinha 1.500 informantes. Em 1980, já eram 2.800.
Segundo o Los Angeles Times, o investimento na guerra contra as drogas elevou o número de informantes para 6.000 em 1986. Agora, segundo o jornalista, seriam 15.000. Essa gente toda, gastando o dinheiro do governo, precisa mostrar serviço.

O 11/09 e as coincidências que levam a reflexões


Um Empurrãozinho?

A CIA e os “drones”: para resolver problemas internos

 



5/9/2011, Gareth Porter, OpEdNews
Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Quando David Petraeus chegar à CIA na 3ª-feira, estará assumindo a presidência de uma organização cuja missão mudou nos anos recentes. A CIA já não é encarregada de reunir e analisar dados de inteligência. Hoje, tem participação direta em campanhas militares, comandando os aviões-robôs tripulados à distância, os drones, no Paquistão, no Iêmen e na Somália.

Mas a transformação da CIA não acompanhou, apenas, a expansão da guerra dos drones no Paquistão, até chegar ao ponto em está hoje. O diretor Michael Hayden, da CIA, trabalhou ativamente a favor dessa expansão, num momento em que os ataques com drones pareciam ser experimento fracassado.

Uma das razões pelas quais Hayden tanto operou para conseguir ampliar muito a guerra dos drones, como se pode ver agora, é que já se havia criado toda uma burocracia para aquela guerra, antes da guerra e antecipando a guerra.

Durante 2010, a “guerra dos drones” da CIA no Paquistão matou mais de 1.000 pessoas, menos do que os cerca de 2.000 mortos pelos “raids noturnos” das forças especiais no Afeganistão, segundo matéria do Washington Post, dia 1º de setembro.

Um funcionário da CIA citado pelo Post começou dizendo que a CIA tornou-se “uma tremenda máquina de matar”, para, em seguida, corrigir-se: “tornou-se uma tremenda ferramenta operacional.”

A mudança na missão da CIA refletiu-se no crescimento espetacular de seu Centro de Contraterrorismo [ing. Counter-terrorism Center (CTC)], de 300 funcionários em setembro de 2001, para os atuais cerca de 2.000 funcionários – 10% de toda a força de trabalho da agência, segundo a matéria do Post.

O braço analítico da agência, que antes se devotava inteiramente a avaliações e pareceres de inteligência para políticos, foi profundamente afetado.

Mais de 1/3 do pessoal do braço analítico trabalha hoje completa ou prioritariamente em funções de apoio às operações da CIA, segundo altos funcionários citados no Post. E quase 2/3 deles analisam dados usados pelo CTC na guerra dos drones, selecionando e definindo alvos a serem atacados.

Parte dessa mudança no trabalho interno, para apoiar a guerra dos drones aconteceu depois que aumentou o número de ataques de drones no Paquistão desde meados de 2008, mas bem antes disso a CIA já começara a construir as bases institucionais para ampliar a guerra dos drones.

Crucial para que se entenda o papel da dinâmica interna nas decisões da CIA é o fato de que a campanha dos drones no Paquistão começou muito mal. Nos quatro anos, de 2004 até 2007, a CIA só fez 12 ataques aéreos com drones no Paquistão, todos contra alvos ‘de alto valor’, da Al-Qaeda e grupos ligados a ela.

A política de George W. Bush para os drones foi cautelosa, em grande parte porque o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, era visto como tão confiável que o governo não quis correr qualquer risco de desestabilizar seu governo.

Essas limitações foram impostas à CIA, na tarefa de definir alvos para os ataques com drones. O drones só poderiam ser usados contra elementos definidos como de alto valor, da Al-Qaeda e afiliados no Paquistão; e a CIA sempre teria de poder provar que o ataque não provocara mortes de civis.

Aqueles primeiros 12 ataques com drones mataram apenas três figuras identificadas como da Al-Qaeda ou do Talibã no Paquistão. Mas, apesar de os “danos colaterais” estarem proibidos... morreram naqueles 12 primeiros ataques nada menos que 121 civis – consideradas só as notícias de jornal daquele ano.

Um único ataque dos drones contra uma madrassa (escola religiosa) dia 26/10/2006, que matou 80 estudantes locais, já dá conta de 2/3 das mortes de civis no período.

A matéria do Post revela que, apesar do começo desastroso, a CIA rapidamente envolveu-se no esforço para construir um grande programa especial para a guerra dos aviões-robôs: em 2005, a agência criou um projeto de carreira para analistas de inteligência para aquele específico programa.

Por aquela decisão administrativa, analistas que escolhessem especializar-se em definir alvos para os drones comandados à distância pela CIA recebiam a promessa de que o programa teria longa duração, que haveria trabalho garantido e promoções de carreira. A CIA assumiu compromissos de longo prazo com seu próprio corpo de funcionários, apostando que a guerra dos drones iria bem além dos três raids por ano e que, muito provavelmente, continuaria por longo tempo.

Em 2007, a agência deu-se conta de que, se queria manter aqueles compromissos, teria de conseguir que a Casa Branca mudasse as regras ‘políticas’ e relaxasse as restrições que ainda pesavam sobre o uso dos drones.

Foi quando Hayden abraçou o lobby pró-drones e passou a insistir com o presidente George W. Bush para que levantasse as limitações e impedimentos para novos e mais numerosos ataques dos drones – como se lê em The Inheritance, de David Sanger, repórter do New York Times. Hayden pediu autorização para usar os drones contra casas e veículos, selecionados como alvos a partir de qualquer atitude ou movimentação suspeita, avaliados segundo um “padrão de vida” definido para a Al-Qaeda ou outros grupos.

Em janeiro de 2008, Bush deu um primeiro passo não divulgado na direção de afrouxar as limitações ao uso de drones, como Hayden desejava, mas a maior parte dos impedimentos a ataques com drones foram mantidos. Nos primeiros seis meses de 2008, houve quatro ataques pelos aviões-robôs comandados à distância.

Mas em meados de 2008, o diretor da Inteligência Nacional, Mike McConnell, retornou de uma viagem que fizera em maio ao Paquistão decidido a provar que os militares paquistaneses, em segredo, estavam apoiando os guerrilheiros Talibã – especialmente da rede Haqqani –, que estava ganhando fôlego no Afeganistão.

Segundo Sanger, a equipe de McConnell produziu avaliação formal, que reforçava a necessidade de ‘mais drones’, enviada em junho à Casa Branca e a outros altos funcionários. Com isso, Bush, que andava elogiando Musharraf como aliado contra os Talibã, viu-se obrigado a fazer alguma coisa para mostrar firmeza ante os militares paquistaneses e, também, ante os guerrilheiros afegãos que viviam em paraísos seguros no noroeste do Paquistão.

Bush queria que os aviões-robôs tripulados à distância fossem usados exclusivamente em ataques contra alvos dos Talibã afegãos, não contra a Al-Qaeda e seus aliados Talibãs paquistaneses. Mas, naquele momento, segundo Sanger, Bush rapidamente suspendeu todas as limitações que ainda havia (exigência de que houvesse informação de inteligência sobre determinados alvos ‘de alto valor’ e garantia de que não houvesse civis mortos).

Livre das limitações e impedimentos que pesavam sobre o programa dos aviões-robôs, no segundo semestre de 2008 a CIA aumentou o número de ataques com drones, para entre quatro e cinco por mês, em média.

Segundo os relatos de discussões internas nas primeiras semanas do governo de Barack Obama, que se leem em Obama’s Wars [as guerras de Obama], de Bob Woodward, havia sérias dúvidas, desde o início, sobre se os drones poderiam, de fato, derrotar a Al- Qaeda.

Mas Leon Panetta, recentemente nomeado por Obama para dirigir a CIA, sempre foi empenhado defensor da guerra dos drones. Nunca parou de falar dos drones, apresentando-os à opinião pública como estratégia para destruir a Al-Qaeda – embora soubesse que a CIA, naquele momento, estivesse atacando principalmente os Talibã afegãos e seus aliados, não a Al-Qaeda.

Na primeira conferência de imprensa, dia 25/2/2009, Panetta, em referência indireta, mas óbvia, aos ataques com aviões-robôs, disse que o esforço para desestabilizar a Al-Qaeda e destruir sua liderança estaria sendo “bem-sucedido”.

Sob comando de Panetta, o número de ataques por aviões-robôs continuou, ao longo de 2009, no mesmo ritmo de crescimento acelerado da segunda metade de 2008. E em 2010, aquele número mais que dobrou: de 53 em 2009, para 118.

A CIA, afinal, conseguiu chegar à grande guerra de aviões-robôs, os drones, para a qual já se organizara antecipadamente.

Há dois anos, Petraeus dava sinais de não depositar muita confiança em ataques com aviões-robôs no Paquistão. Em documento secreto que redigiu como comandante do CENTCOM, dia 27/5/2011, que vazou e foi publicado pelo Washington Post, Petraeus advertiu que os ataques por aviões-robôs tripulados à distância estavam fazendo aumentar os sentimentos de antiamericanismo no Paquistão. Hoje, o que Petraeus pense ou deixe de pensar, pessoalmente, sobre os drones já não tem qualquer importância.

Os interesses institucionais da CIA, que mandam manter e ampliar o uso de aviões-robôs tripulados à distância – a guerra de drones – parecem ter-se imposto de tal forma, que nenhum diretor conseguirá opor-se àqueles interesses, baseado em sua pessoal opinião sobre como ou o quanto os ataques dos aviões robôs possam ser contraproducentes, se se consideram os interesses dos EUA.

Editora Abril é denunciada por racismo

Da Revista Fórum



Alunos da Escola Estadual Guilherme Briggs, em Santa Rosa, Zona Sul de Niterói, sentiram na pele, na tarde da última segunda-feira, a dor do preconceito racial, que supostamente para muitos não ocorreria mais em nosso país, muito menos nas dependências de uma feira literária, onde nossa cultura é expressada das mais variadas formas, nas páginas publicadas por inúmeras editoras. Preconceito e injúria racial são crimes passíveis de prisão, no artigo 9º da Lei 7716/89.

De acordo com a diretora da escola, Alcinéia de Souza, o fato entristeceu e chocou os alunos da unidade, uma das mais conhecidas do município, foi registrado ontem da Delegacia Legal de Icaraí (77ª DP), e formalmente encaminhado à Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.

De acordo com a diretora do estabelecimento de ensino, na tarde de segunda-feira ela levou um grupo de 45 alunos que cursam o Ensino Médio da escola até a Bienal do Livro 2011, que se realiza no pavilhão do Riocentro, na Zona Oeste do Rio. No local, entusiasmados os alunos, com idades entre 15 e 17 anos, se espalharam para apreciar os vários estandes. Segundo os alunos e a diretora, num deles da Editora Abril ocorria uma promoção, onde eram distribuídos uma espécie de senha para que os jovens prestigiassem a tarde de autógrafos do ator e apresentador Rodrigo Faro. Entusiasmadas, duas alunas do colégio, de 16 e 17 anos, se dirigiram até um dos promotores, inicialmente identificado apenas como “Pedro” ou “Roger” – no intuito de conseguir uma das senhas. Do promotor as alunas ouviram (incrédulas) insultos do tipo: “Não vamos dar a senha porque vocês são pretas do cabelo duro”, e também “não gosto de mulheres negras, por isso não darei senhas para vocês”. Segundo uma das alunas, indignada com a ofensa ainda tentou argumentar com o promotor – “isso é um tipo de bullying, e pode te trazer problemas”. Com resposta o promotor rebateu, afirmando que isso não daria problema nenhum para ele”.

Como o grupo estava espalhado pelo pavilhão de exposições, a diretora da escola afirmou que só tomou conhecimento do fato quando os alunos já estavam deixando o evento. Revoltada, Alcinéia retornou ao estende da Editora Abril, à procura do responsável pela representação da empresa, que de acordo com ela pediu-lhe desculpas (omitindo a identificação do promotor) e alegando que tomaria providências. “Sentindo-se humilhada, uma das alunas disse que sequer conseguiu dormir de segunda para terça-feira”, explicou Alcinéia, que no início da tarde de ontem, acompanhada dos alunos, pais, e de um advogado (que também é professor da unidade), José Carlos de Araújo, registrou queixa de crime de Injúria e Preconceito Racial na 77ª DP. A distrital encaminhou o procedimento para a Delegacia Legal do Recreio dos Bandeirantes (42ª DP).

“Ensinamos os princípios da cidadania para os alunos, explicando inclusive que independe de quem sejam, e agora ele passam por uma experiência terrível dessas ? Os alunos da escola estão chocados com o que aconteceu. Fiz questão de comparecer junto com os pais desses estudantes na DP para relatar esse triste fato. Esses estudantes são como filhos pra mim”, disse Alcinéia. “Em pleno século XXI isso ainda acontece em nosso país. Esse fato não se esgota na esfera criminal. Não desejamos isso para nosso país”, disse José Carlos de Araujo, que junto com a diretora, os alunos, e com a cópia do registro levou também ontem o fato ao conhecimento da Secretaria Estadual de Assistência Social de Direitos Humanos para que providências sejam tomadas.

Representantes da Editora Abril não retornaram as ligações da redação.

Fonte: A Tribuna RJ

Morre humorista Marcos Plonka


Corpo do ator da 'Escolinha do Gugu' é enterrado em SP


Do Portal Terra

O corpo do ator Marcos Plonka foi enterrado na manhã desta sexta-feira (9), no Cemitério Israelita de Embu, em São Paulo, por volta das 10h40.

O humorista morreu na noite da última quinta-feira (8), em São Paulo, vítima de um infarto fulminante, aos 71 anos. Ele ficou conhecido pelo personagem judeu Samuel Blaustein do programa Escolinha do Professor Raimundo, da Globo. Atualmente, ele integrava o elenco da Escolinha do Gugu, da Rede Record.

Marcos Plonka nasceu no bairro do Tatuapé, na capital paulista, e era de uma família judaica, filho de pais poloneses que vieram para o Brasil pouco antes da Segunda Guerra Mundial.

A maioria dos trabalhos de Plonka foi na televisão, especialmente em novelas, minisséries e seriados, a partir de 1963. Mas, na lista de também constam filmes, como Um Casal de 3 e O Homem do Pau-Brasil, ambos em 1982, e o O Pequeno Mundo de Marcos (1968), no qual ele era o protagonista.

Liberou geral nos Transportes

                           

Liberou geral nos Transportes
 
Foto: Divulgação



Um dia depois de a CGU apontar 66 iregularidades em 17 licitações do Ministério dos Transportes, Paulo Passos anuncia que o governo vai diminuir as restrições técnicas dos editais de licitação, para tornar o processo mais ágil



09 de Setembro de 2011 às 15:12

Evam Sena_247, em Brasília – O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, anunciou nesta sexta-feira, 9, que o governo vai diminuir as restrições técnicas dos editais de licitação para obras de rodovias e ferrovias, com o objetivo de tornar o processo mais competitivo.

A decisão vem depois da divulgação de relatório da CGU (Controladoria Geral da União) sobre auditoria em 17 processos de licitação e contratos no total de R$ 5,1 bilhões, que aponta 66 irregularidades e desvio potencial de R$ 682 milhões. Passos anunciou também aumento na fiscalização de obras. Não há data ainda para implementação das mudanças.

O ministro negou que o relaxamento nas condições técnicas vai diminuir a qualidade das empresas. “É possível conciliar processo competitivo garantindo a participação de empresas que podem entregar a encomenda. Aumentando competição, poderemos ter expectativas de preços finais e potencial de conluio menor", disse.


"Quando restringimos a competição, voltam as mesmas empresas de sempre, e facilita a oportunidade do conluio. Se você abre mais, dá mais oportunidade para mais empresas", disse o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Jorge Ernesto Fraxe.

Em uma das obras auditadas pela CGU, cujas irregularidades motivaram o afastamento do ex-diretor-geral interino do Dnit, José Henrique Sadok Sá, foi encontrado indício de conflito de interesse e conluio entre licitantes. O contrato para obra da BR-174 em Roraima era entre o governo do estado, com recursos do Dnit, e a Construtora Araújo Ltda, cuja dona era mulher de Sadok.

Um dos mais freqüentes problemas apontados pela CGU, a má qualidade dos projetos base, será enfrentado, segundo Passos, com o aumento do rigor na elaboração e a presença de técnicos regionais do Dnit nos locais planejados para as obras.

Segundo relatório da CGU divulgado nesta quinta-feira, no lote 7 da BR-101-Nordeste (em Pernambuco), obra em que mais se encontrou irregularidades, o traçado previsto para a rodovia passava dentro de um açude de abastecimento de parte do estado.

O ministro admitiu que a fiscalização da pasta é “deficiente” a anunciou mais medidas, como visitas em obras em execução, varredura nos empreendimento condenados pela CGU e investigação em projetos contratados e não iniciados. Neste último, caso não haja possibilidade de correção, o contrato pode ser cancelado.

"Não existia fiscalização? Afirmar isso é fazer uma afirmação exagerada. Havia fiscalização. Mas nós podemos e devemos avançar para mecanismos mais aprimorados e rigorosos. Havia uma fiscalização deficiente", declarou.

A auditoria CGU foi determinada pela presidente Dilma Rousseff depois da onda de denúncias que envolveram o Ministério dos Transportes e levaram à renúncia do ex-ministro Alfredo Nascimento, do ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antônio Pagot e de pelo menos 25 funcionários. O rigor de Dilma gerou insatisfação no PR, partido que comandava a pasta, a ponto de a legenda sair da base aliada ao governo no Congresso e declarar independência.

Sondados pelo governo para retornar à base, parlamentares do PR avaliaram o relatório como “inconclusivo”. A auditoria não aponta responsáveis pelas irregularidades. Nascimento, também presidente nacional do partido, afirmou que as conclusões da CGU não esclarecem o envolvimento de sua equipe nos desvios. “Nascimento aguarda e mantém sua determinação de ver as suspeitas veiculadas pela imprensa, sem a apresentação de provas, esclarecidas de modo cabal pelos órgãos de investigação”, declarou.

Crimes virtuais geraram perdas de US$ 144 bilhões em 2010

                           

Crimes virtuais geraram perdas de US$ 144 bilhões em 2010
 
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Pesquisa da Symantec, fabricante do antivírus Norton, revela que cibercriminalidade afetou 431 milhões de pessoas em todo o mundo, no ano passado




09 de Setembro de 2011 às 11:33

Fernando Porfírio_247 – A Symantec, fabricante do antivírus Norton, divulgou estudo apontando que a cibercriminalidade custou US$ 114 bilhões e afetou 431 milhões de pessoas no ano passado. De acordo com a empresa, o custo do crime cibernético alcançou US$ 15 bilhões no Brasil. Os Estados Unidos liderou a ação dos criminosos que gerou perdas de US$ 32 bilhões.


O custo do crime cibernético alcançou os US$ 25 bilhões na China, enquanto na Índia chegou a US$ 4 bilhões. Segundo a Symantec, mais de dois terços dos internautas adultos (69%) foram vítimas de crime cibernético em algum momento de suas vidas, o que resulta em mais de um milhão de vítimas do cibercrime por dia.


A empresa destacou também a crescente ameaça do cibercrime nos telefones celulares. Cerca de 10% dos adultos online foram vítimas de cibercrime em seus telefones celulares e o número de novas vulnerabilidades no sistema operacional móvel aumentou de 115 em 2009 para 163 em 2010. Para a pesquisa, foram realizadas entrevistas com cerca de 20 mil pessoas em 24 países.

Dilma veta desconto a banco falido

Do Valor Econômico

 

Por Juliano Basile | De Brasília

O Banco Central (BC) contou com o apoio da presidente Dilma Rousseff para evitar que bancos liquidados nos anos 1990, após o Plano Real, consigam descontos que superam os R$ 35 bilhões em suas dívidas.

Os bancos tentaram incluir um artigo na Medida Provisória nº 517, que trata da incidência de Imposto de Renda, de incentivos para usinas nucleares e da renovação da Marinha Mercante, para outro assunto: a dívida que eles assumiram entre 1995 e 1998, quando foi instituído o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer).

Pelo artigo, quatro bancos - Nacional, Econômico, Banorte e Mercantil - poderiam pagar parte da dívida com créditos que teriam contra o Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). Essa parte equivale a R$ 28,9 bilhões.

Alertada pelo BC e pela Advocacia-Geral da União (AGU), Dilma vetou o artigo em 24 de junho. Ao fazê-lo, evitou a concessão de mais um desconto para os bancos que quebraram em meio a fraudes e má gestão.

Ao todo, os bancos sob liquidação pelo Proer devem mais de R$ 61 bilhões. Em junho de 2010, eles conseguiram um desconto de R$ 18,6 bilhões. Esse abatimento veio do Congresso Nacional, que aprovou a Lei do Refis dos Bancos (nº 12.249). Ela permitiu que pagassem as dívidas com títulos públicos federais e deu descontos para quitações à vista ou em parcelas de até 15 anos. Ou seja, estendeu os débitos iniciais do Proer até 2025.




Após obter esse abatimento em suas dívidas, os bancos tentaram conseguir mais dois que, somados, chegariam a R$ 35,4 bilhões. "Os bancos liquidados sempre pretenderam pagar as suas dívidas com ativos podres e o BC sempre resistiu firmemente", afirmou aoValor o procurador-geral do BC, Isaac Sidney. Segundo ele, a instituição não vai perdoar nem fazer acordos para o pagamento dessas dívidas.
A primeira tentativa foi feita diretamente ao BC. Os bancos liquidados iniciaram um debate sobre a forma de amortização da dívida. O BC sempre entendeu que essa quitação deve ser feita primeiro sobre os encargos pactuados entre as partes. Ou seja, os devedores devem pagar os juros, primeiro, e o principal da dívida, depois.

Mas, os bancos propuseram uma nova forma de pagamento. Eles informaram ao BC que pretendiam fazer primeiro o pagamento do montante principal, deixando os juros para o fim. A conclusão do BC foi a de que essa nova forma de pagamento levaria os bancos liquidados a obter um desconto de R$ 6,5 bilhões.

A segunda tentativa de obter descontos bilionários nas dívidas assumidas com o Proer teve início no Congresso. Lá, as instituições sob liquidação já haviam conseguido o desconto de R$ 18,6 bilhões com a Lei do Refis dos Bancos. Essa lei foi aprovada, em junho de 2010, com a conversão da MP nºº 472, que trouxe um artigo com 35 parágrafos tratando de parcelamentos de dívidas. Inicialmente, a MP tratava de incentivos para a indústria petrolífera do Nordeste e da compra de computadores para escolas públicas. Ao fim, o texto especificou o desconto bilionário para os bancos num artigo que tinha tantos parágrafos (35) que era praticamente uma nova lei.

Um ano depois, em junho passado, os bancos tentaram incluir um novo desconto em outra MP - a nº 517, que também tratava de outros assuntos. Em meio a disposições sobre usinas nucleares, banda larga e fretes da Marinha, um artigo dessa MP previu que os créditos que os bancos têm com o Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) podem ser considerados títulos da dívida pública federal. Juridicamente, isso significava que os bancos poderiam usar os valores do FCVS para pagar as suas dívidas, inclusive a do Proer.

Esse artigo foi vetado por Dilma e, com isso, evitou-se um desconto adicional de R$ 28,9 bilhões na dívida dos quatro bancos que ingressaram no Proer, nos anos 1990.
"O BC não aceitou o FCVS por ser crédito incerto", explicou Sidney. Segundo ele, os bancos queriam enquadrar o FCVS como instrumento de dívida pública, mas isso não é possível, pois esses créditos estão em processo de reconhecimento.

"É preciso esclarecer que o BC não está fazendo qualquer acordo com os bancos liquidados", enfatizou Sidney. O procurador-geral explicou que o BC concedeu apenas os descontos determinados por lei, caso dos R$ 18,4 bilhões da Lei do Refis dos Bancos. As demais formas de descontos foram negadas.

"Os bancos liquidados, que já foram aquinhoados com descontos legais bem generosos, ainda pretendiam entregar créditos de FCVS ao BC. Essa proposta é juridicamente inaceitável", afirmou Sidney. "Receber créditos ilíquidos para quitar dívidas do Proer equivaleria a um perdão da dívida dos bancos liquidados sem autorização legal, o que seria inadmissível", concluiu.

Juiz Lalau escondia mais de R$ 7 milhões na Suíça

                           

Juiz Lalau escondia mais de R$ 7 milhões na Suíça
 
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Dinheiro, que está numa conta do Santander em Genebra, pode ser repatriado pela Advocacia Geral da União; magistrado está condenado a três anos de prisão e já teve um apartamento de luxo em Miami confiscado e vendido



09 de Setembro de 2011 às 14:12

Fernando Porfírio_247 – O ex-juiz trabalhista Nicolau dos Santos Neto está impedido de por a mão em pouco mais de R$ 7 milhões que estão depositados numa conta do Banco Santander, em Genebra. A Advocacia-Geral da União conseguiu que a Corte de Apelações do Cantão de Genebra negasse recurso Nicolau para desbloquear o dinheiro.


A decisão da Justiça suíça, ao indeferir o pedido de desbloqueio dos R$ 7 milhões, é a mais nova derrota do ex-juiz. A conta está bloqueada desde 1999. AGU e Ministério da Justiça tentam repatriar o dinheiro para o Brasil, mas as autoridades suíças aguardam o julgamento definitivo do Superior Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro para decidir sobre o pedido de repatriação.


O ex-juiz Nicolau foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) em 3 de maio de 2006 pelos crimes de peculato, estelionato e corrupção passiva, mas recorreu ao STJ. Somados, esses três crimes totalizam 26 anos, seis meses e 20 dias, a serem cumpridos em regime fechado.


Em 2002, a AGU conseguiu sequestrar e vender um apartamento luxuoso de Nicolau dos Santos Neto em Miami (EUA), também não declarado, por US$ 800 mil. O dinheiro apurado com a venda do imóvel foi depositado na conta única do Tesouro Nacional.

Alckmin mandará embora arapongas de Serra?


Saiu no Tijolaço, post de Fernando Brito:

 


Em mais um sinal de que as bicadas tucanas andam fortes em São Paulo, há notícias de que Governador Geraldo Alckmin anulará o contrato do Prodesp – a empresa estadual de processamento de dados – com empresa Fence, do coronel da reserva Ênio Gomes Fontenelle, contratada por Serra em 2008, sem licitação, depois de ter servido ao “coiso” no Ministério da Saúde.


A Fence ficou conhecida pelas suposições de envolvimento da espionagem que resultou na ação da Polícia federal contra Jorge Murad, marido de Roseana Sarney, que teve de abandonar sua candidatura, levando o PFL – hoje DEM – a apoiar Serra à presidência em 2002.


O site Poder Online, do IG, levantou há dias a possibilidade de continuar existindo um sistema de escutas clandestinas ligadas ao serrismo e ao prefeito Gilberto Kassab:


“Os próximos rounds da luta declarada pelo prefeito Gilberto Kassab a seus adversários promete momentos de revelações e deve ocorrer, na avaliação de políticos paulistas, na campanha eleitoral do ano que vem.


De acordo com testemunhas do primeiro destempero público do prefeito Gilberto Kassab, revelado por Poder Online e ocorrido no dia 23 de maio, nas Faculdades Metropolitanas Unidas, durante palestra sobre bullying, ele travou o seguinte diálogo com o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP):


- Eu vou quebrar o seu pescoço, o do [Geraldo] Alckmin, do Alexandre [Moraes] e o do Rodrigo [Garcia].

- O que é isso Kassab ? – teria dito Chalita, surpreso com a agressividade do prefeito.

- Tá tudo grampeado – respondeu Kassab.

- Grampeado o quê? Você está me ameaçando? – devolveu o deputado.


Dali pra frente foi Kassab acusando Chalita de fazer e acontecer contra ele e Chalita dizendo que nunca tinha feito nada. Aí o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que mediaria o debate sobre bullying, chamou os dois para começar o evento.


E mais.


No diálogo, se é que a definição seja esta, de quarta-feira, no gabinete do secretário de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, Kassab ameaçou:


- Eu sei seus podres.


E ouviu:


- Se eu tenho podres foram feitos ao seu lado.


Muita gente ouviu também. Chalita e Rodrigo Garcia preferiram não comentar os fatos. Alckmin também, de acordo com sua assessoria, calou-se.”

Navalha
Será essa dupla do barulho, Prodesp-Fence, que aparece no livro do Amaury, o livro que, finalmente, chega à editora ?
Clique aqui para ler “Livro do Amaury revela sistema Cerra de grampear”.
Quer dizer, pelo jeito, o Padim Pade Cerra não desmobilizou os arapongas que estavam na folha de pagamentos do Ministério da Saúde, no tempo em que ele empregava o Marcelo Lunus Itagiba, e era o “melhor Ministro da Saúde da História do Universo”, segundo o Nelson Johnbim.
Foi nessa época também que surgiu o pequeno problema das “ambulâncias super-faturadas”.
A turma continua lá, arapongando.
Só no grampo.
Será isso, mesmo, Fernando Brito ?
O Ciro Gomes – ninguém conhece a alma tucana como o Ciro – costuma dizer que o Cerra não tem escrúpulos.
Se preciso for, diz o Ciro, o Cerra passa com um trator por cima da mãe.
Pode não ter escrúpulos, mas tem arapongas.
Segundo o Amaury …



Paulo Henrique Amorim


CGU: irregularidades causam prejuízo de R$ 682 milhões



CGU: irregularidades causam prejuízo de R$ 682 milhõesFoto: Divulgação

ANÁLISE DE 17 PROCESSOS DE LICITAÇÕES E CONTRATOS DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, NO VALOR TOTAL DE R$ 5,1 BILHÕES, IDENTIFICOU 66 IRREGULARIDADES

08 de Setembro de 2011 às 18:36
Evam Sena_247, em Brasília – Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado nesta quinta-feira, 8, sobre auditoria no Ministério dos Transportes, mostra que irregularidades no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e Valec, estatal de ferrovias, podem ter gerado no mínimo R$ 682 milhões de prejuízo. Foram analisados 17 processos de licitações e contratos, no valor total de R$ 5,1 bilhões, e foram encontradas 66 irregularidades.
A auditoria foi determinada pela presidente Dilma Rousseff depois da onda de denúncias que envolveram o ministério e levaram à renúncia do ex-ministro Alfredo Nascimento e do ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot. O rigor de Dilma gerou insatisfação no PR, partido que comandava a pasta, a ponto de a legenda sair da base aliada ao governo no Congresso e declarar independência.
O relatório será enviado à Casa Civil, à Comissão de Ética Pública da Presidência, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas da União e à Polícia Federal.
As apurações não se restringiram aos casos de irregularidades publicados na imprensa, como incluiu fatos já em investigação ou considerados emblemáticos e representativos. O principal problema encontrado pela CGU foram projetos deficientes ou defasados , que levam a orçamentos superfaturados e aditivo contratuais, motivos que levaram à crise nos Transportes.
“Raríssimos são os empreendimentos em que não há acréscimos de custos, muitos dos quais se aproximam do limite legal, algumas vezes até superando-os, tornando sem efeito os descontos obtidos nos processos licitatórios”, diz o relatório. Em um levantamento de 13 empreendimentos que receberam aditivos, a controladoria constatou que três deles excederam o limite de 25%, e um deles chegando a 73,7%.
O lote 7 da BR-101- Nordeste (em Pernambuco) foi a obra em que se registrou o maior número de problemas, 14 irregularidades, entre superfaturamento, pagamento por serviços não realizados e execução de obra não contratada. Para se ter uma ideia do qual mal feito foi o projeto executivo, era previsto que a estrada passasse dentro de um açude de abastecimento de parte do estado. O prejuízo só nesse empreendimento foi de R$ 53,8 milhões.
A CGU confirmou que houve conflito de interesse e indícios de conluio entre licitantes no contrato entre o governo de Roraima, com recursos do Dnit, e a Construtora Araújo Ltda para obra da BR-174, no valor de R$ 18 milhões. A empreiteira era da mulher de José Henrique Sadok Sá, que passou a responder pela diretoria-geral do Dnit interinamente, com o afastamento de Pagot.
Sob responsabilidade da Valec, a Ferrovia Integração Oeste-Leste foi a que mais apresentou irregularidades, irregularidades no processo licitatório, incluindo restrição à competitividade e superestimativa de R$ 52,2 milhões no orçamento de referência.
Apesar das ligações com ex-dirigentes do ministério, o relatório não responsabiliza ninguém. Já há aberto na CGU sete processos administrativos disciplinares, uma sindicância patrimonial e uma sindicância Investigativa, envolvendo, mais de 30 servidores e ex-dirigentes do DNIT, da Valec e do ministério. Novos processos ou sindicâncias poderão ser abertos a partir da auditoria, podendo incluir quem já foi afastado e gerar demissões ou destituições.
A CGU diz que não tem atribuições legais para investigar as denúncias de pagamento de propina e que este trabalho deve ser feito pela PF, com autorização judicial.

Em site oficial, PT apóia marcha contra Veja




Em site oficial, PT apóia marcha contra VejaFoto: Divulgação

MENOS DE UMA SEMANA DEPOIS DE PROPOR REGULAÇÃO DA MÍDIA, PARTIDO PROMOVE NA PÁGINA DO DIRETÓRIO ESTADUAL DE SP PASSEATA CONTRA A PUBLICAÇÃO (ILUSTRAÇÃO ACIMA); DIA 17, MASP, 14H; SERÁ QUE É MESMO POR AÍ?

09 de Setembro de 2011 às 00:12
247 – Menos de uma semana depois de aprovar proposta de regulação da mídia em seu congresso nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) promove no site de seu diretório de São Paulo uma manifestação contra a revista Veja, que publicou matéria recente acusando o ex-ministro José Dirceu de articular contra o governo Dilma Rousseff. O site Linha Direta, administrado pelo PT-SP, estampa em sua página principal uma ilustração com um boneco pendurado por cordas no logo da revista ao lado das inscrições: “Você quer ver um jornalismo de mentira e falta de ética? Não seja manipulado. Não leia a Veja.”
Um clique no panfleto virtual leva ao convite para uma manifestação que será realizada no dia 17 de setembro, com mobilização marcada para as 14h no vão do Masp. O site atribui a convocação a um “convite postado no Facebook”. “Veja caminha longe da Ética e da democracia, não leva o jornalismo a sério e engana a população”, diz o convite. Até as 20h desta quinta-feira, a convocação tinha sido curtida por 25 pessoas no Facebook.
O site do PT conversou com Adolfo Pinheiro, um dos organizadores da atividade, que disse trata-se de um protesto em favor da verdade, ética e cidadania. "Vamos combater a farsa, mentira e manipulação da mídia. Levem seus cartazes e suas bandeiras", convida o militante. Ainda de acordo com o site do PT, Pinheiro se diz indignado com os ataques permanentes da publicação da Editora Abril e cita como o mais recente desserviço aquele que escolheu “como alvo o petista José Dirceu”.